sábado, 20 de novembro de 2021

Guardar uma coisa

"Dê-se farto ao dissecar das aulas de anatomia

(Indigente é muito título a quem nem o próprio nome escolheu)

Não tomes do teu tempo, a lembrança

Não espere teus relatos

Serás um volume a mais na estante 

Encadernado de mentiras

(Provavelmente com o título errado)

Abrace a sentença da vida sem perder a rebeldia

Assuma os filhos de tuas palavras

A consequência de teus discursos

(Use menos verbos imperativos que esse poema)

Instale-se na última opção do cardápio

Plante com paternidade alguma virtude

Mas principalmente e de olhos vidrados

Busque a beleza.

Extraia com precisão microscópica a beleza da rotina

Não preocupe-se

As normalidades não passam de velhos hábitos

Repetidos à exaustão. 

Algo precisa romper o tédio 

(Assuma esse voluntário propósito)

Ah e ainda há amor

Este misterioso fluido 

que...

pouco se cabe conjecturar...

Resista ao trágico passar dos dias

20 anos estão condensados em alguns segundos de memória

E começo a suspeitar que num piscar de olhos

Terão passado 80 com a mesma rapidez.

Cabe dizer que não se sabe o fim, o quando, o quanto, o resto

Nada

Mas há muito contento em sua própria loucura

Ah...E é claro!

Sugiro começar perdendo a lucidez."

Bernard Sader Tinoco

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