sábado, 18 de junho de 2022

Aproveita que passa

"Sempre coloco coisas leves e engraçadas no meu Instagram! Por respeito e também pela dor que estou sentindo, vou dar um tempinho. Daqui a pouco coloco minhas bobagens de novo."

André Abujamra

"Meu caro senhor, pobreza nâo é defeito, e isso é verdade. Sei ainda mais que bebedeira não é virtude. Mas a miséria, meu caro senhor, a miséria é defeito. Na pobreza, o senhor ainda preserva a nobreza dos sentimentos inatos, já na miséria ninguém o consegue, e nunca. Por estar na miséria um indivíduo não é nem expulso a pauladas, mas varrido do convívio humano para que a coisa seja mais ofensiva; o que é justo, porque na miséria eu sou o primeiro a estar pronto para ofender a mim mesmo."

Fiódor Distoiévski, Crime e castigo

Não tenho a mínima vontade de escrever, mas as pessoas que escrevem , dirigem, atuam e produzem melhor passam por mim e me apraz guardá-las. 

Passei o fim de semana isolado por conta da COVID, e provavelmente estaria isolado, mesmo sem ela. Por sorte, estou na minha cidade, e acabou ficando menos desesperador. 

Comecei a reler o Crime e castigo, na tradução direta do russo de Paulo Bezerra. Peguei a dianteira e li umas cem páginas de letras miúdas. As miúdas cansam meus olhos vazados. Mas compensaram cada página. 

E vi Amália, o filme, que estava na prateleira há anos sem atenção. Não se trata de um documentário sobre Amália Rodrigues, nem um filme sobre a história do fado, que existia muito antes dela. É, em linhas gerais, uma história romântica semi ficcionista sobre a vida de Amália. Está mais para drama. Aguentei as duas horas, mas não recomendo aos meus dois leitores. A interpretação é boa, a música sublime, mas o filme parece não dar liga.

Também vi acho que o nome  é Arremessando alto, na Netflix. com Adam Sandler, esse sim , ótimo para passar o tempo. Era um filme para ter assistido com Chicote, muito mais admirador do basquete e da NBA do que eu, mas Chicote não estava aqui neste fim de semana. 

Também estou revendo a terceira temporada dos Sopranos. É a melhor, tem de ser. Lembrava-me já do que acontecia (a morte da mãe, o estupro da terapeuta, o desabrochar de Meadow), mas dos diálogos, das sutilezas, não me lembrava de nada. Está sendo ótimo.

E por fim, a sexta de Peak Blinders. Está tão boa de ver que ando economizando os capítulos.

Nenhum comentário:

Travado

"Diferente o samba fica Sem ter a triste cuíca que gemia como um boi A Zizica está sorrindo Esconderam o Laurindo Mas não se sabe onde ...