terça-feira, 9 de agosto de 2022

After life


Fico sabendo pelo Globo que fulano lançou um disco de rock, e beltrana um outro. Já tive (ainda tenho) muitos discos de rock, mas já não pretendo explorar o novo. Estou decretando que gastarei o resto dos meus dias com meus fados  e a canção brasileira, que são o que mais gosto de ouvir. E, nos melhores, pegarei o violão e tocarei para mim mesmo qualquer canção de afeto.

Também quero dedicar o tempo que me sobra mais a meus filhos do que a qualquer outro relacionamento. Penso que estou bem comigo mesmo e já perdoei ou já me considero perdoado por todos os meus (muitos) erros. A vida passou e é necessário um novo começo, mais brando, menos visceralista como sempre foi.

Nunca tive apego por dinheiro. O que me deram a custa de muito trabalho foi para o gasto. Tento distribuir da forma mais justa para trazer um mínimo de conforto para as crianças e, obviamente para mim. No mais, dinheiro não vale de nada.

Buenos Aires é o lugar ideal para você entender o quanto o dinheiro nada vale. Você enche a carteira e os bolsos de notas de mil pesos e eles vão embora muito rápido. Daí você enche de novo e de novo eles somem. Levamos alguns dólares sobrados de uma outra viagem, mas tínhamos que trocar a conta-gotas, e no final, acabamos pagando com o resto dos dólares mesmo. Continuaram não valendo muita coisa. 

Rick Gervais esbanja talento em After Life. As três temporadas na Netflix valem cada minuto de atenção. A maioria dos personagens é bizarra. Todos convergem para o mesmo caminho: os diálogos por vezes ácidos e por outras acolhedores com Toni, o personagem de Rick, um deprimido que perdeu a esposa para o câncer e não consegue se encontrar mais. 

Por fim, essa edição mixuruca da Saga do Cavalo Indomado da minha escritora predileta: Maria Alice Barroso. No meio de tantas edições caprichadas de outros autores, veio esse livro de bolso, muito semelhante aos livrinhos de faroeste que meu pai lia. Maria Alice merece muito mais do que isso.


 

Travado

"Diferente o samba fica Sem ter a triste cuíca que gemia como um boi A Zizica está sorrindo Esconderam o Laurindo Mas não se sabe onde ...