terça-feira, 28 de abril de 2015

Estrela da manhã

Só de juntar a voz perturbada de Arnaldo Antunes com a voz limpa de Ná Ozzetti em "Noturno do Mangue" já valeu pelo disco, mas Ná e Zé tem muito mais do que isso.
Na verdade, esperava um disco mais solene, menos experimental. Depois de ouvir umas tantas vezes em várias ordens, não consigo mais tirá-lo da agulha. Faz companhia a Kátia Guerreiro e Zambujo, outros dois que ouço convulsivamente.
E o disco póstumo de Mercedes Sosa (Angel) que comprei em Buenos Aires. Parecia mais uma oportunidade caça níqueis de dar vida à voz de Mercedes, mas é muito mais do que isso.
Feliz com meus discos. São eles que me salvam no trabalho, no avião, na bicicleta.
Enquanto isso a vida passa. Olho para os lados, era preciso que o tempo estacionasse, mas não há jeito. 
Acabo de ser notificado da morte de Antonio Abujamra. Foi se uma referência. Sua leitura da Estrela da Manhã dormiu comigo muito tempo. Aprendi a gostar dos poetas ouvindo Autran, Rangel e Abujamra.
Provavelmente nenhum dos Manuéis, nem Pessoa, nem Drummond, teriam um impacto tão significativo na minha vida se não fosse Abu.

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