domingo, 12 de junho de 2022

Um jogo para não esquecer

"Sempre tive uma grande necessidade de estar sozinho, preciso ter meu quinhão de isolamento, e, quando não consigo, como nos últimos cinco anos, a frustração que surge pode às vezes se transformar em pânico ou agressividade. E, quando aquilo que me levou para frente, durante toda a vida adulta, a ambição de um dia escrever algo brilhante, de algum modo se vê ameaçado, meu único pensamento, que me corrói as entranhas, é que preciso fugir."

Karl Ove Knausgard, a Morte do pai, Segunda edição, página 33

Estou lendo A morte do pai, primeiro volume da trilogia autobiográfica desse moço aí de cima, cujo nome parece ter sido retirado da série Lilly Hammer, aquela que ressuscitou Silvio Soprano (Ótima!). Escolhi esse trecho para expressar meu encantamento e como tenho me encontrado, como tenho descoberto a mim mesmo dentro da história. É livro para ler devagar, para não perder uma única palavra. Escrito com coragem, sem concessão.

O Fluminense meteu cinco no galo mineiro e a alma saiu lavada do jogo. Nunca nutri muita simpatia pelos times mineiros. Quando moleque, meu primos de São Lourenço torciam para os cariocas, e como eu sou um quase mineiro, achava que só existiam o Vasco, o Flamengo, o Fluminense e o Botafogo no futebol do Rio e de Minas. 

Jogos das 21:30 são verdadeiros castigos para os insones, mas aquele não teve jeito. De ver e rever os gols, os melhores momentos e acordar no dia seguinte com vontade de ver de novo. Assisti na Globo, com comentários de Roger Machado. Como comentarista, Roger foi um ótimo jogador. Ele não desistiu do Atlético nem quando o Fluminense fez o quinto gol! Faz parte. 

Não foi nenhuma humilhação. O time do Atlético valorizou cada jogada e fez o que  pode, mas quarta era dia de tricolor. 

Que venham outros, e que sejam diferentes da derrota de ontem para outro Atlético, o goianiense. Por pouco não perco a vontade de escrever esse texto, que já estava cuspido na minha cabeça.

Nenhum comentário:

Travado

"Diferente o samba fica Sem ter a triste cuíca que gemia como um boi A Zizica está sorrindo Esconderam o Laurindo Mas não se sabe onde ...