segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A Rosa de Hamilton e Laginha

Pode ser que os puristas desconfiem, mas para meu ouvido simplista, Mundo de Pixinguinha é o mais brasileiro dos discos de Hamilton de Holanda. Rasguei a semana ouvindo Seu Lourenço no vinho, a Canção da Odalisca, e evidente, as mais conhecidas. A que mais me agradou inicialmente foi Rosa, costurada pelo piano de Mário Laginha e pelo bandolim de Hamilton. Não é preciso fazer muito para que Rosa fique admirável (até Marisa Monte e Ryuichi Sakamoto conseguiram), mas Hamilton e Laginha extrapolaram. De deixar o dedo nervoso estragar o touch do Itreco de tanto que volta.
Tem me ocorrido prestar mais atenção em Maria João e Mario Laginha. Noutro dia, Monica Salmaso cantou uma canção deles no Rival (pés no chão) cheia de querelas do Brasil, fiquei maravilhado.
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Agora em Vitória, 3 ou 4 dias depois de escrever esse primeiro parágrafo, acordo no terceiro hotel diferente em 3 noites e já não consigo precisar as incontáveis vezes que voltei Zambujo cantando Lábios que beijei. O cancioneiro brasileiro é um rosário interminável de salvação para a alma. Ontem no avião, consegui terminar o disco de Gonzaga Leal. Gonzaga se aproxima muito do conceito de pescador de pérolas Consegue extrair canções esquecidas nos discos. "Você disse não lembrar" já tinha chamado a minha atenção no disco de Adriana Calcanhoto, e Gonzaga só veio confirmar as minhas melhores expectativas com a música. Ainda não consegui gostar do esperado dueto com Cida Moreira, mas vou dar mais algumas chances.

Tento desistir a todo custo dos jogos do Fluminense. Nada me deprime mais do que ver o time tão apatetado. Já não há clima para a permanência de Luxemburgo, por mais conservador que nós torcedores sejamos. Não adianta nada disso, estou sempre em frente à tv, angustiado.

De volta a São Paulo, debaixo de chuva torrente e atraso de vôo, algumas semanas já se passaram desde que comecei a escrever essas notas inúteis. No meio das nuvens, aconteceu! Aconteceu que até as nuvens, nada tinha chamado a atenção no disco novo da Deolinda, Mundo pequenino. Ainda. No meio da viagem, aconteceu Não ouviste nada. É verdade. Agora ouvi!

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