domingo, 5 de junho de 2022

Bang & olufsen

No espaço daquele quarto

Onde eu matei minha sede

Ficou meu cheiro de estrato

No chão, na ama, na rede

E parte do meu retrato não descolou da parede

Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro, Guardados

Está frio em Miracema. Minha solidão vai encontrando as paredes imensas da casa e sinto falta dos filhos. Diô não veio hoje e tive que fazer meu próprio café. Fui salvo pelo capuccino da D Belita, presente do Jadim. Um achado, só comparável ao capuccino da charutaria em baixo do prédio que trabalho em SP.

Tento dar sentido ao domingo. De manhã, arrumei livros, discos e filmes que estavam entulhados no escritório. Não há mais estantes para ocupar, e algumas prateleiras parecem asfixiadas. Essa casa grande também tem a função de acolher a biblioteca, mas ainda faltam estantes.

Também fez-me companhia nesse domingo frio o jogo do Fluminense em Caxias do Sul. Não dá para reclamar do time jogando num campo encharcado. Aquilo não foi jogo. Três pontos para o Juventude que não querem dizer absolutamente nada. O time é ruim e vai continuar ruim, lutando a cada partida para não ser rebaixado. Já o Fluminense... Bem , precisamos acreditar que o time vai começar a ganhar. 

E depois do almoço, assisti Licorice Pizza. Foi um dos melhores filmes que vi esse ano. Embora não haja menção no filme, o título é uma gíria americana para discos de vinil. É uma história de amor muito delicada que acompanha a relação entre uma moça de 25 anos (Alana Ham|) e um menino de 15 (Cooper Hoffman), os dois inspiradíssimos. O filme ainda conta com participações muito especiais de Sean Penn e Tom Waits e tem uma trilha sonora fantástica, com pelo menos duas canções que já tinha esquecido delas, mas vou escrever aqui para que a memória não me pegue de saia curta de novo: July tree (Nina Simone) e Let me roll in (Paul McCartney).

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Nunca fui à Dinamarca, mas tenho um player de cds com um som hi-fi maravilhoso que veio de lá. E ontem terminei a noite ouvindo a canção Guardados, do primeiro disco do Sérgio Santos. Voltei muitas vezes àquele ponto. Fez-me bem.

E agora estou aqui a escrever bobagens para matar o tempo. A gente não aprende nunca.


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