terça-feira, 30 de junho de 2009

In Bruges

Não sei quem quer pagar uma fortuna a Woody Allen pra filmar o Rio. Diana Krall fez isso de graça e em grande estilo. O show gravado no Rio e lançado agora em DVD, bem como o disco Quiet Nights são ótimos, ainda que careçam de grandes originalidades. Os arranjos de Claus Orgeman lembram muito o Amoroso.
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Por falar em homenagens, foi uma bela surpresa esse filme Na mira do chefe, cujo nome original é In Bruges. Bruges é uma cidadezinha perto de Bruxelas e serve como belíssimo cenário do filme. Quase deixo passar pelo título insosso.
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Um dos grandes amores da minha vida escreveu-me dizendo que virou avó! É uma afronta! Definitivamente, envelheci. Mas continuo em exposição!
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Minha mãe trouxe caldo de inhame e abobrinha pra janta. Muito bom! Agora que me acostumei às mordomias de casa e à companhia do Chicolino, tenho que levantar vôo de novo. Amanhã me mando pra Paraty com as meninas. Pela primeira vez com elas. A partir de amanhã, o blog desconversa direto da Flip!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Ballecito para dois pianos

Nem bem começou minha uma semana de férias e já sinto falta do trabalho. Articulei algumas coisas aqui de Miracema, mas senti falta da minha sala, da Sandra Carreirinha, do pessoal de hoje, da segunda no centro com todas as suas perspectivas doces. Aprendi nesses últimos anos a extrair prazer do que faço. E aí passar no Cláudio cedo, chegar meio mau humorado no serviço e ir melhorando aos poucos, tomar café, almoçar com os colegas, são ritos inestimáveis para mim. Sinto falta deles.
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Estou ouvindo, reouvindo e treouvindo o Duo Moreno Capelli tocando Guastavino, o ballecito para dois pianos. É possível viajar com essa música. Ouvi pela primeira vez com Nelson e Martha. Depois não parei mais de ouvir.
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Enquanto isso, a Diô vai me acostumando mal. Casa limpa, comida quentinha, banana cozida, polenta, as coisas vão combinando com esse frio miracemense. Vamos indo.

domingo, 28 de junho de 2009

Só umas coisinhas do domingo

Veríssimo e Ubaldo impagáveis no Globo de hoje. O primeiro destilando veneno nos monoteismos do Oriente Médio e suas consequências desastrosas e o segundo, fazendo o que tem feito de melhor: metendo o malho no senado. Num país como o nosso, é revigorante saber que há um mínimo de gente atenta e com uma opinião sensata sobre a canalhice. Ler João Ubaldo é como estar sendo informado do resumo de tudo que se passa nas coxias da política brasileira. Pérolas dos dois:
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"O Irã tem pelo menos a desculpa de que o deus dos aiatolás reina sobre uma república. Mas isso é um pobre consolo para quem vive num país em muitos sentidos moderno e com uma cultura notável, e deve se resignar a ser tutelado em tudo - da escolha dos candidatos à escolha da roupa apropriada - por meia dúzia de cléricos com linha direta para Deus."
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"O Presidente, que continua a benficiar-se do fato de que a maioria das pessoas presta atenção no que se diz, e não no que se faz e põe nas alturas os que já chamou de ladrão com todas as letras, defende Severino, chama os usineiros de heróis, justifica condutas impróprias à base do "aqui se faz assim", vê denuncismo no zelo pela coisa pública e acha justa nossa carga tributária. Pensando bem, quem não aguenta mais isso sou eu."
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O Fluminense fez o que tem feito sempre, hoje contra o Flamengo: nada! Thiago Neves já vai tarde e o time se aproxima cada vez mais da parte debaixo da tabela. Estamos disputando a tabela invertida!
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Bonito fez o Brasil. Deu gosto de ver! Eu e Chicó ficamos acesos.
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Terminamos a noite na Pracinha das Mães de Miracema assistindo aos meninos do choro. Moreira como sempre, dando aula de bandolim!

sábado, 27 de junho de 2009

Restos de São Paulo e uma decisão de última hora

Há bom tempo, não compro disco em loja grande. Compro discos no Cláudio ou na rede. Mas a proximidade do hotel em São Paulo acabou por me levar à FNAC Paulista. No café, tinha um show de Bruna Caran. Até que canta bem a moça, mas o repertório é muito questionável
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Comprei Miramari, o disco de piano e sopro de André Mehmari e Gabriele Mirabassi. André é um dos grandes pianistas da nova geração. Niteroiense, acabou se estabelecendo em São Paulo. Vi André em forma no Rival dividir o palco com Mônica Salmaso. Fui ver Mônica e acabei vendo André. Lembro que tocou uma peça do Ernesto Nazareth de tirar o fôlego da platéia. Não compreendo porque não grava os grandes pianistas. André insiste em composições próprias. Quando muito, vai de Guinga. Miramari é um ótimo disco, mas carece de um clássico que costure suas linhas.
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Por exemplo, a série "a arte do trio" de Brad Mehdau tem sempre um standart entre as canções próprias. Sempre que ouço, a canção que mais repito é "How long has this been going on" de Cole Porter. É muito bonito quando eles desconstroem os clássicos. Como fez João Gilberto com Tom Jobim, Dorival Caymmi e outros.
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Tomei a dianteira hoje de manhã e vim pra Miracema. Decidi na última hora. Acho que não ia ter sintonia em dois finais de semana seguidos no Ingá.
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Além de Miramari, vim ouvindo Ná Ozzetti, Geraldo Maia, Leonard Cohen, Joaquin Sabina, o menu de sempre, preferi não arriscar muito meu ouvido.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Fim de linha pra semana

Cheguei de São Paulo há pouco, terminei de ver "Foi apenas um sonho". É um filme perturbador. Discute com uma franqueza incomum nos filmes de hoje, o lado obscuro das relações duradouras. Tem hora em que a coexistência pacífica é um fantasma desesperador. Para ambos.
O filme tem qualquer coisa de Mad Men, o seriado. E a música incidental parece imitar as notas de Bom dia de Gil e Nana. Toda hora parece que o Milton Nascimento reverbera aquele A-COR-DA!
Kate e Leonardo ótimos em seus papéis. Um filme denso, uma lição pouco apropriada de vida.
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Afinal, o que é a boa vida? Com dizia Drummond, no descomunal A mesa, "da boa vida, só restou a vida."
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Está tudo muito silencioso nessa sexta de noite aqui no Ingá. Já estive mais inquieto do que agora. Pensei em sair, pegar a S10 e só parar no Sebastião Bunda de Fora. Pensei mil coisas, mas já acalmei. Sinto-me bem nesse momento.
O saldo das reuniões em São Paulo foi bastante positivo.
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Na ida, terminei Os cus de Judas. Na volta, a releitura dos Contos de aprendiz. Precisava de duas horas de vôo para terminar minhas pendências literárias.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Na Paulista, os faróis já vão abrir

Início de noite de um dia tumultuado de reuniões em São Paulo. Gostaria de não estar aqui. Já gostei mais de vir a São Paulo. Mas agora já não visito mais os sebos do centro, já não vou mais ao Espaço dos Parlapatões, já não caminho pela Paulista de noitinha, já não tenho expectativas. Envelheci, que fazer? Estou impregnado pela multiplicidade de estar só em meu apartamento no Ingá, onde caminho do quarto para a sala, da sala pro banheiro e tem sempre alguma coisa pronta para ler, ver, ouvir, teclar.
Jantei como de praxe num pé sujo aqui da Paulista (Café Creme), que tem um bife honesto. Michael Jackson morreu, o Brasil ganhou, e caminho inútil pela São Carlos do Pinhal a procura de uma cama limpinha que me conforte o sono.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Bibliólicos anônimos

Paulo Roberto Pires já aportuguesou os bookaholics , sujeitos aficcionados em leitura, de bibliólicos e propõe em seu blog, a criação dos bibliólicos anônimos. O conceito de bookaholism está muito bem explorado pelo Paulo.

Cada louco com seu cacoete. "Uns tomam éter, outros tomam cocaína, eu tomo alegria", como diria Bandeira. Tenho amigos que gostam de brigas de galo, outros gostam dos cavalos, outros de navegação, outros de sites de putaria e por aí vai. Eu gosto dos livros e dos discos. Das características principais dos bibliólicos, acabei acidentalmente me enquadrando em todas. Se não vejamos:

1. O bibliólico jamais sai de casa sem ter alguma coisa para ler. Serve revista, jornal ou bula de remédio, mas o bom mesmo é um livrinho – que ajuda a passar o tempo em metrô, consultório ou fila, além, é claro, de ser ótima proteção contra chatos interativos. Meu ponto de leitura é a cantareira e aí vale qualquer leitura dessas já citadas. Espero para ir sentado só pelo prazer de abrir a pasta e achar alguma coisa pra ler.
2. O bibliólico não consegue passar por livraria ou sebo sem dar uma “olhadinha”. E, raramente, dá uma olhadinha sem dar uma compradinha. Na verdade, mais que uma olhadinha, acabei amigo do pessoal dos sebos. Além do pessoal que trabalho, é com quem convivo aqui no Centro do Rio. Euclides já disse que eu nunca volto bem pra casa se não comprar um livro. É verdade!
3. O bibliólico sofre terríveis crises de privação. Muda caminho e chega atrasado em reunião para comprar aquele livro fundamental. Que às vezes será lido dali a dois anos. Ou continuará fechado por outros dois. Já tenho uma programação definida de leitura para os próximos 10 anos. Isso realmente é uma cachaça! Minha biblioteca está pedindo socorro pro espaço.
4. O bibliólico cheira. Muito. E, proustianamente, tem lembranças associadas aos aromas dos livros. O livro francês é o do bom: quando novinho, é praticamente uma viagem a Paris. É verdade, mas não é uma prática minha ficar cheirando livro não. Um cheirinho de vez em quando vá lá. Tem livro que tem cheiro de Paraty na Festa Literária.
5. O bibliólico é um ótimo negociante. Não pode ver uma oferta. Não é a toa que ganhei o apelido de Dr Chorão aqui nos sebos da Rosário.
6. O bibliólico tem compulsão por obras completas. Quando cisma com um autor, sai de baixo: vai comprando tudo o que pode, mesmo que dele só tenha lido um livrinho – do qual gostou muito. Verdade pura! Tive compulsão por Fonseca, Cony, Drummond, Gullar, e em menino, lembro-me de ter lido a obra completa do Leon Eliachar do Homem ao Zero até A mulher em flagrante. Adorava!
7. O bibliólico causa sérios transtornos à família. Ninguém em casa aguenta mais as sacolinhas de plástico e as caixas de papelão das livrarias virtuais. Por isso, ele costuma se livrar das primeiras andando pela rua e mandar entregar as últimas no trabalho. Bom, eu moro sozinho, mas também já implicaram muito comigo por causa das sacolinhas.
8. O bibliólico é, em geral, um sujeito pacato. Mas, cuidado, pode ser muito agressivo quando alguém chega em sua casa e, diante das pilhas e mais pilhas de livros, lança a pérfida dúvida: “você já leu isso tudo?” Ora bolas, isso é pergunta que se faça? Outra coisa muito comum.no meu dia a dia E esses disquinhos aqui, no plástico ainda????

Acrescento ainda alguns mandamentos por minha conta:

9. O bibliólico tem lugares estratégicos em casa para deixar livros: o bidê, o criado, a mesa do computador, tudo para que o conforto da leitura esteja a mão a qualquer tempo.
10. O bibliólico dificilmente lê um único livro. Anda sempre às tontas com dois ou três, dos quais um sempre acaba prejudicado.
11. O bibliólico esquece com frequência dos livros que lê. E daquele trechinho imperdível! Ultimamente, o blog tem me ajudado a não esquecer.
12. Para o bibliólico, o livro é uma espécie de previdência privada. Um dia ele ainda para para ler aquilo tudo!!!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Tristalegria

Começou acho que em 2003 no falecido site No Mínimo, quando li uma resenha do Paulo Roberto Pires sobre Amandio Cabral. Na época, no link do lado, você podia ouvir Tristalegria com o cantor caboverdiano. Foi paixão de primeira ouvida. Uma voz sedosa, lembrando Cartola e uma morna de muito bom gosto. Já conhecia a morna com Cesarea Evora, uma música muito próxima do nosso choro, muito perto dos nossos quilombos. Dali pra frente, procurei o disco em tudo quanto é canto do Mundo.
É dessas coisas de dizer que música e poesia já me salvaram muitas vezes e continuam a me salvar. Que extraio alegria desses acordes que todo dia batem no ouvido. Que é possível que, se não tivesse esses encantamentos, eu talvez nem mais existisse. Que isso é desde que nasci, que a paixão pela música vem antes da paixão pela leitura, antes da paixão pelas mulheres, antes da paixão pela vida.
Entrei em todo site de busca, de venda, de baixa, de tudo que pudesse me trazer o disco. Encomendei aos melhores amigos que viajaram para França, Portugal, América. Procurei em Buenos Aires, Santiago, todo lugar que fui e nada de achar o disco.
Pedi ao Bill aqui da TI que me arranjasse um software que copiasse a música do blog e pelo menos, uma gravação muito rudimentar de Tristalegria eu tinha. Até hoje!
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Conheci José Luis Nascimento Silva recentemente. Apesar da curta convivência, o colega sempre esteve em alta nos meus conceitos, tanto por sua postura quanto por seu conhecer. Mas não passava disso nossa conversa: uma reunião quinzenal com a Câmara Técnica de Cirurgia Vascular. Ficamos amigos. Há 15 dias, José Luis foi a Portugal num evento de cirurgia vascular. Pensei cá comigo: quem sabe ele não acha o disco?
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Nem sei dizer o quanto fiquei alegre quando vi aquele saquinho da FNAC Lisboa na mão do amigo. Acredito que ele mesmo não saiba o bem que me fez. Amandio Cabral está comigo cerca de 6 anos depois daquela resenha. Vale muito pra mim!

domingo, 21 de junho de 2009

Notas de domingo

O lutador é um ótimo filme, começando obviamente pela atuação de Mickey Rourke. O ator voltou à forma depois de um tempo sumido. O filme desfaz por inteiro o glamour das lutas de boxe, o Mundo limpinho que Stalone criou. Gosto de finais mal resolvidos. Você decide. Pra mim, Rourke se salvou a tempo de ser atendido e levar o resto da vida com Marisa Tomei e a filha. Marisa está perfeita em todos os sentidos. Está ficando mais bonita quanto mais envelhece.
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Ele não está tão afim de você é médio. Uma cópia da comédia da vida privada sem a pimenta do Veríssimo, que fez uma bela versão de My way no Globo de hoje. Salva-se no filme, Jennifer Connely, que constrói um personagem secundário e complexo e consegue se destacar. Além de ser uma bela mulher.
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Se o Brasil jogar o futebol que jogou hoje no primeiro tempo contra a Itália, não perde mais uma. Muito bonito de ver. Agora, será que a gente vai ter que aguentar essas vuvuzelas na copa? Já não chega o Galvão Bueno, que hoje passou o jogo todo calculando a classificação dos outros! Nem o arnaldo aguenta mais ele!
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Passei o domingo hibernando. Não desci nem pra almoçar. A solidão oscilando entre estar sozinho e estar só. Vamos indo!

Lenha

Saio muito pouco daqui da minha toca em Niterói. Reluto às vezes em ir até à Casa Sendas comprar comida. Sair de noite, então, tem que ser uma coisa muito bem planejada. Imagino que, quando Laura e Luisa vierem pra cá, tudo isso deve se renovar. Mas não sei se volto a ser aquele moleque pendurado nos seis e meia dos teatros atrás de boa música, boa palavra. A rede (deve ser por isso que tem nome de rede) deixou a gente muito próximo de tudo, um filme que está hoje nesses cinemas minúsculos, amanhã já saiu em DVD.
Meus amigos daqui estão comigo todo dia no trabalho. Mas quando falamos em noite, tem que marcar com um ano de antecedência.
De forma que esse encontro de hoje na casa da Renatinha operou um verdadeiro milagre.
Saí de casa cedo pra chegar lá a tempo de ver o jogo do Fluminense. Peguei a barca Brisamar, a mais velha de todas as cantareiras. É uma barca lenta, que só tem a parte de baixo, eles usam pra sacanear os clientes no fim de semana. Estão sempre arranjando um jeito de piorar.
Fui lendo o Globo de amanhã (hoje). Nunca concordei muito em ler o jornal do dia seguinte, mas pelo tempo de percurso, valia a pena. Pela ordem, Calazans, Veríssimo, João Ubaldo, Xexéo e algumas notícias soltas. De ficar horrorizado com essa robalheira cada dia mais patente do senado.
O jogo foi um mal sinal. Esse juiz sempre dá um jeito de prejudicar o Fluminense no final. Amarelei depois de algumas stelas e do golzinho no final do Avaí.
Custei um pouco pra aprumar. Mas o fato de estar entre amigos queridos, que vivem o meu dia a dia e já me conhecem, ajudou bastante. Já se acostumaram comigo. Começo o dia de mau humor e vou melhorando aos poucos. De noite não foi diferente.
Renatinha, obviamente, percebeu e tratou de me adequar novamente ao clima. Renatinha tem esse dom. Sem conversa, sem agrados explícitos, consegue diagnosticar e reverter meu mau humor. 30 anos de estrada, no que pese um longo hiato, trata de mim como sempre tratou: com a compreensão e o afeto inerentes aos raros melhores amigos.
De resto, tudo esteve muito bem. Os Pinheiros estavam inspirado pra escollher os acepipes, fiquei biritando e comendo aquelas castanhas na hora do jogo, quase perco minha fome no tempo principal. Mas como perdê-la depois daquele monte de fondue preparado pela Renatinha?
Ficamos ali comendo e jogando conversa fora até meia noite. Cheguei a pegar do violão pra tocar Lenha, que aprendi com Zeca Baleiro no Rival e quase esgoto meu repertório.
Conheço o Professor Schott há pouco tempo, mas pela maneira com que nos damos, parece que somos amigos desde sempre. Voltei com ele ontem. Não foi diferente.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Luisa mnandou um beijo



A melhor notícia dos últimos tempos veio ontem de noite: Laura vai à FLIP comigo! Pelo menos foi o que ela mesma disse ao telefone. Estava meio desanimado. Luisa é quem segurava o outro meio animado. Agora vão as duas. Fui à todas as FLIPS, mas nenhuma com minhas filhas. Paraty não vai ser a mesma depois de julho.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Amor é filme

Demorei a responder seu último e-mail porque precisava pensar um pouco nas coisas que você disse sobre mim. Fiquei pensando naquilo tudo, no jeito com que você tratou minhas espectativas e ensaio uma resposta toda vez que abro a caixa do gmail e olho para a mensagem. O que mais me intriga são suas considerações sobre o amor, mais especificamente sobre o meu amor. Você crê que eu ainda amo porque seu coração leve ainda pensa em amor.
O amor morreu. O amor, do jeito que conhecemos, só existe na sua (nossa) lembrança. Aquele amor sem resguardos, que podia superar qualquer obstáculo, que se descobria a cada toque, a cada cheiro, não existe mais. Aquele amor ficou esquecido no Cinema 1 da Prado Jr, na mesa da Pizzaria Guanabara, no Parque Lage, no frio miracemense de maio e no calçadão da Praia de Copacabana, onde foi enterrado vivo.
O amor pediu pinico. Esgotou-se. A plenitude do amor é um fósforo frio. Não há mais o amor íntegro. No máximo, uma divisão entre o amor e o não amor. Uma divisão cega que geralmente não chega a nenhum lugar.
Modernizaram o amor de uma tal maneira que conseguiram torná-lo comercial, natalino, obsoleto. E ainda não criaram o dia do amor porque já tem um monte de dias de namorados, santos casamenteiros, natal, páscoa, ano novo, dias propícios para comprar presentes para o amor. O amor já não carece mais de afeto, agora carece de perfumaria e bombom.
O amor, como eu vivi, nos áureos tempos nossos, onde ainda se podia subir no Mirante de Botafogo e namorar, findou-se! Há fragmentos do amor nos lençóis sujos dos motéis baratos, nas estradas mal asfaltadas desse país, no fim de tarde em Odete Lima, na Enseada Azul em Guarapari, mas são só fragmentos que vão sumindo com o tempo.
Agora eu posso dizer que amo uma parte do todo. Mas o resto desse todo está partido em mil dúvidas, ressentimentos e rancores acumulados. Na soma dos cacos, é o que se pode chamar de remendo. O amor é um remendo. Um arremedo!

Quando penso em amor, meu amor, só consigo enxergar Laura, Luisa e Chicó, que constituem aí sim, uma forma incorruptível de amor.

"Onde queres coqueiro, sou obus"

Cheguei em casa tão esgotado ontem que caí num texto armadilhesco. Desses que você olha para a tela e acha que tem que escrever alguma coisa, mas não saem mais do que os sinais de esgotamento. Um monte de nadas vai preenchendo essa caixinha de letras.
Ganhei um nó, mas e daí? Minha vida tem sido um desatar de nós há muitos anos, sei bem, como lidar com tudo isso.
Deletei o texto ontem mesmo e agora tento remontar o que aprendi com ele.
Aprendi que é bom ir ao quelquechose quando estou esgotado. Aqueles textos mínimos parecem ser escritos por quem está em sintonia com a paz de espírito.
Aprendi que quando consigo extrair da tumultuada viagem da barca, a mansidão da Baía de Guanabara, faço um bem para minha alma.
Aprendi que, como hoje, não posso esquecer meu Ipod em casa, pois já desacostumei do barulho irritante da FM do ônibus e do motor do catamarã.
Aprendi finalmente, que não se deve escrever muito quando o nó ainda está entalado, é preciso desatá-lo primeiro.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Rivotril

Tenho terminado minhas segundas de nariz entupido e com dor de cabeça. Segunda-feira é sempre desgastante, porque juntam todas as dívidas trabalhistas da semana passada num dia só. Escolado em segundas, sei direitinho como direcionar as tarefas, mas não contava com a cefaléia.
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Nos anos 80 (sempre eles!) tive uma enxaqueca oftálmica clássica, com aura e tudo, que a meia idade soube suavizar. Naquela época, era só tomar um ormigrem na aura. Hoje minha dor de cabeça só melhora depois do sono.
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60 cumpleãnos de Silvio, o disco que homenageia os 60 de Silvio Rodrigues me faz lembrar O Banquete dos Mendigos, show do meado da década de 70, que driblou a ditadura para falar dos direitos humanos e saiu em disco pela extinta RCA. Cada um chegava com seu violão e mandava seu recado. Não tinha pré-produção nem jabá, nem direção musical. O disco de Silvio é assim. Resolvido apenas no talento e no improviso.
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Meu irmão continua mal e eu não sei mais o que fazer. Vou ficar aqui, respondendo e-mail, pesquisando evidência científica, ouvindo música, baixando arquivo, catando caco, contando sapo, reescrevendo, inventando título, até me esgotar de vez e dormirrrrrrrr.
"O pássaro é livre
na prisão do ar.
O espírito é livre
na prisão do corpo.
Mas livre, bem livre
É mesmo estar morto."!
Drummond

domingo, 14 de junho de 2009

"SIM", deve haver o perdão para mim

O Fluminense jogou contra o Grêmio, o mesmo jogo de domingo passado contra o Botafogo. Só que dessa vez não teve a sorte do golzinho no final. O time tem jogado de forma cautelosa o tempo todo. Parece que aquele 4 a 1 que levou do Santos ainda não foi esquecido. O mesmo Santos que levou olé do Botafogo ontem. Futebol é isso mesmo.
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Vim tinindo na S10 depois do almoço a tempo de ver o jogo sem gols e acompanhar nos informes, a lavada que o Coritiba deu no Flamengo. Cinco a zero faz qualquer tricolor esquecer esse empatezinho com o Grêmio!
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O fim de semana foi quase perfeito. Alguns contra-tempos, que não atrapalharam nosso bom humor. Principalmente uma indisposição estomacal provocada por uma overdose de chouriço feito pelo Lenilson, um especialista em vísceras de porco aqui de Miracema. Já não tenho mais idade para esses desatinos. Alexandre, no entanto, que tem a mesma idade minha, não sai do Bunda de Fora sem comer um suculento bife de fígado. Só de sentir o cheiro, meu estômago vira rolha.
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Marcos Sacramento e Moisés Marques, dois grandes cantores do samba, estão lançando bons discos: Na cabeça e Fases do coração. O primeiro escora-se apenas nos violões de Rogério Caetano, Luis Flávio Alcofra e Zé Paulo Becker. Fica meio cansativo às vezes. Há dois defeitos no disco de Sacramento: o fato dele insistir em composições próprias e a falta de um baixo percussivo ponteando o disco. E não sei porque ele tirou o Sim da canção de Cartola, que não por acaso se chama Sim. A gravação de Prisioneiro do Mar, clássico do Trio Irakitan, é a boa surpresa do disco.
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Já Moisés faz um disco cheio de cozinha. Um bom disco, Moisés também insiste nas composições próprias, mas nesse quesito é mais feliz que Sacramento. O arranjo feito para Subúrbios, bela canção da nova safra de Chico, não me pareceu tão bom quanto o que Luiz Cláudio Ramos fez para o Carioca de Chico.
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Vim ouvindo também o disquinho da cantora Tiê, Sweet Jardim. Foi a melhor coisa que me aconteceu na viagem.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Isso é lá com Santo Antônio

É noite, faz frio e chove em Miracema. Abandonado por Laura e Luisa, deixo-me enrolar nas cobertas com Chicó e assisto toda a programação do Cartoon. Há coisa melhor para fazer, ou pelo menos deveria nesse dia de namorados, mas prefiro a menos trabalhosa de todas. A essa hora, as noivas de Jaime Ovale devem estar todas com seus maridos ou namorados. Deixo o controle com Chicó e pego dum livro ou do jornal de ontem e de hoje.
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"Passo por muitas evoluções e discordo inclusive de um livro que eu possa ter publicado um ano antes, porque sou uma pessoa que discorda de si mesma, e que, com frequência, está colocando em dúvida o que diz".
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Lindo, não? Isso foi tirado de uma entrevista de Enrique Vila-Matas no Globo de ontem. O autor está lançando Suicidios Exemplares no Brasil. Confesso que Baterbly e companhia é um dos livros que larguei de mão nos últimos anos, prometendo retomá-lo mais na frente, mas acabou não acontecendo. Acho que, depois dessa entrevista, está mais do que na hora.
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Há pouco mais de uma ano, escrevi nesse blog ao meu irmão sobre os contratempos da cirurgia bariátrica que ele estava pretendendo fazer. Você pode ler aqui. O que escrevi ali foi muito mais um ato de afeto e consideração do que propriamente um alerta. Meu irmão foi muito corajoso e acabou por decidir operar. Hoje ele conseguiu emagrecer muitos quilos, seu açúcar está tinindo de bom, a pressão arterial de menino, mas perdeu o brilho dos gordos felizes. Hoje veio aqui cabisbaixo e muito deprimido. Logo ele que parecia não ter herdado essa bauda familiar. Meu irmão tem um coração tambor do Mundo, de estar sempre alerta a quem precisa e oferecer do que não tem quando é possível. Hoje mesmo trouxe ovos e banana prata de Odete Lima. Fiz o que pude para persuadi-lo a não se entregar à tristeza. Tem hora que é muito difícil viver.
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Termino a noite e o texto com um trecho roubado do Paulo Roberto Pires que aloquei na série "Porque é que eu não pensei nisso antes?" :

"Biblioteca é autobiografia. Acumular livros, estou convencido, tem menos a ver com organizar conhecimento e cultura do que com narrar, em palavras e imagens alheias, sua própria história. Cada livro, pense bem, só faz sentido por faz sentido para você. Daí que a boa biblioteca pessoal é, necessariamente, idiossincrática e “incompleta” (pois não atende a regras sobre ter, obrigatoriamente, este ou aquele título, contemplar determinado período, país ou estilo). Há quatro anos tento organizar a minha. Agora pareço estar perto de meu objetivo. E este desenho de vida parece também mais nítido, sobretudo quando descubro, soterrado em pilhas desorganizadas, épocas inteiras, marcadas pelos autores que insistiram em manter-se juntos."

Curtas

Não há o que se possa fazer com a mancha do leopardo. Ando meio deprimido com essa tal "inflexibilidade". Quando ela chega perto da burrice então, nem me fale! Lidar com esse tipo de atitude é um "pisar em ovos" perigoso.
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Alexandre intuiu que a canção "O velho Francisco" é a história do "Leite Derramado" do Chico Buarque. Pode ser mesmo. Cada vez mais me acho parecido com o velho Francisco.
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Acabou que não saímos de casa ontem. Choveu, esfriou, o clima estava para queijo, vinho e conversa fiada. Foi o que fizemos, no meu caso substituindo vinho por cerveja. Assistimos "Dentro do mar tem rio" novo DVD da Maria Bethânia, conclusão do trabalho de dois discos impecáveis: Pirata e Mar de Sophia.
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Ontem, Chicó e eu fizemos o trajeto da proscissão de Corpus Christi e acabamos por pegar um trechinho dela. Agora colocam caixas de som por todo o trajeto. As canções beiram à mistura "brejeira" de Fábio Jr e Padre Fábio de Melo. Lembrei da Paixão e Fé do Tavinho e do Milton, do Salmo do Chico e do Edu, esquecidas nos grotões do Aleijadinho das Igrejas de Ouro Preto. É pena que ninguém as conheça, pois tornariam esse arrastar de gente pelo chão um ato de fé mais iluminado.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Acerto de contas

Estive com Regina nas Barcas ontem e a história que conto interessa a muito poucos, mas está viva em mim ainda. Antes, advirto que minhas crônicas confessionais quase sempre drenam numa pieguice indefectível e o risco de que eu as delete rapidamente é muito alto. Fato é que no trajeto Praça XV- Niterói, nesses 12 minutos de viagem, acertei minhas contas com Regina.
Nos meus anos 20, na primeira metade dos anos 80, Regina me roubou (e eu dela), 3 anos de vida. Três anos dos meus melhores. Nada que tenhamos roubado um do outro de afeto e consideração foi perdido. Foi um roubo honesto!
Eu já morava no mesmo apartamento em que moro no Ingá, estava na escola médica e Regina ainda morava em Miracema. Eu a vi num comício e foi meio que amor a primeira vista. Lembro que ela vestia uma camisa rosa e estava de gesso no braço. O rosa e o gesso enterneceram-me. Poucos homens terão esse privilégio combinado: comício de cidadezinha de interior, moreninha brejeira de gesso e camisa rosa e por aí vai. Procurei saber quem era e daí pra frente não me lembro de como começou. Pouco tempo depois, Regina veio para Niterói e construimos nossa vida de 3 anos em Niterói.
Vinicius dizia que seu sonho era morar com as seis mulheres que amara. Acho que todo homem alimenta esse sonho. De alguma forma, houve um tempo em que elas levaram algo de você que permanece. Intacto! Mas de Regina, faltava o fio que trazia de volta aquele tempo. Já havia encontrado com ela uma vez na mesma barca, mas tinha sido um estranhamento. Eu estava bêbado, ela fugidia. Não deu certo. Mas ontem deu.
Continua a mesma. A idade parece não ter lhe afetado. Não é mais a menina de rosa de gesso no braço, mas ainda sorri como antes e debocha da vida do mesmo jeito com que sempre debochou.
Naqueles anos 80, eu era um estudante fudido: não tinha carro, nem dinheiro, nem responsabilidades. Vivia a andar pelas lojas de disco da 7 de setembro entre uma aula e outra na Santa Casa, era um frequentador assíduo do seis e meia da Sala Funarte, quando a Sala Funarte ainda era na Araújo Porto Alegre. Íamos ao Fogão de Lenha da Moreira César comer carne e ao Hora Extra da Gavião Peixoto, comer pizza. Todo dinheiro extra vinha de um plantão que dávamos em Rio do Ouro aos sábados. Um salário mínimo e a gente se achava milionário. Regina não. Veio pra cá para trabalhar em loja e já sabia ganhar dinheiro desde cedo. Numa época em que a virgindade ainda era um tabu e Deus ainda castigava os pecadores, Regina já era uma mulher independente, e não raro, pagava a conta, outro contra-senso daquele tempo.
Nossos amigos eram o Mineiro (morava comigo, era colega da faculdade, suicidou-se), o Rubens (amigo querido, achei-o na lista telefônica em Osasco muitos anos depois), Ricardo Seixas (sumiu no Mundo, encontrei-o há muito tempo atrás em Santa Cruz da Serra e mais não sei), Rodrigo Siri (casou-se, teve filhos, mora em Miracema, mas quase não o vejo) e Alexandre, que é o único que continua presente na minha vida. Bebíamos vinho cantina de São Roque tinto licoroso e quando acordávamos, até o suor ficava roxo.

Regina foi uma festa de 3 anos. Era uma mulher fácil de lidar, disposta a aprender, e tinha um todo muito bonito: pernas, peitos, rosto, cabelos lisos e curtos, tudo muito bem combinado. E uma inteligência e sensibilidade raras para alguém que acabou de chegar da roça. Eu pelo menos, quando cheguei da roça, levei anos para me adaptar. Mas Regina não. Parecia que aquilo tudo (eu inclusive) já era dela.
Praticamente moramos juntos. Naquela época, meus pais vinham muito a Niterói e Regina ficava comigo todo o tempo em que eles não estavam.
Passamos 3 anos conversando, ouvindo, aprendendo, dividindo tudo. Amando. Um amor muito puro, que vinha das coisas mais sinceras e profundas de dentro de nós. Não lembro como começou, não lembro como terminou. Só não consigo me esquecer do quanto ficou em mim.
Foi mais ou menos o que eu disse a ela ontem nos 12 minutos de barca. A vida passa muito rápido e não há alumbramento mais doce do que o resgate de uma boa lembrança.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Entrevista à D. Nícia

"Não faça caso, o vinho segue seu curso e daqui a nada peço-lhe para casar comigo: é o costume. Quando estou muito só, ou bebi em excesso, um ramalhete de flores de cera de projetos conjugais desata a crescer em mim à maneira do bolor nos armários fechados, e torno-me pegajoso, vulnerável, débil; é o momento, aviso-a, de se retirar sorrateiramente com uma desculpa qualquer, de se meter no carro num suspiro de alívio, de telefonar depois do cabelereiro às amigas à narrar-lhes entre risos, as minhas propostas sem imaginação. No entanto e até lá, se não vê inconveniente, aproximo um pouco mais a minha cadeira e acompanho-a durante um copo ou dois."

Antônio Lobo Antunes, Os Cus de Judas.


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D. Nícia: o Sr gostou do Fórum de Intercâmbio?
Eu: Um fórum é sempre uma oportunidade de passar a limpo as dificuldades das singulares e buscar soluções que sejam norteadas pelo equilíbrio. Nesse aspecto, eu gostei muito. Saímos dali com a sensação da missão cumprida. Gostei também da parte social do evento, uma oportunidade de celebração e conhecimento mútuo.

D. Nícia: o que o Sr acha das palestras de auto-ajuda?
Eu: Acho que são necessárias, mas dessa vez, o pastor se alongou demais e adentrou a reunião do Colégio, deixando o povo meio irritado, com acessos de catatonia. Ano que vem a gente vai usar uma campainha.

D. Nícia: E a mulherada?
Eu: O Fórum costuma ter três mulheres para cada homem, o que ajuda muito na condução das palestras. Conforme prometido, o LIMA score funcionou durante todo o evento e saímos dali satisfeitos com o que vimos. No final, a Michelinha e a Docinho terminaram ficando merecidamente empatadas com o Troféu TRIPLO A. A Comissão julgadora foi formada pelo Gilson, pelo Paulo Schott, pelo Herval e por mim. Infelizmente não houve prêmios. Tentamos surrupiar uma LCD de 22 polegadas, mas Adriana não deixou. Ano que vem a gente vai reservar um souvenir qualquer.

D Nícia: O que o Sr achou da proposta de instituir protocolos em oncologia?
Eu: foi um dos pontos altos do evento! A Dra Bárbara, oncologista da Unimed Rio, fez uma apresentação bastante rebuscada, fomentando não só a necessidade dos protocolos, mas também da adoção dos genéricos e da parametrização de anti-eméticos em oncologia.

D Nícia: Como está a negociação dos genéricos?
Eu: acabou redundando numa discussão mais ampla com a Associação dos Hospitais, e estamos partindo para uma parceria mais sólida, que otimize o enxugamento das diárias e taxas, aloque custos de forma justa para os dois lados e avance na padronização dos processos, inclusive dos genéricos.

D. Nícia: Houve ataques de pelanca, Dr?
Eu: Fórum de intercâmbio costuma ser coisa séria, ninguém vai lá discutir a obrigatoriedade do uso do papel higiênico perfumado no banheiro das nossas singulares! Num Fórum como esse, já estamos acostumados a dois ou três ataques de pelanca, mas a ambulância prestou serviço durante todo o evento e servimos pastilhas de lexotam 6mg para as mais exaltadas.

D Nícia: E a revisão do Manual?
Eu: Na minha visão, o manual estava cheio de normas datadas que mereciam ser revistas. Conseguimos acertar grande parte delas. Valeu o esforço da equipe toda, em especial do Dr Longarino que preparou tudo e não deixou a peteca cair.

D. Nícia: Como está sendo trabalhar em equipe na Federação?
Eu: Pra mim, que até há quatro anos atrás, batia o córner e corria para cabecear, está sendo um luxo e um prazer poder contar com Longarino, Renata, Paulo Schott, Sandra, Ronaldo e Lívia na equipe. Foi uma ação de reconhecimento e visão da diretoria e os resultados já são palpáveis.

D. Nícia; O que mais lhe emocionou nesse Fórum?
Eu: Foi ver que o tempo passou muito rápido, mas preservou aquele semblante de felicidade e orgulho em Cerezinha, Ronaldo e suas famílias. Vê-los ali fez-me acreditar que foi bom ter chegado até aqui. E me deu uma saudade danada de Laura, Luisa e Chicó.

domingo, 7 de junho de 2009

Sintonia Fina

Paulo Cesar Schott tem feito a diferença nos eventos do nosso grupo. Nunca uma companhia foi tão desnecessariamente necessária quanto a do amigo! Intervém nas horas mais apropriadas, participa das discussões com interesse, sabe reconhecer um bom vinho, contar uma boa história e tem uma especial qualificação para conquistar as pessoas. Foi assim, começando comigo e com Sandra e depois com todo o grupo da área médica, quase sempre com uma palavra de conforto e sabedoria. O Professor ficou tão bom quanto os vinhos que conhece!
Não foi diferente nesse fim de semana em Teresópolis, no calejado Hotel Alpina, um Triplo A à moda antiga. Subimos a Serra para um Fórum cujo tema era SINTONIA.
Sintonia é o que temos esbanjado na nossa área. Eu, Longarino, Sandra, Renata e Ronaldo já conseguimos nos falar por gestos simples, sem a necessidade de grandes embates. Tenho certamente muito orgulho de tudo isso. Não há outras pessoas com as quais quereria trabalhar, senão essas. Percebo que a diretoria já notou essa condição. Não me lembro de ter visto meu amigo Gilson tão envolvido nos aspectos operacionais de um evento como nesse. Sem fazer nenhum tipo de gestão política, se fez perceber em todos os momentos delicados da discussão, apoiando firmemente as propostas do evento.
Não há sintonia sem equilíbrio. Não há como ser equilibrado sem ser transparente e firme com seus propósitos. Essa foi uma das premissas que traçamos como estratégia e que deu o tom ácido de algumas discussões. É normal num evento como esse.
Saí dali muito cansado (bebi muito na sexta e a bebida tem me cansado muito e meu pé de valsa não funcionou como no ano passado), mas com a sensação clara de que o recado foi dado. Que venha o próximo!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Perfil do consumidor ou das coisas que me deprimem

1) Por que os shoppings me deprimem?

a) Calças - só compro na Via Veneto, porque é o único lugar que vende calça tamanho 54.
b) Camisa - compro nas butiques de Miracema, geralmente a Diô que referencia pra mim.
c) Cuecas - compro nas Lojas Americanas, samba-canção DUOMO, tamanho extra G, ou nas lojas da Hering.
d) Sapatos - só uso opanaken, tamanho 41, um sapato para diabéticos que você só acha na Paquetá.

RESPOSTA: os shoppings me deprimem, porque eu já sei a receita do bolo, não preciso ficar perambulanfo por lojas claustrofóbicas.

2) Porque os supermercados me deprimem?

a) Biscoitos waffer ádria sabor limão - compro na Casa do Biscoito em Miracema, mais barato que nos supermercados em geral.
b) Capuccino - compro na Palheta aqui no centro, que tem a marca que eu gosto.
c) Cerveja - compro direto no Sebastião Bunda de Fora.
d) Comida - só compro em Miracema, a Diô faz melhor que eu. Ela compra e me mostra a conta. Tem funcionado muito bem assim!

RESPOSTA: Os supermercados me deprimem, porque não há nada que eu possa comprar ali além de sorvete e coca zero.

3) Porque as mega stores me deprimem?

a) Livros - compro nos sebos (Alfarábi da Rosário e Beringela do Marquês de Herval principalmente) e lojas virtuais, principalmente na Saraiva e na Fnac.
b) Discos - compro nos sebos, especialmente no Escuta Som da Rua do Rosário, onde a Márcia, o Raimundo, o João e o Cláudio estão esperando com café e boa conversa.
c) DVDs - compro nas lojas virtuais ou no Arlequim do Paço do Império. No Arlequim, é muito caro, mas às vezes eles têm coisas que a gente nem imagina!

RESPOSTA: as mega stores me deprimem porque não há nada que não possa ser achado nelas que você não encontre melhor nos sebos ou na rede.

4) Porque televisão, cinema e teatro me deprimem?

a) Televisão - porque praticamente só vejo a HBO e os jogos de futebol. Seriados nos outros canais são cercados de comerciais insossos e prefiro ver depois em DVD.
b) Cinema - porque é muito caro, muito pequeno e em Niterói só passa blockbuster.
c) Teatro - porque, embora goste muito, tenho preguiça de sair de casa depois que chego. Parece um novo dia ter que começar tudo de novo e o pijama é muito convidativo.

RESPOSTA: porque a cada dia que passa, mais os seriados sem propaganda, os filmes em DVD e a velhice vão tomando conta de mim.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Epigramas

"A melhor coisa que se pode fazer pelo próximo, não é dividir com ele suas riquezas, mas revelar-lhe as dele."

"A segunda coisa melhor do que saber aproveitar uma oportunidade na vida é saber quando deixá-la passar"
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As frases são dois epigramas de Disraeli, Primeiro Ministro e amigo da Rainha Vitória, biografado por André Maurois, cuja tradução acaba de sair no Brasil. A reportagem sobre o livro e outros 29 epigramas estão estampados na página 127 da Veja dessa semana em reportagem de Eurípedes Alcântara.
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Aproveito a insônia para roubar os epigramas. Se vai o sono, pelo menos que venha o aprendizado. Minha vida tem sido uma prática diária desses dois epigramas, tanto pelo que recebo quanto pelo que dou.
Outros dois que gostei muito:

"Minha idéia de uma pessoa agradável é a de uma pessoa que concorda comigo."

"As mentiras são de três tipos: mentiras, malditas mentiras e estatísticas."

E por aí vai, já é suficiente para correr às livrarias e comprar o livro.
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Epigrama, segundo o Caldas Aulete, é (1)um poema curto de tom satírico ou irônico, (2) um dito malicioso e picante e (3) uma frase ou palavra dita com propósito de zombaria. Típica cultura inútil dos insones.
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Bom, eu tinha reclamado de não ter comprado ingresso para a FLIP. Estou tentando. Já me cadastrei 3 vezes no ingresso rápido.com. Não validam meu CEP, nem meu cadastro, porque já sou cadastrado (segundo eles e devo ser mesmo). Nem mandam a senha de acesso ao meu cadastro. É a mesma bagunça todo ano. Esse ingresso rápido é um embuste! Vou comprar lá mesmo, se sobrar alguma coisa.
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Esse texto começou de madrugada, passou pelo dia inteiro, fez o meu roteiro de trabalho, andou pela Rua do Rosário e agora parece cansado como eu.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Crise de segunda

Não há muito o que dizer dessa segunda-feira. Fiquei aborrecido às 13:30 e o resto do dia andei bem.
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Finalmente comi o bolo de laranja da Clínica Sorocaba, uma promessa do colega Carlos Peixoto. Esse bolo é um duplo A da gastronomia açucarada, e já levou prêmios. O tempo oscilou entre abafado, chuvoso e frio. Pouco se comentou, além do acidente aéreo da Air France. E nada mais interessante eu posso dizer de hoje. A barca estava estranhamente tranquila e até o 49, que costuma encher, veio bem até o Ingá.
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Raimundo, Cláudio, Maurício e Sílvia, meus personais-livreiros, não arranjaram nada pra me agradar hoje nos sebos do centro do Rio. Euclides já disse que quando não encontro nada pra comprar, fico deprimido. É verdade! Principalmente num dia de nadas, como hoje.
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Bom. Eu também esqueci de comprar ingressos para as mesas da FLIP hoje na rede.
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Tudo que li aqui e acolá me pareceu enfadonho e sem graça. Os blogs parecem estar na muda.
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Cheguei em casa e lembrei de uma charge do Angeli deitado na banheira e as vísceras esquecidas num banco ao lado do vaso. Crises de segunda.

Onde comer bem no Centro do Rio

O tempo tem mostrado que comer no Centro do Rio é tarefa cada vez mais complicada. Ando limitado aos restaurantes antigos que como há mais d...