terça-feira, 10 de setembro de 2024

Não sei dançar

" Uns tomam éter, outros cocaína

Eu já tomei tristeza, hoje eu tomo alegria

Tenho todos os motivos, menos um de ser triste

Mas o cálculo das probabilidades é uma pilhéria..."

Manuel Bandeira


Eu sei, eu sei, eu vi Antonio Nóbrega esse ano (que honra!) também vi Caetano e Bethânia. Vi artistas que provavelmete não verei mais. Mas nenhum desses me impedem de reconhecer que o Festival de Sanfona e Chorinho de Rosal foi o acontecimento musical do ano.

Rosal é uma cidadezinha na ponta norte do estado, um finzinho de Mundo, onde reina a paz e a música. Não há brigas, nem roubos, você pode deixar seu carro na rua em qualquer lugar permitido. Não há pousadas, a gente costuma ficar nas casas dos que lá habitam e alugam seus quartos para a festa. A culinária não é lá essas coisas. Nada disso tira o charme e o encanto do festival. 

As atrações, de altíssimo nível,  se revezam até meia noite e eu não me imponho limites: de maneira corrente, fico até o último show. Tento dormir o que posso e no sábado já estou pronto para a sanfonada. A sanfonada é um evento à parte. Velhos sanfoneiros tocam e dançam pelas ruas de Rosal. Não há como não lembrar do Mário e da Marila, de como eles estariam felizes de estar aqui.

São dois dias para reencontrar e abraçar velhos amigos queridos que não vemos nunca a não ser em Rosal. E de estreitar mais ainda a convivência com os que a gente já considera irmãos. Esse ano, por um contratempo, as meninas não vieram. Pena!

Há espaço inclusive para os que não gostam de choro, que ficam nos arredores do palco bebendo e conversando. Não é, evidente, o meu caso. Eu procuro, com respeito e admiração acompanhar cada show com o maior envolvimento possível. E filmo e fotografo como se fosse um repórter.

Nesse mundo perverso em que você nunca sai de casa sem saber se volta bem, Rosal é um oásis de tranquilidade, boa música e uma comunhão de amigos que pouco se vê nos dias de hoje. 


Não sei dançar

" Uns tomam éter, outros cocaína Eu já tomei tristeza, hoje eu tomo alegria Tenho todos os motivos, menos um de ser triste Mas o cálcul...