sábado, 4 de junho de 2022

Eu sou aquele que o tempo não mudou



O frio miracemense vai se assomando ao outros prazeres de estar na cidade. E nada muda e é tudo muito simples. 

Entre reunião e trabalho, há tempo para ir ao Celso cortar o cabelo, ter uma aula presencial de violão, comprar frutas e doces, e de noite, caminhar até o Le Jardan e ficar ali jogando conversa fora. 

Mas o fim de tarde dessa sexta reservou algo muito especial. 

Tinha separado alguns filmes para ver e esse ficou ali estacionado no enorme banco que acomoda os filmes, livros e cds que ainda não foram catalogados. É um Nanni Moretti novo. O mesmo Nanni que me ofereceu O quarto do filho em 2001 e Habemus Papam em 2011. Pesquiso e descubro que há outros filmes dele que ainda não vi e isso me remete ao título do livro da Zélia: Benditas coisas que eu não sei. Eles virão no tempo certo e é muito bom que existam.

Mas esse de ontem, o último do diretor, se chama Três andares (Tre piani). Está muito perto de ser uma obra prima. São histórias de três familias que moram em três andares de um mesmo prédio. Mistura afeto, dor, prazer, sofrimento, um conjunto de sentimentos tão pessoais e tão delicados. É possível encontrat um pedaço de nós em cada um dos personagens. Terminei o filme querendo que não acabasse nunca, com aquela sensação que a gente tem (ou pelo menos tinha) quando sai do cinema muito leve, como se flutuasse.

Também pesquisei o autor do livro que inspirou o filme, o israelense Eshkol Nevo, nunca traduzido no Brasil. Que pena!

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