terça-feira, 30 de setembro de 2008

Obrigado





Tenho uma equipe da qual me orgulho muito de fazer parte, já disse isso muitas vezes e gosto de repetir. Falamos a mesma língua.

Na minha história pregressa, aprendi a lidar com pessoas que só chegavam junto por interesse. Era duro estar só com minhas convicções, por mais óbvia que fossem. E saber-se apoiado, reconhecido e até admirado, mas sempre com uma pontinha de pretensão por parte de quem quer que apoiasse.
Também aprendi a trabalhar sozinho por muito tempo. A bater o corner e correr pra cabecear.

Hoje sei que esses sapos não rondam mais no meu quintal. E tudo vai ficando mais leve. Demonstrações das mais variadas, de afeto e consideração estão sempre me comovendo. Como hoje!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O teste da segunda e Chicó

Logo
logo nós saberemos
se aprendemos aceitar que as estrelas
não se apagam quando morremos.
Abba Kovner.

Passei bem pela segunda mal dormida. O trabalho fluiu e pude concluir os preparativos para a Reunião do Colégio amanhã.
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Aniversário de Chicó, veio passar o dia comigo. Fomos ver Caçadores de Dragão e depois passamos pelo indefectível rodízio de pizza da Parmê. Sete anos e o menino vai começando a dar seus próprios passos.
As vezes, me surpreende com frases elaboradas, saidas não sei de onde.
Há sete anos, nasceu prematuro e quase não vinga. Depois que firmou, não parou de crescer mais.
Posso ver neles alguns defeitos que vi em mim, muito tempo depois. Não dá pra corrigir agora.
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O matemático Tristão informa que o Fluminense tem 72% de chances de ser rebaixado. Bem flamenguista esse tal Tristão!

Dona Insônia

Dona Insônia veio bater na minha porta essa noite. Um bom teste para segunda-feira. Estava distante de mim há tempos. Briguei com ela a vida toda e só depois de algum tempo de terapia, ela começou a fazer as pazes comigo e se foi. Mas acho que nunca se vai de vez.

Essa noite ela voltou. Um bom teste pra segunda-feira. Costumo dar voltas no mesmo assunto quando durmo mal. E as crises de ausência vêm mais amiúde. De resto, sou o mesmo.

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Em menino, gozava de um espaço infinito na cidade pequena, moldada para meninos brincarem de bola de gude, pique, queimado e de vez em quando, ver um episódio do Nacional Kid. Quando vim prá cá, tive um choque ao perceber que meu espaço se reduzia aos metros quadrados do meu apartamento. Logo aqui, onde o espaço é tão grande e o mar é quase em frente. Hoje é aniversário de Chicó. Criado na lama das ruas, acostumado a andar de bicicleta livremente, fico pensando em quando vier prá cá.

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Ontem testei meu humor naquele Fluminense e Botafogo. O jogo corria e eu fingia ignorá-lo, arrumando livros, comendo chocolate, andando pela casa. Dentro de mim morava o mesmo torcedor desapontado, triste, impotente. O gol de empate no finzinho corroborou tudo isso: vibrei feito criança. Futebol é uma doença da alma e a gravidade pode ser maior ainda quando se torce por um time como o Fluminense. Mais uma filosofia de botequim e eu desisto do blog por hoje!

sábado, 27 de setembro de 2008

Jessier Quirino

Conheci Jessier quando Marila e Mário foram ao Recife e trouxeram Bandeira Nordestina pra mim. Antes, já havia Paisagem do Interior no disco do Maciel (Retinas) e o belíssimo Bolero de Isabel com Eugênio Avelino. Fiquei muito impressionado com a simplicidade e a beleza crua da sua poesia. Corri atrás de comprar a obra completa, indicado pelo próprio Jessier numa editora da zona norte aqui do Rio.
Gosto muito da poesia declamada. Consigo chegar mais perto dela quando a ouço mais do que quando a leio. E o matuto paraibano Jessier Quirino, além de brilhante poeta, é um ótimo declamador. Escolhi para degustação dos meus quatro leitores, Maria Pano de Chão, uma das que mais gosto. Não deixe de ouvir, basta apertar o play aí do lado.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Queime depois de ler


Ainda sob o impacto de Queime depois de ler e de John Malkovich e Frances McDormand em atuações magistrais, de deixar de boca aberta qualquer cinéfilo. Impossível não escrever qualquer coisa. O filme é de dar vontade de ir ao cinema mais vezes só pra ver de novo. Pena que só vá estrear no Brasil em 28 de novembro.
Nunca imaginei que os Irmãos Cohen tivessem tanto público. A fila do Odeon dava esses na Mahatma Gandhi, parecendo procissão. Vi uma fila metade dessas no cinema Icaraí há muitos anos na estréia de Dança com Lobos.

Dança com lobos. Entrei lá pela metade da fila, tive que sentar na frente e torcer o pescoço, mas valeu cada milímetro de esforço da minha cervical.
Tudo parecia combinar. Malkovich e os Cohens era tiro certo e não deu outra. Não importa muito o enredo (brilhante) nem mesmo a presença de George Clooney, Brad Pitt e companhia (ótimos). O mais importante é sair do cinema apatetado de feliz com o que viu. Cinema prá mim é aquilo. Amanhã eu colo o ingresso, que esse também vale um João Gilberto.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Para vivir

Muchas veces te dije que antes de hacerlo
había que pensarlo muy bien,
Que a esta unión de nosotros
le hacia falta carne y deseo también,

Que no bastaba que me entendieras
y que murieras por mí,
Que no bastaba que en mi fracaso
yo me refugiara en ti,

Y ahora ya ves lo que pasó
al fin nació, al pasar de los años,
el tremendo cansancio que provoco ya en ti,
Y aunque es penoso lo tienes que decir.

Por mi parte esperaba
que un día el tiempo se hiciera cargo del fin,
si así no hubiera sido
yo habría seguido jugando a hacerte feliz,

Y aunque el llanto es amargo piensa en los años
que tienes para vivir,
que mi dolor no es menos y lo peor
es que ya no puedo sentir,

Y ahora tratar de conquistar
con vano afán ese tiempo perdido
que nos deja vencidos sin poder conocer
eso que llaman amor para vivir.
Para vivir...

Pablo Milanes

Por obra e graça de Camila, você agora pode ouvir música nesse blog. É só clicar o play aí do lado

Ronda

Alguma coisa mudou nesses últimos três ou quatro dias. Ou nada mudou. O fato é que meus abismos voltam aqui e acolá e não são dias de paz.

Um irmão operado em Itaperuna depois de uma decisão corajosa de mutilar o estômago desaconselhada por mim, inclusive no blog. Que fazer? É meu irmão, o coração aperta do mesmo jeito.

A impossibilidade de passar o aniversário de Chicó com ele por conta de compromissos e compromissos.
Provas pra corrigir, aulas pra preparar e eu nem sou professor. Você vai aceitando uma coisa aqui, outra ali e quando vê, já ocupou o tempo todo com trabalho de forma a estar sempre com dívida.

E uma saudade doída de Luisa, achei ela meio triste no telefone, carente de mim e eu muito dela. Vontade de pegar aquela pequena e sair por aí como fizemos eu, ela e Laura há dois anos atrás.

E um cansaço de pedra fazendo ronda.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Noel Rosa no you tube

Toque Salu, que o forró tá bom demais


Eu quase comprei uma rabeca do mestre Salu quando ele veio ao Rio fazer show no CCBB. Depois lembrei que nunca tive talento para rabecas e desisti. Que pena!
Hoje quando soube da sua morte, lembrei desse episódio. Era de uma simplicidade singular e um talento ímpar. Mestre de Siba e Chico Science, era um Deus do maracatu e ícone da zona da mata de Pernambuco.
Morreu de arritmia cardíaca provocada por Doença de Chagas no dia dos meus 47.
Era um apaixonado pelas manifestações culturais e as transmitiu aos seus 15 filhos.
Ando meio triste esses dias, deve ser meu coração rabequeiro que andou rateando. Sua bênção, Mestre Salu!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Umas e outras



Das coisas que mais gosto, uma delas é ficar à toa com Laura, Luisa e Chicó. Foi o que fiz de sábado até hoje de manhã. Nem o esquecimento do receptor de antena em Niterói atrapalhou nossa harmonia.
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Uma pérola achada na estante virtual: Sammy Davis Jr e Laurindo de Almeida. Irretocável! Alguns standarts que eu nem ligava muito, são recriados ali com muita delicadeza e valorizados pelo violão de Laurindo e pela voz de Sammy.
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Ando gostando muito das segundas, nada estranho para um deprimido. Mas essa está um pouco cansativa, não sei se a viagem, não sei se o acúmulo de coisas. Parei tudo pra escrever um pouco. Escrever trás de volta o meio de tudo.

sábado, 20 de setembro de 2008

São Paulo

Wanderley, Guaraci, Caio, Alberto, eu, Moacir e Cláudia. Meu grupo de Medicina Baseada em Evidências. Todos somos mais bonitos do que nessa foto pálida.
Curso de MBE é show do João Gilberto pra mim. É uma forma diferente de se ter o mesmo prazer. Fico até 22 horas, como ficamos ontem na Associação Médica Brasileira e saio dali querendo mais. Portanto quando chegar certificado, vou anexá-lo a esse post da mesma forma que anexei o ingresso. O que me dá prazer, acho bom fotografar como testemunha.
Fico embasbacado comigo mesmo do quanto a possibilidade real do aprendizado me renova. E com o inevitável quanto mais aprendo, menos sei.
A S10 me aguarda no aeroporto. E as saudades também!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Mirisola e a rotina

Nada pra se comer, a não ser uns morangos comprados antes de ontem já bem velhos. E uma dor intensa nos pés por conta de cinco horas seguidas de aula (em pé) hoje. Preguiça, cansaço e pé, não necessariamente nessa ordem, não vou descer não.

"Ela não vem. A gente falou em cartas que jamais teriam respostas. A garota queria saber o meu e-mail e o que eu estava fazendo. Eu disse que às vezes ficava romântico e às vezes era apenas um viciado em aspirinas, Nino Rota e barbitúricos fora de moda, tipo benzedrina e sonhos de valsa em papel de celofane. Que gostaria de tê-la ao meu lado. Só isso.
- tenho cep, Cris, serve?"

O trecho acima é de Bangalô, Marcelo Mirisola, que estou lendo agora. Ótimo!

É inverno em Niterói. Que fazer? Hoje saí todo encapuzado e o Sol abriu. Minha cota de idas à Barra está aumentando por conta das aulas. Um porre deixar o velho centro e Renatinha, Sandra, Longarino e o Professor.

Amanhã São Paulo. Curso de diretrizes na Associação Médica Brasileira. Já falei que não nutro grandes admirações por sair da base. São Paulo sem Camila perde metade da graça.



quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Até ontem

Não adianta, eu não vou polemizar.

Posto isso, vamos ao bom dia de hoje. A feira do livro voltou para a Carioca. Ótimas compras. E hoje consegui na Estante Virtual o clássico Um Romance de Geração, de Sérgio Santanna. Clássico só pra mim, pouco importa, que li o livro há cerca de 25 anos, emprestado de um amigo meu já falecido. Tive vontade de ler de novo, cadê de achar o tal do livro. Agora consegui. Já depositei o dinheiro, acredito que dessa vez ele vá chegar.

Numa Flip com Pepininha, Sérgio Santanna prometeu enviá-lo prá mim por AR. Já faz quatro anos e nada!

Caminhei na hora do almoço da Vargas até a praça Mahatma Gandhi, sempre parando aqui e ali. Feira do Livro, Escuta Som, Al Farábi, Beringela, barraquinha de DVDs da Cinelândia, camelódromo pra comprar cd virgem. Estava levinho, levinho, apesar dos quase 120.Bom almoço. Fim do dia e meu pé dói no lugar de sempre. Fascite plantar. Não adianta não, Professor, vai ter que infiltrar.

Tive vontade de comprar ingressos pro TIM festival pelo menos Stancey Kent ou Rosa Passos, mas dá uma trabalheira muito grande.

Estou ouvindo devagar o novo de Marcelo Camelo. É disco pra ouvir devagar. Ainda não dá pra falar nada.

Renatinha me obrigou a gastar uma pequena fortuna com molduras. Assim eu vou à falência mais rápido do que imagino.

Luisa ligou ontem só de saudade. Isso sim é um grande acontecimento. Eu também, Lu, coração pequenininho!

Prá bom entendedor

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Obrigado pela companhia



Nesses últimos tempos, venho sendo paparicado, pajeado, afagado por meus amigos. Nada melhor pra um sujeito que adotou a solitude por companheira há muito tempo. É um gesto aqui, um afeto ali, tem sempre um.
E assim passam-se os dias. O trabalho vai rendendo com bons resultados, as coisas caminham. Tudo flui com muita naturalidade.
O Professor Schott já me contou a história do colono que trabalhava por elogio. Não queria nada com dinheiro, só um elogio no fim do mês. Elogio não enche barriga, mas eu acho que reconhecimento é uma moeda cara hoje em dia. Posso compreender perfeitamente esse colono.

Tudo isso são bobagens desnecessárias de se escrever, lapsos elucubrativos de meia idade. Mas é possível que meus quatro leitores entendam essas pequenas linhas e compartilhem comigo desse bom momento de paz.
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Um Astro em Minha Vida (péssima tradução para 10 items or less) não deixa de ser um ótimo filme sobre amizade e consideração que acabo de ver.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sinal de segunda

Passei o domingo de cama com uma virose que trouxe de Foz junto com os chocolates e acepipes. Aproveitei pra ver os quatro primeiros episódios de Ugly Betty, ótimos. Com todo o maniqueismo, a história pobre, o roteiro insustentável, ótimo de ver, especialmente com dores na panturrilha.
Só para registro, assisti à Evidências de um crime, mais do mesmo nessa linha suspense-morte-pecado.
Chove e faz frio em Niterói, coisa esquisita pra essa época. Acordei meio chumbregado hoje, mas vim trabalhar. Chego aqui, melhoro. É sinal de segunda!

Milton Nascimento

Que bom, amigo
Poder saber outra vez que estás comigo
Dizer com certeza outra vez a palavra amigo
Se bem que isso nunca deixou de ser

Que bom, amigo
Poder dizer o teu nome a toda hora
A toda gente
Sentir que tu sabes
Que estou pro que der contigo
Se bem que isso nunca deixou de ser

Que bom, amigo
Saber que na minha porta
A qualquer hora
Uma daquelas pessoas que a gente espera
Que chega trazendo a vida
Será você
Sem preocupação

sábado, 13 de setembro de 2008

A regra do jogo


Foi o que Virgílio me disse já há muitos anos. Em eventos desse tipo, se aprende mais com a conversa dos bastidores do que com as palestras. Assim, tivemos (eu e meu staff) bons embates durante o evento. Lidar com intercâmbio entre operadoras é um jogo de silêncios e palavras medidas. Saber entrar nesse espaço sem se resvalar em riscos é uma arte. Uma prática do dia a dia.
Com o tempo, a gente amadurece. Dei sorte em encontrar um grupo coeso e motivado. E que fala comigo por olhos e gestos. Já nos entendemos assim.
Tudo seria mais fácil se as regras fossem seguidas à risca. Acertos políticos vivem atrasando o processo. Acertos inventados atrasam ainda mais. Principalmente quando alguém já pagou pelo serviço prestado.
Auditor deveria se preocupar somente com boa prática médica. Essa é a regra do jogo. Eu autorizo, você se compromete a prestar o melhor serviço para o meu cliente, eu pago. Fim!
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A noite de ontem foi a melhor das noites Jantamos na Argentina. um entendimento fraterno de amigos tornou a conversa leve e duradoura. Pouco falamos de auditoria, mas tentei de alguma forma expor os postulados desse texto.
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Renata, Sandra e Longarino tomaram conta de mim o tempo todo. É bom mesmo ter amigos assim.
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Que mais?? Um passeio pelas Cataratas (minhas pauturrilhas em petição de miséria!), uma ida ao duty free da Argentina pra comprar chocolate prás crianças, e muitos banhos noturnos no ofurô natural do aquífero. Achei o evento tecnicamente melhor do que o do ano passado. Mas ainda longe do conteúdo e do resultado do primeiro. Ano que vem a gente tenta outra vez.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Em Foz


O Hotel Mabu é um duplo A, sendo muito generoso e depois de uma boa garrafa de vinho. A tabuleta presa no jornal, a cama muito mole, a luz que não tem temporizador são delitos graves no Lima Score hoteleiro. E depois, pra quem acabou de sair do Hotel Serrano em Gramado, fica difícil classificar melhor esse hotel. Dormi razoavelmente bêbado e razoavelmente bem.
Estou em Foz do Iguaçu para o Congresso Nacional de Auditoria Médica, na companhia luxuozíssima de Renata, Sandra, Longarino, Longarina e metade dos auditores do nosso colégio no Rio, amigos de longa data. Sinto falta do pardieiro no Ingá e muita falta de Lau, Lu e Chicó.
No mais, estou em casa. Perto daquilo que faço, com quem faço e esse Aquífero Guarani, o maior manancial de água doce do Mundo e do qual o Hotel Mabu herda uma piscina natural de águas termais irresistível!
O congresso começou devagar. No primeiro dia, tiramos muito mais das conversas do que das palestras. Vamos ver amanhã.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Um ótimo filme brasileiro

Peguei por acaso. Tenho um certo preconceito com filme brasileiro. Esse monte de história de país de terceiro Mundo, sofrimento de mãe, luta armada, já cansei de ver.
Mas aí veio esse Não por acaso. Nunca tinha ouvido falar do diretor Philippe Barcinski, premiado por dois curtas, outro tema que passa longe daqui. É um ótimo filme.
A solidão de dois homens que levam suas vidas orquestradas pelas geometrias de seus trabalhos. Bela fotografia, imagens bonitas de São Paulo, sendo uma vista da serra, um achado.
E Leonardo Medeiros em uma atuação primorosa, já tinha feito a diferença em Nossa vida não cabe num Opala, mas aqui, ajudado pelo bom roteiro, ele se supera.
Recomendação duplo A para cinéfilos desconfiados do cinema nacional!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

30 dias de noite e mais um triplo A



De repente veio, sem querer, uma onda de bons filmes de terror. Agora esse 30 dias de noite. Os vampiros estão de volta! Em menino, gostava de ver o Drácula de Christopher Lee. Em 30 dias de noite, os vampiros se modernizaram. A história acontece em uma pequena cidade no Alasca, onde o sol não surge durante 30 dias na estação do inverno.
O grande trunfo do filme é a participação de Melissa George, a Laura de Em Terapia. Ela e Maria Manoela estão disputando a cadeira Triplo A do Lima Score.
E a terça correu muito bem. Almocei calmo com Renatinha no Filé e Folhas. Depois um capuccino no Palheta e um resto de ótimo dia bem trabalhado.
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De Amós Oz, em entrevista no Globo de sábado: "A literatura não tem que mudar por conta da tecnologia. A literatura não pode ser nada diferente de sua essência. Sempre vai haver quem goste de literatura e quem goste de diversão eletrônica. Escrevo para quem gosta de ler. E há muita gente assim," Transfira a frase para a música, para a arte, para a vida. Por mais conservadores que sejam seus métodos, há sempre quem queira escutá-los. Os desafios estão todos aí.
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NB: prefiro a Melissa morena da segunda foto.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A moça da Cantareira

Num galho de goiabeira
Banquei o Tarzan pra você.
Foi num chá-de-panela
Ou na festa junina:
O garoto magrela caiu,
Minha sina cair
Ao ver você…

Eu levei tombo de bonde,
No baile me esparramei,
Das escadas da Penha
Ao laguinho da Praça
Até hoje acham graça
Dos vexames que eu passei.
Numa seresta, na Vila,
A valsa eu te dediquei
E apesar do luar,
Que subia do morro,
Tropecei no cachorro e caí,
Todo mundo vaiou, menos você…

Em Paquetá, tão discreta,
Você fingiu não notar
Quando fiquei sem freio
E a cruel bicicleta
Pegou uma reta e me atirou do quebra-mar…
Só uma vez não caí:
Na terça de Carnaval…
Vesti o velho pierrô de cetim
Pra tentar ver você no Boulevard.
Sei que riam as máscaras só de mim
Na confusão ao redor
E num cordão, bailarina de organza e filó,
Você não estava só.
Eu fiquei firme e sorri,
Você não retribuiu:
Um arlequim te envolvia
Em seu lenço de lança
E você pedia mais…
Sei que riam as máscaras só de mim
Nos guizos da insensatez:
Ao ficar firme de amor,
Ora vejam vocês,
Meu Deus, caí de vez.
Aldir Blanc
Se ficar melhor, estraga, assim têm sido as segundas.

O que falta pra mim é cruzar com aquela moça de novo. Dessa vez, eu não deixo ela ir não.

Quando vim prá cá com 17, olhou-me com tal ternura, que fiquei ali parado olhando fixo como se fosse mármore. Na faculdade, ensinou-me toda a profundidade do amor maduro.

Segui seus passos na Santa Casa no meio de uma sessão clínica, quando vi, sumiu. Depois no consultório em Miracema, tentou suicídio com Lexotan, tratei dela. Mal dei alta e já foi sumindo na poeira. Apaixonei-me pela moça do centro cirúrgico certo de que era ela. Um dia, peguei a moça na estrada de Miracema, e quando pareceu que dessa vez, eu firmava, evaporou-se de vez.

Minha vida tem sido mesmo acreditar que ela ainda existe, que está por aí. Então eu vou olhando pela Cantareira a multidão apressada e, tem hora, penso vê-la.

Mas logo some no meio do povo, quem sabe terça, quem sabe outubro, quem sabe quando?

domingo, 7 de setembro de 2008

Talento inútil


Pra quem gosta de um bom trash, Planeta Terror é um ótimo filme. Fiz uma cópia pra assistir longe das crianças, devido ao desfile de cérebros, fígados, tripas e testículos que permeia o filme. Produzido por Quentin Tarantino e Robert Rodriguez e dirigido pelo úlimo, conta a história de vítimas de uma epidemia mutilante produzida por um gás utilizado na guerra do Iraque, que acaba caindo numa cidadezinha pacata americana. A doença é altamente contagiosa e transforma as pessoas em verdadeiros presuntos podres vivos.
Duas beldades fazem participações interessantes no filme:Marley Shelton a Rose McGowan.Lá pela tantas, uma diz pra outra que todo talento inútil um dia serve para alguma coisa.
E o filme nada mais é do que o exercício do talento inútil de Robert Rodriguez.
Categoria 1A!

Rápidas de domingo


De volta ao meu velho pardieiro no Ingá. E ao quibe de micro ondas!

Tem um (Paul) Auster e um Amós (Oz) novo. O Mundo anda!

Enquanto isso em Miracema, houve o Mirafantasy(!) E em Pádua as meninas dançaram pra Academia Paduana de Artes (!!!). Laura conseguiu fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Seu zeloso pai já meio cegueta despencou de Miracema à meia noite e a resgatou como Bety Boop. Chegou às seis em casa. O Mundo vira!

Ontem foi um comício em cada ponto da cidade. Comício agora tem telão que toca funque o tempo todo! E meninas bonitinhas bebendo a rodo. Será que elas sabem nome do candidato?

E o Fluminense empatou mais uma que poderia perfeitamente ter ganhado. Acompanhei o jogo com meus fieis escudeiros Chicó e Luisa. E aquele comentarista do Sportv - o que é aquilo????? - nem quero guardar nem verificar o nome daquela coisa falante. O Fluminense se esguelando pra fazer um golzinho e ele mandando: - O Grêmio tem mais time! Acabei brigando com Chicó e Luisa e pedindo o penico!

E hoje teve Parada de Sete de Setembro. Está no meu currículo: ex presidente do Centro Cívico Antenor Rego, porta bandeira do Brasil por vários anos de marcha quase fúnebre. Cai o pano!

sábado, 6 de setembro de 2008

Bobagens rotineiras


Faz calor em Miracema. Tento ficar quieto com Laura, Luisa e Chicó, mas o plantão telefônico não deixa.
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Laura e Luisa se mexem o dia todo. Quando vou ver, saiu uma pra fazer unha, outra pra estudar na prima, que fazer? Tento compenetrado assistir a Ben 10, Pokemon, Os padrinhos mágicos e outras fanfarronices que Chicó adora.
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Logo mais tem baile a fantasia. Já decretei minha ausência. Vou ficar aqui tomando conta de Chicó e Luisa tomando conta de mim. Ontem já teve a versão infantil. Luisa foi de Jonas Brothers (na foto, com Luisa 2 e Marcela)
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Quem se interessa por essas bobagens caseiras? O fato é que esse blog virou um certo compromisso comigo mesmo (e com meus quatro ou cinco leitores) e eu sinto falta de conversar com ele. Sem assunto, vai a rotina mesmo. E rotina com Laura, Luisa e Chicó, dormir até tarde, a comidinha da Diô e o espírito leve, é sempre boa coisa.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Lembranças do meu futuro


Meu amigo Cláudio, do sebo Escuta Som, adquiriu mais um acervo de cerca de 3.000 cds. Comprei algumas relíquias. Dessa vez o morto era mais chegado em música brasileira. Tinha muito disco no plástico ainda. Pensei na minha biblioteca e saí dali correndo.
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Meu avô morreu confinado na cama em 1970. Convivi muito com ele em seus últimos meses de vida. Eu tinha 9 anos. Era um leitor compulsivo, meu avô. Tinha uma pequena biblioteca nos fundos da casa. Depois que morreu, botaram fogo nela, com medo das baratas. Consegui salvar alguma coisa. Meus primeiros Maria Alice Barroso (Um nome para matar) e Gabriel Garcia Marques (Cem anos de solidão) vieram da biblioteca do meu avô.
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Do meu outro avô, herdei a folgazanice espiritual e o amor inquebrantável pelas mulheres. E o indefectível talento para tocar violão. Meu avô, como eu, tocava muito mal, mas mandava ver nos saraus miracemenses.
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Meu estômago parece ter voltado ao normal. Santa bromoprida!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Notas rápidas

O excesso de carne vermelha azedou minha quarta. Abdome distendido, dor epigástrica, náusea, só faltaram os vômitos incoercíveis para dois dias de internação. E o pior, dormi muto mal ontem e hoje.
Acabei me atrapalhando aqui no serviço. Vim disposto a terminar um projeto e o dia todo foi gente me "perturbando" (é no bom sentido, mas não deixa de ser uma perturbação) para resolver outras coisas. E o estômago queimando. Sandra Carreirinha ficou atônita também. No fim do dia de ontem, o índice de resolutividade estava entre 72 e 74%. Razoável!
Hoje recomecei, dependo de Adriana pra continuar. Enquanto espero, vou escrevendo essas notas rápidas.
No meio de uma crise de ausência, esqueci meu celular em casa. É um sinal clássico. Toda vez que mando um e-mail pro pessoal da empresa informando que meu celular está ausente, pode contar: dormiu mal à noite.
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No meu Ipod aqui do lado, Milton Nascimento manda Canoa, Canoa. E eu viajo prá lá.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Carne vermelha

Fomos comemorar a vitória da empresa de estar entre as 25 melhores para se trabalhar no Rio de Janeiro, na Churrascaria Oásis. Muita carne vermelha indigesta e de noite Cheguei em casa exausto. Com orgulho no peito, mas exausto. Sozinho como um fósforo queimado e exausto. Sentindo falta de dois sonrisais e exausto.
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Foi uma boa terça, Deus ouviu meus xingamentos de ontem. Trabalho rendendo bem, o Professor Schott agora full time entre nós. Comemoramos o aniversário dele no Filé e Folhas. Mais carne vermelha.
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Dei uma segunda chance pros novos discos de Geraldo Azevedo e Elba Ramalho. Uma rápida audição anterior tinha detonado os dois pro fundo da caixa de novos cds. Coloquei as canções pra rodar no Ipod. Ambos continuaram fracos. Uma centelha aqui, outra ali do que já foram. Elba agora deu pra cantar samba. E é o que faz de melhor no novo disco. Cadê a cantora densa de Palavra de Mulher? E Geraldo, tentando se repetir desarvoradamente sem o mínimo charme das velhas canções.
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Cheguei em casa e tinha uma mensagem do Jadim, desejando feliz aniversário. Jadim é dos meus quatro ou cinco melhores amigos. Mas há muito que não nos falamos. Nem precisa. Sabemos o quanto um significa para o outro. Ouvi-lo foi muito bom e comovente.
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Como foi a troca de torpedos em Gramado com uma velha amiga. Torpedos orgasmatrônicos em Gramado. Uma história de muitos anos resumida em 16 torpedos.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Zéu Brito


Hoje deu uma saudade danada da Cantareira. Fiquei uma hora preso na perimetral. Também acho que o amor é a ausência de engarrafamento.
No vazio engarrafado, fiquei ouvindo Zéu Brito, Saliva-me. Ecos de Raul Seixas e Tom Zé, esse menino vai longe. Voz encorpada, ótimos deboches, uma ótima surpresa. O disco, apesar de gravado em 2005, parece só agora ter aparecido. Valeu o engarrafamento.
Também ouvi o novo de Carla Bruni. Também um bom disco. A moça canta direitinho e carrega a sensualidade dos franceses na voz.
Passei pela Boa Viagem e pelo MAC pra evitar mais um engarrafamento no Ingá. Sábia decisão! Cheguei em casa depois de uma hora e quarenta de trânsito!
E de bom humor! As segundas têm me surpreendido. Trabalho fluindo, viagem tranquila. Acho que a segunda mudou pra terça e não avisou a ninguém!

Travado

"Diferente o samba fica Sem ter a triste cuíca que gemia como um boi A Zizica está sorrindo Esconderam o Laurindo Mas não se sabe onde ...