quinta-feira, 2 de abril de 2009

Luzes da mesma luz

Nós
Almas tão irmãs
Gêmeas na paixão
Corpos que se dão
Em busca de prazer
Deve ser
O destino que cruzou
Os nossos instintos pra fazer
De tantos carinhos o porquê
Da vida em comum

Nós
Pétalas sem flor
Pérolas de um mar
Que ninguém nadou
Nos cabe navegar
Mergulhar
Descobrir o que é que há

No fundo mais fundo em nosso ser
Se quem naufragou no bem querer
Pode se salvar
Pra onde irá?
Que barcos virão pra resgatar
Os sobreviventes da ilusão
No meio do mar da solidão?
Melhor nem pensar

Cá estamos nós
Amor faça jus
A quem ama em paz
Luzes da mesma luz

Gudin/Natureza

Leila Pinheiro é de altos e baixos. Um de seus altos já seria suficiente pra ela não precisar fazer mais nada pra garantir o passe para o céu: o disco com canções de Guinga e Aldir. Agora gravou um disco com músicas de Eduardo Gudin. A idéia já tinha sido usada por Fátima Guedes e mais recentemente por D Inah. Fátima fez um disco perfeito com Gudin e cordas. Não há retoques. O de D Inah está na fila para ser ouvido com mais atenção mas parece um ótimo disco. Como não ser, quando se grava Eduardo Gudin?
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Pois bem, não é preciso ouvir o disco de Leila pra já considerá-lo uma obra prima. Leila gravou ao vivo com Gudin, Fábio Torres, Zeca Assumpção, Celso Almeida, Milton Mori, Teco Cardoso e Guello, que time! É o segundo disco do ano que não ouço e já recomendo. Pode comprar sem medo!
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Eduardo Gudin possivelmente foi o melhor presente que São Paulo deu à música brasileira. Tem discos memoráveis, muita gente boa de hoje começou com ele. Estranhamente, nunca vem ao Rio, nunca consegui escutá-lo ao vivo. Em Paraty, onde Maria Martha se apresenta no Margarida Café, pude conversar com ela sobre a timidez de Gudin. Maria Martha dá uma outra desconversa.
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Há alguns anos atrás, fui ao lançamento do disco do poeta Sérgio Natureza. Uma antologia de canções de Sérgio, regravada por outros autores. Senti falta de Luzes da mesma luz, dele e Gudin. Sérgio não teve como discordar, é uma obra tocante. Letra muito bem costurada pelo violão de Gudin. Leila, obviamente, regravou. Ponto pra Leila!

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