quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Mais um domingo perdido

"O pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau e pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhadaputa
de fazer chover
em nosso piquenique."


Minha filha mandou o ingresso. Fui pego de surpresa, Ando com medo de sair de casa à noite, ainda mais para ir à Barra da Tijuca. Tive esperança que, assistir a um show de Caetano e Bethania, era para afugentar qualquer dos medos. Uma agência de turismo ofereceu um ônibus de luxo para levar e trazer. Comprei. Não adiantou muito.

Passei parte do domingo tentando arranjar uma desculpa para não ir, outra parte muito pequena me convencendo a ir e uma última que não entendia porquê de tanta resistência. Acabei deliberando que iria, nem que fosse um pouco, que fosse para estar com Laura uns poucos minutos.

Essa história não termina com um final feliz, do tipo fiquei tão encantado que fui até o final do show. Nem que o menino que fui renascesse pelo menos por duas horas e vibrasse nele uma nota. 

A Farmasi Arena é um lugar muito ruim. Desconfortável, com uma arquibancada com exíguo espaço entre as cadeiras, tive as mesmas dificuldades que tenho com subir e descer escadas, o medo de me estabacar a qualquer momento, como já aconteceu no Maracanã, no Estádio do River, já podia sentir a hora que iria despéncar.

Assisti ao primeiro set dos dois juntos, pedi desculpas e penerei. Peguei o primeiro uber que pude e voltei pra casa.

Minha filha deve ter ficado desencantada, ou mesmo constrangida. Não me acho mais digno de ter filhos assim. 

Eu virei um sujeito sem graça. Assisto a show e videos no YouTube pra não precisar sair de casa. O menino que pulava entre um "seis e meia " e outro já não existe. 

Há algo que nunca poderia ter dado certo me incomodando. Mas eu me atirei de corpo e alma. 


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