domingo, 2 de julho de 2017

Ildo Lobo


Si bô krem 'm kreb 

Si bô ka krem mesmo assim 
'M kreb si mé 
Bô é kê nha estrela guia 
Cretcheu d'nha pensar 
Bô é kê nha razão d'vivê

Ildo Lobo, Incondicional 



Raríssima manhã fria de junho no Largo da Segunda Feira, Sol opaco, abro o computador para trabalhar e saco da biblioteca as mornas e as coladeras de Ildo Lobo. Dali pra frente tudo deu certo. Tento (e juro que consigo) entender o português misturado do caboverdeano e parece que a língua fica mesmo mais bonita. Aprendo rápido que o motor da vida é o amor. Concordo.
Não há qualquer preconceito nas letras, ninguém reclama de discriminação racial, é tudo muito romântico como um Caymmi ou um Jorge de Lima.
Conheci Ildo Lobo logo depois de Cesarea e Bonga. Ainda era tempo em que se baixava gratuita e legalmente os discos e Ildo só tinha três. O primeiro que veio e ainda o que mais gosto foi o Incondicional. Lançado em 2004, mesmo ano da sua morte, deve ter chegado pra mim uns cinco anos depois. Grudou no ouvido.A voz tinha um que de Altemar Dutra ou seria apenas impressão do meu ouvido sujo. De todo modo, Nós amizade pode ser perfeitamente categorizada como bolero. Pelo menos está na minha antologia de boleros, 
junto com Chavela e Los Panchos.
Falei de Ildo com Alberto Rui no Arlequim na época, e ele se lembrou dos Tubarões, primeiro conjunto de Ildo, que ainda não conheci.Que bom que ainda existe para ser explorado!
Quando fui a Portugal, comprei os discos e trouxe para ter uma sonoridade melhor das canções. Foram essas que ouvi hoje.
Há muitas variantes numa manhã fria de sábado em junho no Largo, mas hoje foi Ildo que abençoou e fez a minha luminosa.

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