terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Cinco livros

Li muito menos do que deveria em 2008, não mais do que duas dúzias de livros. Quero voltar à minha velha disciplina em 2009.
A ida a FLIP sempre rendeu boas conversas e dessa vez não foi diferente. Os destaques da FLIP foram O Santo Sujo, a vida de Jaime Ovale, Humberto Werneck, que só deu para folhear, e O despenhadeiro, Fernando Valejo, que li e gostei.
Os melhores que li em 2008 foram;
Tarás Bulba, Gogol, nova tradução do russo, excelente, indispensável.
Homem comum, Philip Roth em plena forma literária.
Os detetives selvagens, Roberto Bolaño, um clássico obrigatório.
O conto do amor, Contardo Caligaris, uma grata surpresa.
Homem no escuro, Paul Auster, um ótimo final de ano.

Mínimas

Compro dvds e... não vejo! Vejo quase só os filmes que loco por obrigação de devolver. De forma que só ontem assisti ao excelente Obrigado por fumar. Muito divertido e instigante
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Por falar em diversão, ontem fui na Beringela e tinha um livro chamado Porque o sexo é divertido?. Contrariando o título, confesso que, depois dos 40, aprendi que diversão é das coisas menos importantes no sexo. O mais importante é não ter pressa. É saber explorar as sutilezas da pele e do tato. Sexo é tempo.
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Ontem, último almoço do ano aqui da empresa, fomos almoçar no famoso Casual da Rua do Rosário, esperando que o Chef Santos nos saudasse com um bacalhau de comer ajoelhado. Pura especulação. O bacalhau veio insosso, como o arroz e tudo mais que tinha nele. Categoria 1B, sendo benevolente.
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Passei o natal na casa de dois irmãos de fé: uma parte no Jadim e outra no Alexandre. Deu pra aliviar um pouco a ausência das crianças que passam o natal com as mães (e o ano novo comigo).

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Noite de paz

Meu pai foi sócio nos anos 70 e 80, da Usina Santa Rosa em Miracema. A Usina já fabricou a melhor cachaça do Estado: a Rosa de Prata. Hoje é um arremedo de ferro abandonado.
Mas me lembro que em 79, havia um cartão de natal com uma foto preta e branca da Usina contendo a seguinte frase: "que o Natal traga a paz necessária ao progresso". Simples assim.
Eu tinha 18 e fiquei encantado com a frase. Nunca esqueci do cartão.
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Nos meus últimos natais, esse cartão tem voltado sempre, como um alumbramento: que mistério daquela frase havia me deixado tão impressionado?
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Eu tinha um certo orgulho do meu pai por ter conseguido levantar a Santa Rosa depois de muito trabalho, esforço pessoal e doação. Uma vida inteira de trabalho coroada com um empreendimento daquela monta. Aquele cartão podia também simbolizar tudo isso.
Eu era um menino completamente sem noção das responsabilidades da vida, tudo que fazia era estudar e ouvir música, não necessariamente nessa ordem. A idéia de trabalhar e ganhar meu próprio dinheiro ainda não havia me contaminado. Eu era feliz e, sim, sabia!
Dava valor às pequenas coisas, como aquele cartão. Esse cacoete de dar valor às pequenas coisas, eu ainda não perdi.
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Hoje sei muito bem que o recado que o menino mandava para si mesmo ao longo desses anos todos, era o de procurar estar sempre em paz. Que a paz é a chave de todas as frases, de todos os recados.
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Em tempos de paz, é possível resgatar aquele menino apaixonado por um simples cartão. É isso que desejo a todos os meus bons amigos.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Cinco discos

Estive hoje revendo Perdas e Danos. Deve ser visto, revisto e aprendido. A alma humana é um abismo e filmes como esse ajudam a entendê-la melhor. A cena final com Jeremy Irons é das mais comoventes que já vi. Louis Malle dá mais uma aula de cinema denso.
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Depois pra relaxar, levei Chicó pra ver Madagascar 2. Muito bom!
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Francis Hime Álbum Musical 2 é um dos grandes do ano. Mostra que o lado B do compositor também é de primeira linha e merece ser explorado.
Yamandu Costa, The Tokyo Sessions, parece ter sido gravado com o capricho que não temos ouvido nos álbuns instrumentais desse ano.
Banda Glória convida Cristina Buarque é um excelente disco de samba, talvez o melhor do ano.
Ney Matogrosso, Inclassificáveis, só ratifica a excelência do canto de Ney.
Serrat e Sabina, dos pajaros de un tiro, outro disco ao vivo que cresce aos poucos quanto mais ouvimos. Ótimo!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Já chegou contando as horas


A água transbordou em Santo Antônio de Pádua, deixando filho e amigos próximos semi-desabrigados. Chicó veio pra cá pouco antes do município entrar em calamidade. Não há muito que fazer por enquanto, a não ser estar agradecido ao destino por ter trazido Chicó a tempo e saber que Laura e Luisa estão bem em Miracema.
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Tenho estado ao mesmo tempo em quatro cidades por conta de filhos, trabalho e moradia. São quatro preocupações e nem sempre estou na que mais precisa de mim naquele momento. Mas torço para que tudo se reestabeleça rapidamente, a tempo de termos um natal digno.
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Renatinha se mandou e nem se despediu de mim. Senti falta do abraço das 16, Renatinha! Aproveita bem suas férias. Trabalhar com você em 2008, foi um privilégio.
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A presença de Chicó aqui me transformou num ás do play station, voltei a comer no indefectível Mc Donalds e pretendo assistir Madagascar 2 amanhã. Pouco tempo pra desconversar.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O coração dos homens

Fico apavorado de como as pessoas mudam. Uma pessoa de uma suavidade tão delicada e doce, de repente, a custa de uma ascensão profissional inadequada, se torna uma pessoa fria, competitiva. Aqueles olhos tão sinceros de outrora, cadê? Ou será que fui eu que mudei e estou enxergando desesperança em tudo quanto olho?
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Mas qual!? Renatinha ainda é a mesma de 30 anos atrás quando estudávamos no ABEL e nos estudávamos um ao outro com a curiosidade alegre dos olhos dos jovens. Ainda posso ver claramente que os olhos brilham da mesma forma suave e delicada de 30 anos atrás!
Quando nos abraçamos, ganhamos tempo abraçados, por acreditar que um vai sempre estar ao lado do outro e quer levar dali um pedaço daquele abraço.
Já ando sofrendo por antecedência das férias da Renatinha.
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Mas voltando ao primeiro parágrafo, nada aconteceu de novo, como no verso do livro de Paul Auster, "enquanto gira o Mundo bizarro". Apenas um desapontamento aqui, um aperto ali. O coração dos homens está carente de afetos verdadeiros. Esses que valem mais do que qualquer
outra coisa!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Time sheet

06:30 - levantar
06:50 - caminhar na chuva
07:00 - pegar a barca apinhada de gente
07:30 - dar uma passada no Cláudio
07:50 - tomar café com pão e manteiga
08:00 - responder e-mails
08:15 - dar dois pareceres, um sobre cateter, outro sobre IgE específica
08:45 - ligar pro consultor reserva
09:00 - iniciar os trabalhos sobre tratamnento da osteoporose
11:00 -fazer matéria sobre consultorias
11:15 - ler a ata do Colégio Nacional de auditores e o material referente à reunião
12:00 - almoçar no Trapiche Rosário
12:30 - dar uma passada no Cláudio
13:00 - continuar os trabalhos sobre dotrecogina alfa
15:15 - dar uma passada nos e-mails pornográficos do Ney
15:30 - responder e-mails novos
16:00 - traduzir um estudo comparando o alendronato com o raloxifeno
17:00 - sair na chuva
17:30 - ir ao terapeuta
18:30 - ir embora na chuva.
19:00 - pegar a barca apinhada de gente
20:00 - chegar em casa cheio de vazios.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Ôu, Nouuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!!!

Não tem nada pior do que copiar um dvd. Chicó queria uma cópia das Tartarugas Ninjas, mas depois de 4 "Ôu,Nouuuuuuuuu!!!!!!!!" (resposta automática que sai do aparelho quando alguma coisa masca lá dentro), e 4 mídias jogadas no lixo, desisto solenemente. Acho que os dvds sobreviverão por conta desse pequeno detalhe. É muito enjoado copiá-los.
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A perda absoluta de tempo (não é, Camila?) levou meu bom humor nesse domingo de manhã chuvisquento.
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Nada que um sorriso da Laura ou um comentário do Chicó não desmonte. Luisa dorme angelicamente. Ela que está certa!
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João Ubaldo tem usado os números muito habitualmente nas suas crônicas dominicais. "A frase os números não mentem nunca deixou de ser verdadeira. Contudo, os números só existem na cabeça do homem, e o homem mente. Ou seja, é fato que os números não mentem, mas há grande fartura de gente que os emprega para mentir. E os números costumam intimidar quem os escuta, principalmente aqueles que, imagino maioria, em que a matemática ressuscita o terror experimentado nos bancos escolares. A precisão do número é mortal e dá sempre a impressão de que quem os utiliza, numa argumentação qualquer, tem razão." Pra quem lida com estatística, sabe que esse raciocínio simples de Ubaldo é por demais, sábio. Ôu, nouuuuuuu!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Um dia calmo e um filme besta

Esse foi um sábado bastante calmo em Miracema com meus filhos. Tento de todo jeito dar a eles o máximo de mim, pra compensar a ausência dos dias úteis. Cada um está numa fase diferente da vida, mas é interessante observar o elo que Luisa (13) mantém com Chicó (7) e Laura (16), cada um em sem tempo.
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Desafortunadamente, fui atrapalhado pelo filme Cinturão Vermelho. O filme, apesar de contar com Alice Braga (bem) e Rodrigo Santoro (médio) no elenco, é muito ruim. Nem a participação de Luciana Souza cantando a capela numa boate se salva. Absoluta perda de tempo.
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No mais, nada aconteceu de imprevisível. Fico feliz assim. As crias em casa, a polenta da Diô, uma chuvinha intermitente pedindo cama macia.

Pescadora de pérola

Quando vim pra Miracema em 1987, no primeiro plantão que fiz na Casa de Saúde São Sebastião, atendi a um senhor que acabara de sofrer um acidente vascular cerebral. O nome, posso dizer, que depois de paciente, virou amigo, então vai aqui o nome do amigo: Anderson Alvim. Seu Anderson, como sempre o chamei, foi acompanhado por mim como paciente e amigo por muitos anos de clínica médica e amizade. Recuperou-se muito bem , a custa de um esforço pessoal digno dos grandes homens que dão valor à vida.
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Além da medicina, conversávamos muito sobre música e literatura. Eu andava ouvindo muito os velhos cantores e tinha uma afeição especial por Carlos Galhardo. É fácil gostar de Galhardo com aquele vozeirão sentimental. Difícil foi aprender a gostar de Orlando Silva. Ouvia o Carinhoso milhares de vezes e não conseguia gostar tanto como gostava de Francisco Alves ou Carlos Galhardo. Até que conheci uma canção chamada Meu Romance, do carioca de Vila Isabel J. Cascata. Orlando despertou para mim e dali pra frente nunca mais deixei de ouvi-lo. Posso dizer com toda tranquilidade que Orlando Silva foi o maior dos nossos cantores. Mesmo no final, quando sua voz foi consumida pelo vício em morfina, cantava bem. Seu Anderson era fascinado por Meu Romance e por Orlando.
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Mais tarde, quando Marcos Sacramento lançou A Modernidade da Tradição, belíssimo cd de uma voz também privilegiada, vi que tinha gravado Meu Romance, mas a gravação está muito longe da interpretação emocionada de Orlando.
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É sabido que Vinícius de Moraes dizia que São Paulo é o túmulo do samba. O tom de deboche hoje ganha contornos de grave injustiça, pois que grandes composições de samba têm saído de São Paulo, através de Eduardo Gudin, Celso Viáfora, Rubens Nogueira, e ainda Vanzolini, Adoniran, etc. Fabiana Cozza, que atualmente canta samba como ninguém, também é de São Paulo.
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Cristina Buarque tem conseguido tirar leite do túmulo. Com sua voz tímida, porém correta, Cristina tem feito os melhores discos de samba dos últimos tempos. Sem contar o carioca Samba de Fato e Cristina Buarque cantam Mauro Duarte, Cristina gravou com o Terreiro Grande, e agora um disco maravilhoso com a Banda Glória, ambos de São Paulo. Cristina vai desfilando seu repertório de pesquisadora incansável, outra atividade que exerce em primeira grandeza. E aí a gente ouve Conversa Fiada, Não me olhes assim, Salve o Américo, Chinelo velho, e muitos outros maxixes e sambas de sair pulando de satisfeito e orgulhoso da nossa música. E uma gravação de Meu Romance, de deixar Orlando satisfeito lá em cima.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Cinco canções

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade
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Chuva, Jorge Fernando
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Nem percebi que é quase natal. Tenho evitado convites festivos, reuniões de fim de ano. Meu trabalho, minha casa, meus filhos, já são uma comemoração diária. Suificientam-me quase sempre.
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Cinco canções de 2008.
Difícil nominar depois de ouvir tantas.
Vamo lá. Chuva, de Jorge Fernando, com Mariza, foi ouvida ao longo do ano todo, chovendo ou fazendo Sol. É um fado moderno tocante.
Louco por você, de Ivan Zigg, do disco de Clara Sandroni (Cassiopéia), com a percussão aquática comovente de Carlos Fucks, não parou de tocar na rádio desconversa FM.
Questão encerrada, de Rubens Nogueira e Paulo César Pinheiro, com Rubens e Juliana Amaral entrou agora na lista e já foi indicada. É um samba canção de primeira.
De terra para humanidade, de Tom Zé, com Tom e Badi Assad, do cd Estudando a bossa. Depois do show de João Gilberto, foi a homenagem mais bonita que a bossa nova recebeu.
Finalmente, a delicadíssima Toada, de Mário Séve e Guilherme Wisnick, com Mõnica Salmaso.
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Contudo, a música que mais ouvi em 2008, em trocentas versões (as que mais ouvi foram as de Gary Burton e Gidon Kremer) foi o Invierno Porteño. É muito reconfortante redescobrir um Piazzolla a cada nota da vida. E essa canção tem o desfecho mais lindo da história da música.
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Descubro lamentoso que meu amigo Flávio abandonou a crônica do blog Flávio Diário. Ultimamente, os blogs têm sido um ótimo refúgio para boas leituras e segundas opiniões. Espero que volte.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Outros tempos

Chegando de São Paulo, passei pela desagradável experiência de não conseguir antecipar meu vôo. Ora, a Gol é uma empresa que fez toda sua história vendendo a imagem da objetividade e da rapidez. O lanche sempre foi uma barra de cereal, agora nem é mais. É um lanche TAM pasteurizado!
Nem imagino quais sejam os critérios de compra de passagem pela minha empresa. Ultimamente, só tenho viajado pela TAM. Minha tarifa TAM oscila entre aquela que colocam um tapete vermelho para você entrar, ou seja, é só chegar no aeroporto e remarcar, e aquela que não tem jeito nem de mexer no assento. Nunca me preocupei muito com isso!
Mas hoje a reunião terminou mais cedo e tentei antecipar o vôo e fui surpreendido pela nova determinação da Gol/Varig. Os tempos são outros e só fazem piorar.
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"Zé Renato interpreta a Jovem Guarda" soa meio equivocado. Zé tem uma voz muito bonita e sempre foi muito bem visto tanto no Boca Livre quanto nas incursões pelo samba (o disco em que canta Zé Keti é clássico). Mas como todo o aparato musical da jovem guarda é medíocre, acho que Zé deveria ter optado por canções mais conhecidas. Vou ouvir outras vezes, mas não gostei da impressão inicial.
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Ontem fui a um evento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardíaca e Hemodinâmica em São Paulo. A ética necessária para o tratamento adequado à indústria vem sendo motivo de grandes polêmicas na classe médica americana. Aqui no Brasil, o que ainda é muito incipiente quer sair do armário. Saí dali satisfeito com o que vi.
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O Hotel Estamplaza Paulista é desses hotéis que não vendem a imagem (por fora parece muito simples), mas tem tudo muito certinho. Cama box excelente, chuveiro funcionando bem, e os controles do ar e da luz são no aparelho de telefone. Um duplo A!
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Mais uma vez, minha noite paulistana resumiu-se ao hotel. Cansaço e velhice em comunhão de bens!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Cinco filmes

Estou cansado. Resolvi andar a pé até minha casa hoje, nem é tão longe assim, mas nas circunstâncias atuais, é uma viagem. Nem posso me dar ao luxo de elogiar essa segunda. Foi uma segunda penosa. De trabalho e compreensão. Sabe, ter amigos ao seu lado no trabalho torna tudo muito mais fácil.
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Aproxima-se o fim do ano e começam as antologias de 2008. Começo pelos filmes. O melhor que vi foi Queime depois de ler. A crítica d'O Globo deu apenas bonequinho sentado para o filme. Como assim????????? Nem vou ficar discutindo com a crítica.
Vi Bárbara Heliodora detonar Vaca de Nariz Sutil e Sérgio Brito achar o máximo! Então quem é o crítico correto? Ou será que a crítica vai me influenciar a ver a adaptação teatral de um dos grandes livros de Campos de Carvalho?
Não tem jeito. Queime depois de ler é o filme de 2008. E não se fala mais nisso!
Em segundo lugar, Senhores do Crime, maravilha de suspense misturado com violência de Cronenberg. Em seguida, quase empatado, Onde os fracos não têm vez, outra pérola dos Cohen. O cavaleiro das trevas e A vida dos outros finalizam a minha seleção. Ainda não vi Vicky Cristina Barcelona, mas tem sido muito bem recomendado. Se for, substituo por um dos cinco acima, não sei qual. Certamente não será Queime depois de ler.
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No cenário nacional, o único que recomendaria é Não por acaso, boa história com atuação melhor ainda de Leonardo Medeiros.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Vazio

Enquanto Laura vai se consagrando lá em Pádua, sigo meu domingo inútil aqui em Niterói.
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Domingo de filmes inúteis: Arquivo X (fraco), Memórias de uma gueixa (médio) e MR 73, um policial francês com Daniel Auteiul (bom). No fundo, os filmes não têm culpa.
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Nem a inútil comida do Restaurante Dona Santa aqui do Ingá (ruim).
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Nem o empate inútil e chorado do Fluminense com o Ipatinga (ruim).
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Nem a tentativa inútil de encontrar esse ou aquele disco, esse ou aquele livro na estante.
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Nem essa desvontade inútil de comprar as coisas que a Diô pediu pra Miracema.
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Tudo está meio embaçado nesse domingo. Eu sei bem que o que há de mais embaçado e inútil é o que meus olhos vêm por dentro: vazio.

O tempo da delicadeza

Longarino falou, em seu discurso, que o que os uniu (ele e Liliana) nesses 30 anos foi a delicadeza. Esse discurso delicado e um bocado de prosecco deixou a gente comovido como o diabo. Salve Longa!!!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Pérolas aos poucos

Euclides trouxe de volta o Sol para o Simpósio das Unimeds do Estado do Rio de Janeiro. Desde que entrou para a presidência da empresa, nunca mais choveu no SUERJ, que, antes, era conhecido pelo lazarento nome de CHUVERJ.
O SUERJ é um evento político, pouco se tira dali de cunho operacional. Fizemos uma mesa lá para 15 gatos pingados interessados em medicina baseada em evidência e boa prática médica. Lembrou-me de um show de Luiz Melodia que assisti há muitos anos atrás no Teatro da UFF em Niterói. Programado para 21 horas, Melodia apareceu à meia noite, quando quase todo Mundo já tinha ido embora, inclusive a banda. Pois bem, Melodia fez um show belíssimo de voz e violão para uma platéia seleta de 15 gatos pingados! Foi assim, guardadas as devidas proporções, que me senti diante daquela platéia de 15, e agradeço muito o empenho incansável de Sandra Carreirinha e Valéria, pois fomos convidados a fazer essa apresentação há uma semana do evento e nem estava na programação oficial.
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O Club Med é um duplo A com louvor. O louvor se deve às ondas do mar batendo em nossos ouvidos e acalentando nosso sono cansado. Perde no entando, no item comida farta, porém insossa e em outros pequenos detalhes.
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Na sexta de noite dançei muito depois de muitos chopps. Não há nada mais patético para um sujeito que detesta dançar do que... dancar! Ponhamos assim, dancei mais pra queimar o alcool consumido agudamente. Mas, confesso, não vejo qualquer graça naquele bate estaca reluzente e as pessoas se mexendo pra lá e pra cá. Sou efetivamente um sujeito datado, perdido em alguma boa conversa de afundar noite dos anos 80 do século passado!
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Rosecrilda, não há como fugir da verdade: Amandita está se tornando uma Triplo A. Vamos envelhecendo e nossos filhos cada vez mais aparecem aos nossos olhos orgulhosos! E no mais, tudo é menor!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O quinto

Vou deixando meus abraços afetuosos para Laura, que dança esse domingo em Pádua, sem a minha presença. Isso de sem a minha presença tem me deixado desolado. Que fazer? Trabalho domingo também quando é preciso. E nesse fim de semana, estarei preso num evento em Angra dos Reis. Filha, quando estiver dançando, pode saber que um quinto de mim vai estar lá, esse quinto invisível que se contorce de dor pela ausência do resto. Esse seu velho pai que às vezes, tem vontade de ser só um quinto, só pra te dar um abraço apertado depois da apresentação.No mais, tenho certeza que tudo correrá bem. Espero pelo bis e pela oportunidade.
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Pra Liliane e Longarino pelos 30. Cara, eu nem imagino o que é ter 30 anos de casado. Fui casado algumas vezes e bem sucedido em todas. Bem sucedido a ponto de não me permitir uma continuidade que fosse menor do que a separação. Tenho inveja dos amantes de 30 anos, de como foram solidários e unidos. Bom, agora é tarde para ter inveja. Por tudo isso, meu mais sincero agradecimento por fazer parte dessa familia. Longarino tem sido muito mais do que um bom amigo nos últimos anos. É um parceiro da qual não se pode perder distância nunca. E faz o melhor camarão na moranga da face da terra.
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Como já disse, vou estar num evento em Angra a partir de amanhã, terei muito pouco tempo pra desconversar. Espero que a terra seja leve nesses dias!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Datas

Estou em Miracema hoje pra formatura do Chicó (do CA para a primeira série). Queria alertá-lo sobre a vida, mas o que se pode fazer com um menino de 7, que está apenas começando? Que passos serão seus passos, que esquinas, que prazeres?
Chicó é uma incógnita pra mim. Ele fez absoluta questão que eu viesse, não sou dado a esse tipo de evento, na verdade estou bastante angustiado com o tanto que estou acumulando de dívida trabalhista por conta dessa formatura. Mas como recusar, depois de não ter estado aqui pro aniversário, etc, etc? Datas, como são inúteis as datas!
Luisa firme aqui comigo, vai ouvindo meus lamentos, não deixa meu barco afundar de jeito nenhum. É outra que não merece a angústia do pai.
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Vi Um plano brilhante, Demi Moore absolutamente envelhecida, cadê aquela menina de O primeiroano do resto das nossas vidas? Demi Moore tomando banho de banheira já foi um facho de alumbramentos pro menino que fui.

Onde comer bem no Centro do Rio

O tempo tem mostrado que comer no Centro do Rio é tarefa cada vez mais complicada. Ando limitado aos restaurantes antigos que como há mais d...