quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Se a vida lhe oferecer um amendoim torrado...


Minha primeira refeição hoje foi o amendoim da gol. São Paulo tem sido um pesadelo toda semana. Não é pela cidade, nem pelo trabalho, nem pelo cansaço acumulado, e ainda nem mesmo pelo amendoim. O que mais me assusta são as companhias aéreas. Não tenho influência sobre a empresa que viajo. Imagino que seja feita uma cotação, etc, etc. Fato é que ultimamente tenho viajado muito de gol. A gol é disparada a pior de todas. Dificulta a antecipação de voos, oferece um amendoim de lanche e a cara de "conforme-se" dos seus aeros (moças e velhas). Quando cai óleo na pista do Santos Dumont (como hoje) eu tremo, não pelo medo de derrapar, mas porque a malha aérea atrasa muitos vôos.

Não quero deixar passar um breve comentário sobre o episódio onze da terceira temporada de Boardwalk Empire, aquele em que Aphonsus Capone chega para ajudar Nuck. É tão perfeitamente memorável quanto o quinto da primeira temporada. Perfeito. Como meu pai, fiquei ali embevecido esfregando a mão o tempo todo.

Hoje acordei com Gonzaga Leal, De mim. Comprei o disco no Arlequim e estou ouvindo homeopaticamente para alongar o prazer de ouvir canções tão bem costuradas. Hoje acordei com Arco do tempo, de Paulo César Pinheiro. Os ouvidos agradeceram.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Meu mocó de saudade e esperanças

A moça olhou de cima e mandou:
- O Sr é o décimo segundo da lista de espera por vaga na creche. Aguarde nosso telefonema!
O menino não fez um ano ainda e já tem que brigar por vaga! É a vida! Certamente não terá os privilégios do menino que fui. O menino que fui é um homem do interior, acostumado a pais, tios, avós e amigos por perto. Hoje em dia, a solidão já nasce com o sujeito.
Nesse meio tempo, já fui a São Paulo algumas vezes e nada trouxe de lá. Assisti Rosa, Marisa e Vitor, botei pra tocar a segunda trilha de Boardwalk Empire e o novo de Sérgio Santos (Rimanceiro), trabalhei muito mais do que deveria e tenho tentado parar pra escrever qualquer coisa de inútil, mas está difícil.
O "mas está difícil" levou uma semana para ser escrito. Antigamente adorava escrever, mas detestava botar as cartas no correio. Já hoje que não há mais necessidade de correio, não tenho mais tempo pra escrever.
Comecemos então por Rosas Passos no Rival. Um luxo! Eu já tive o privilégio de assistir Itamar Assumpção desconstruir uma canção do Djavan (Boa noite) e transformá-la numa pequena obra prima. Pois Rosa deu vida a um repertório inteiro que já tinha sido descartado da minha biblioteca. E cantou Dunas lindamente no bis.
Passamos o último final de semana num hotel fazenda em Piraí, cujo único diferencial era o fato de não pegar telefone algum, o que convenhamos, já é um grande benefício agregado. Chegamos a tempo de ir ao Vivo Rio assistir Marisa Monte. Fui pela Manu, já tinha visto a cantora em outras oportunidades melhores. Cercada de uma banda de primeira, Marisa repassou seu próprio repertório, a maioria das canções com Arnaldo Antunes, a maioria manjada, tirando as do disco novo, muito fraquinho. Mesmo assim eu gostei, inclusive já incluí Depois na minha seleção de canções românticas (parece mesmo uma velha canção do Taiguara).
Gostei muito de Vitor Ramil. Tirando o fato de ter sido numa terça de noite (ou seja, entre uma terça dia quente e uma quarta dia mais quente ainda!), e uma versão ruim de uma canção ruim do Dylan, o show foi perfeito. Colaboraram a presença de Luisa, o velho e ressuscitado Tereza Rachel e um barzinho árabe próximo ao teatro que me serviu um kibe muito semelhante ao do Seu Abdo. 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Já viu Frances Ha?

"Todos os problemas do homem vêm de sua incapacidade de sentar-se silenciosamente em uma sala."  

Já comecei o dia com música alta no ouvido. Pra quem viaja de São Paulo para o Rio cedo, trabalha e viaja novamente do Rio para Fortaleza de tarde, só a canção salva.
Corro o risco de fazer um texto picado e desconexo, pois me ocorre escrever uma frase a cada dia. Essa aí de cima foi escrita em 26 de setembro. A que abre o texto, ouvi num episódio da quarta temporada de Bordwalk Empire que vi não sei quando. É possível que esse texto mesmo não se esgote nessa data.
Mas em São Paulo, tudo é possível. Nos corredores silenciosos do Caesar, nos faróis desordenados da Paulista, no trabalho trabalho trabalho, tudo é possível.
Em Fortaleza, experimentei um camarão no alho num pé sujo de comer ajoelhado. Esqueci o nome do pé sujo, mas não esquecerei do sabor. No mais, tive ganas de voltar o quanto antes pois não gostei daquele bafo quente da Praia do Futuro. Os olhos do mar me assustaram.
Tenho ouvido Marcos Nimrchter (Querência) e Bobby Mc Ferrin (Spirit you all), mas não dá pra falar muito desses ainda. Ainda é de Marcos, a Santa Morena (Jacob) mais bonita que já ouvi, num duo com o acordeonista espanhol Cuco Perez no teatro da UFF, no encontro de Niterói com Espanha em 2006. Faz muito tempo isso, mas os ouvidos não esquecem.
Voltei pro hotel agora há pouco, passei antes no ching ling pra comprar um cabo de carregar o Iphone.
Em São Paulo, tudo é desmesurado, oblíquo e  urgente.
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Ainda não??? Então, vá!!!

Triste cuíca

Aceitar o castigo imerecido Não por faqueza, mas por altivez No tormento mais fundo, o teu gemido Trocar um grito de ódio a quem o fez As de...