sábado, 31 de janeiro de 2009

Laura e eu

















Ah, pai.. o que escrevo não é nada demais, nada tão interessante ou cheio de intelecto como uma 'desconversa' sua. Mas não encontro melhor maneira de me gratificar, se não em lavar a louça da cozinha do apartamento, e escrever aqui tudo o que você representa pra mim. Desde os nossos costumes mais distintos e mais inversos pontos de vista até as nossas manias em comum e tolas, você se supera a cada fim de semana ou feriado que passamos juntos. Não há coisa melhor do que compartilhar confortavelmente com vocês a minha (a nossa) auto-suficiência de último grau. Em um momento, somos 3 bobalhões olhando para o nada, em outro, 3 palhaços rindo de coisas tão insignificantes que ninguém mais conseguiria entender. E o que seria de mim se você não me levasse aos mais renomados (alguns deles nem tão renomados) artistas da música brasileira e internacional? Graças a você, eles se tornaram peça do meu Ipod e dos de alguns amigos meus, já são 'do gueto'. E por incrível que pareça agradeço pela
paciência que você tem em levar, e buscar e esperar, pra que a gente possa pegar alguma coisinha que faltou ou dar uma olhada na internet, aqui em casa. E pedir desculpas pelas saias justas das conversas constrangedoras, coisa de pai e filha.
Espero mesmo que a minha mudança para o Rio seja fácil, já começo a pensar em como será pegar a barca todos os dias (isso se eu passar pra M.O., vamos ver como vai ser), e acordar com uma música que você escolheu. E se você não quiser acordar antes, não faz mal, eu vou descer e comprar uma perna fina e uma grossa, já aprendi como você gosta.
Eu te amo, pai, incondicional e eternamente.

Sua Lalau. :)

O texto e a foto, eu tirei do fotolog da Lau. Guardei pra sempre aqui no desconversa.

Leveza

Ontem fizemos uma reunião do Conselho Familiar na sede social (o botequim do Sebastião Bunda de Fora) para decidir se vamos passar o carnaval em Arraial da Ajuda. Já incluo Alex, Gisele, Marcela e Lorena na família, pois têm sido nossa única companhia comum dos últimos anos. Vamos pra Ajuda, a S10 vai ganhar novos pneus!
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Não fosse uma desagradável notícia, dada por não-sei-quem, vinda não-sei-de-onde, o dia estaria salvo em sua leveza. Uma notícia dada por não-sei-quem não vale a pena comentar. Comento apenas para dizer que carregou meu equilíbrio para longe de Miracema.
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Ô coisa difícil estar em equilíbrio! Anos de terapia, a recuperação gradual do bom sono, a busca do anti-depressivo correto e de repente, num estalar de dedos, alguém não-sei-de-onde vem lhe falar não-sei-de-que.
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Duas repercussões pesaram no meu peito: uma boa , que depois de muitos anos, voltei a chorar. e uma ruim, que voltei a não saber como lidar com uma informação bizonha, que só merece o desprezo. Fiquei fragilizado, dolorido, isolado.
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Fiz um esforço para que ninguém percebesse minha dor e acho que consegui.
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As lágrimas ajudaram a lavar o desconforto e compreender tudo. É um chavão inconteste e verdadeiro: a humanidade é podre! Sob qualquer circunstância da vida em que seu coração estiver acuado, procure a leveza. A leveza das pessoas que sabem viver!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Pinto no lixo

Choro meets ragtime prova que o choro pode se expandir para qualquer tipo de canção que se preze. Há dois discos clássicos na mesma linha: Altamiro Carrilho, clássicos em choro, volumes 1 e 2. Estranhamente, o volume 1 nunca saiu em CD. Neles, o velho paduano faz a delícia de misturar clássico com choro.
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Sim, Renatinha, o velho Altamiro, de quem Jean-Pierre Rampal comentou que "existem flautistas e existe Altamiro Carrilho", é paduano, mesmo que a cidade não saiba disso. Costumo chamar Pádua de Altamiro com meus amigos paduanos mais próximos.
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Cheguei a Miracema às 13 depois de uma viagem perfeita. A S10 está parecendo minha carteira velha. Assentou-se comigo como a carteira e o bolso da calça. Se tivesse optado por ser motorista, não teria feito feio na vida.
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No mais, estou que nem pinto no lixo. Acabo de mostrar Greencard pras meninas. Vi com a mãe delas no cinema há uns 20 anos. Já tenho como mostrar as coisas da minha geração pros meus filhos. É um delicado prazer.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Natureza morta

Toquinho e MPB4 ao vivo é chaaaato, muito chato, principalmente quando Toquinho se mete a cantar canções emblemáticas dos anos 80, tipo Nada por mim ou Me chama. Nada que comprometa a boa história pregressa dos dois, mas juntos, a coisa não funciona muito bem não.
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Por outro lado, chegou um novo disco de Moacir Luz. Chama-se Batucando e já está cotado entre as melhores gravações feitas em 2009. Moacir gravou pelo menos dois discos de samba triplos A : Sambas da cidade e Mandingueiro. Batucando chega bem perto dos dois. Imprescindível!
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O calor voltou feroz ao velho centro. Andar ficou mais difícil agora. Tudo pesa mais. Como esse time apático do Fluminense. Parecem que têm o mesmo IMC que eu. Andam em campo. Com dificuldade!
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Mesmo assim, dei uma espiada na exposição 200 anos de história no CCBB. Quadros de Portinari, Di Cavalcanti e outros grandes em ótimos momentos. Tenho que confessar, não tenho muito cacoete pra pintura não. Sou mais referente pra música e letra. Tenho inveja daqueles que enxergam os abismos e as delicadezas das naturezas mortas.
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As coisas aqui no trabalho continuam fluindo muito bem harmonizadas. Mas hoje eu estou pleno de vazios de saudades das crianças. Saudade de amanhã.
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No momento, Pat Metheny, The longest summer. Ordens de Camila!

domingo, 25 de janeiro de 2009

O samba e o tango

Saiu o primeiro triplo A de 2009. Cafe de los maestros é alguma coisa de sublime! A crítica do Globo informa que trata-se de um filme para quem gosta de tango. Como assim? Há quem não goste? Bom sujeito não é! Enfim, o filme deve emocionar ao mais cético para a música. Inevitável não lembrar do Buena Vista! Mas o tango tem qualquer coisa de abismo característica de almas solitárias e melancólicas. Alguma coisa que toca muito lá dentro.
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Depois fui ver Memórias do Café Nice, no CCBB, show com Mariana Baltar e Pedro Amorim. Fiquei muito feliz de ver Alexandre Del Penho, que conheci conversando nas filas do CCBB, arrasando no sete cordas. E Mariana tem uma voz belíssima. Já Pedro deveria continuar com seu bandolim ou melhor, com seu violão tenor, pois canta muito mal. Fez uma Rosa que me lembrou uma interpretação minha e de Cláuda Reis em Angra: um horror!
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Foi um sábado muito bom, dedicado à década de 30 por mera coincidência. Deve ter sido uma década muito linda.
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Nunca fui grande admirador de Brad Pitt. Sua carreira alterna altos e baixos típicos de quem pode deixar o filme pra ver depois quando sair em dvd, sob pena de assistir uma bomba do tipo Sr e Sra Smith. Mas hoje resolvi conferir O curioso caso de Benjamin Buton. Já tinha lido o conto de Fittzgerald há muitos anos, muitas indicações ao Oscar uma recomendação do Lugarinho e lá fui ei. Ótimo filme. 2,5A!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Nada pra fazer em São Paulo

O húngaro Sándor Marái viveu entre as duas guerras na Hungria e no exílio, escreveu 46 romances e deu cabo de sua vida com um tiro de revólver em 1979, em San Diego. Dele, acabo de ler As Brasas, um depoimento visceral sobre a solidão, embora conte a história de uma amizade ruída. Ou as duas significam a mesma coisa?
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"A gente vai envelhecendo aos poucos: numa primeira fase, atenua-se a vontade de viver e de ver nossos semelhantes. Vai prevalecendo o sentido de realidade, vai se esclarecendo o significado das coisas, você acha que os acontecimentos se repetem monótona e fastidiosamente. Isso também é um sinal de velhice. A gente envelhece assim, pedaço por pedaço. E então, de repente, sua alma envelhece: mesmo sendo o corpo efêmero e mortal, a alma ainda é movida por desejos e recordações, ainda procura a alegria. E quando também desaparece esse desejo de alegria, só restam as recordações e a inutilidade de todas as coisas: nesse estágio, estamos irremediavelmente, velhos. Um dia você acorda e esfrega os olhos e não sabe mais por que acordou. Já sabe exatamente o que o dia apresentará aos seus olhos: a primavera ou o inverno, os cenários habituais, as condições atmosféricas, a ordem dos fatos."
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Dei um jeito de sair batido de São Paulo ontem no final da tarde e retornar para o Rio. Marluce, a secretária da diretoria, conseguiu antecipar meu vôo. Uma hora entre São Paulo e Rio, duas horas entre Rio e Niterói, a ponte parada.
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Depois de muitos anos, não tem Blue Tree Park melhor do que a nossa velha e boa cama. E São Paulo ontem não era para mim, mais do que uma cama king do Blue Tree Park.
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O Cláudio acaba de comprar mais um acervo de discos irrepreensivelmente bem cuidados. Aproveito algumas pérolas importadas. Reluto de pensar no meu acervo. Algum dia reinará num sebo também.
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Na verdade, um amontoado de discos e livros que estão asfixiando o velho apartamento do Ingá. Não há solução mágica que os deixe arrumados.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Inventário

Guy Ritchie fez dois filmes da melhor qualidade: Jogos, trapaças e dois canos fumegantes e Porcos e diamantes. Estava ansioso para ver um novo filme do cara. Andei procurando aqui e ali e as notícias só me davam conta de seu casamento com Madonna. Agora veio esse Revólver. Horrível! Espero que ninguém perca tempo vendo uma m. daquela.
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Também vi Smart People, aqui no Brasil atendendo pelo estranho nome de Vivendo e aprendendo! Quem é o sacana que dá títulos nacionais aos filmes? Devia levar uma coça de cipó só por esse aí. Mas enfim, o filme é ótimo, com ótimas participações de Dennis Quaid e Ellen Page, provando que pode ir além de Juno.
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E também o primeiro capítulo de True blood, Anna Paquin maravilhosa. Triplo A!
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O ano começa com bons discos de samba. Ovídio Brito, mais do que uma homenagem a Martinho da Vila, é uma consagração para o próprio Ovídio, um dos maiores percusionistas brasileiros, na linha direta dos Marçais.
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Enquanto meu Tio morria, minha escrita travou de um tal modo que eu ficava muito tempo olhando pra tela e nada de escrever, numa mistura de angústia e impotência. Sei que tudo que escrevo é medíocre, mas nem isso conseguia sair. Agora percebo o quanto é importante para mim, a palavra escrita. É uma espécie de libertação.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Era um bom homem

Lembro bem da casa do meu avô, onde passei os primeiros anos da minha vida. É dali a mais remota lembrança de meu tio, que acaba de morrer. Era uma pessoa que ironizava a própria tristeza, dando sempre uma nota cômica, fosse o mais sério dos assuntos. Lembro que desenhava cavalos, que gostava dos Beatles, que fazia bolas da fumaça do cigarro. O meu hit na casa do meu avô era Não quero dinheiro, só quero amar.
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Muito tempo depois, lembro dele no Banco onde trabalhou quase a vida toda, sempre a me prometer uma camisa. A mim e a todos que conhecia. Certamente, o BANERJ teria um prejuízo imenso se tivesse que cumprir todas as suas promessas de camisa. E das jaboticabas da casa dele, imensas de doce para minha infindável gula. Depois, lembro dele já doente trabalhando na Chevrolet. Chegava cedo, coava o café e ficava ali chaleirando. Foi dele que comprei meus últimos carros, inclusive a S10.
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Mas de tudo nele o que mais ficou em mim, foi a pessoa generosa, de coração sempre aberto, disposta a ouvir, humilde e ao mesmo tempo, encantadora. Avaliava qualquer coisa como se fosse a melhor do Mundo. Dizia sempre você nunca provou desse ou você jamais vai andar num igual àquele, etc etc, como se fosse um phd no assunto em pauta. E quase sempre convencia. Tinha um orgulho imenso dos filhos e da mulher. Ajudava sem que lhe pedissem, estava sempre pronto.
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Tão ralo prazer lhe dei! Umas poucas visitas, uma vaga esperança. A vida vai nos arrastando cada vez mais para nossas responsabilidades e quando olhamos para trás, ficamos em dívida com uma conversa pequena, uma mão amiga, um sorriso que seja, e quando vamos ver, já é tarde demais.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Vagando pelo Centro

Cheguei em casa cambaleando ontem, ainda sob os reflexos da reunião de terça e outra ontem. A reunião de ontem foi pesada, mas foi uma reunião do bem. Trabalhamos cálculo estatístico na Câmara Técnica de Medicina Baseada em Evidências. Um inferno minha cabeça no fim da tarde. Não conseguia engatar nenhum raciocínio lógico. Além disso, está um calor escruciante aqui no Rio. Caminhar atá a Cantareira virou um deserto.
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E aí acabei a noite vendo O poder da esperança, um filme bacaninha que conta a história de um sujeito que luta pela inserção dos deficientes físicos no trabalho. Confesso que apanhei pela presença de Melissa Triplo A George no elenco. Mas Melissa no filme não chega nem perto da Laura de Em Terapia.
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Meus amigos se apiedaram de mim no final de 2008, com pena das minhas pastas e carteiras de mais de 10 anos de serviços prestados: Renata, Sandra e Longarino me deram uma pasta nova, Viviam, uma mala, Renata, uma bolsa de viagem e Rose, uma carteira. Estoque renovado de couro. E nem precisava, tava tudo semi-novo!!!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ne me quitte pas

Não há dúvidas que a Rede Globo manda na cabeça das pessoas desse país, isso já é um jargão. Só assim pra explicar o povo da copa aqui da empresa discutindo e cantarolando as canções de Maysa. Que bom! Significa que pelo menos uma parte mínima da nossa malfadada televisão está sendo investida em boa música. Não estou acompanhando a mini-série. Há muito que não tenho saco pra propaganda, intervalo e cenas do próximo capítulo. Aguardarei o DVD.
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Maysa nunca foi a minha praia até eu prestar muita atenção na delicadeza do seu Ne me quitte pas. É tão bonito quanto Nina Simone ou o original de Jacques Brel. Não sei dizer qual a melhor versão, mas essa canção é de uma paixão medonha. Fausto Nilo tentou fazer uma versão, mas ficou sem brilho algum. É melhor ouví-la em francês e tentar imaginar os abismos da sua letra.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Mulher indigesta

Três meninas do Brasil e Jota Canalha são as primeiras dicas musicais do ano. As três meninas são Jussara Silveira, Rita Ribeiro e Teresa Cristina. Coloquei na ordem do meu gosto pessoal. Jussara tem uma voz próxima da de Gal Costa, e canta A Dama do Cassino de fazer chorar. Está sempre cantando nos discos do Wisnick e acho que ali estão suas melhores performances. Como no Baião de 4 toques. Vi Jussara uma vez no Rival num show inesquecível, Lembro bem dela cantando A volta da Xanduzinha.
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Rita Ribeiro é uma maranhense batalhadora da boa música brasileira. Trouxe a música de Antônio Vieira pra dentro da minha casa. Adoro Tem quem queira, Cocada, e gostei muito de Na cabecinha da Dora, do disco das três. É boa baladeira também. Tenho as melhores recordações de Pensar em você, com ela.
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Das três, a que menos gosto é de Teresa. Acho um tanto artificial. Mas fez um ótimo duplo dedicado a Paulinho da Viola.
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O Trio funciona muito bem em Seo Zé e Maria, Mariazinha.
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Jota Canalha trata-se do pseudônmo de Henrique Cazes, que fez um disco muito divertido de canções de botequim. E tem o clássico Mulher Indigesta do Noel.
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O dia de ontem, aquela reunião de ontem, tudo ontem me deixou muito esgotado. Melhor esquecer ontem!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Todas as mulheres do Mundo

Jadim, um dos meus seis ou sete melhores amigos, anda querendo me casar de novo, inconformado com minha solitude voluntária. Já me arranjou umas tantas mulheres possíveis. Primeiro faz uma prévia da moça ("essa conservou o sorriso", "aquela continua bonita" e por aí vai), depois apresenta formalmente. Finalmente, como quem não quer nada, pergunta-me: "E a fulana?" . Eu nunca descarto nem demonstro grandes entusiasmos, mas cá comigo mesmo, só me reforça a idéia do quanto mudei! Minha fase "Todas as mulheres do Mundo" foi embora sem que eu me desse conta. Isso me leva à crônica de Marcelo Coelho sobre os 50 (link ao lado). Ainda não cheguei lá, mas acho aquilo tudo verdade.
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Tenho que confessar, sou fã do Jack Bauer. Vi todas as temporadas de 24 h, que foi perdendo um pouco o pique, mas nunca deixou de ser interessante. Mas o filme, 24h, a redenção, que na verdade deveria se chamar 2h ou mesmo 1h e 30 min, só faz mostrar que a série só funciona em longa escala. Nem como aperitivo serve. Vou dar 1/2A em consideração à Jack.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Ensaio sobre a cegueira

Comecei ontem minha retrospectiva 2008, que são os filmes que não vejo no cinema e agora vão saindo em DVD. Ensaio sobre a cegueira é de uma crueldade terrível para quem quer ver um filme para relaxar. Saí dali querendo lembrar de alguma coisa remota que me aliviasse. Lembrei da Oração de São Francisco. Ateu comovido, percebi que a velha oração já não faz o efeito que fazia. O filme é de um realismo assombroso. Não li o livro, mas acho que ele vai ficar esperando na estante por muito tempo.
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O Lima Score vai funcionar ao lado para os filmes vistos em 2009.
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Mais uma baixa em 2009: Dona Edith do Prato. Os santos estão querendo samba de roda com partido alto no céu. Dona Edith, vai que Xangô te espera!!!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Moro na roça




Passamos uma semana muito tranquila e no final, elas quiseram levar Amanda pra ver Crepúsculo novamente. Pegaram cacoete pelos vampiros. Aproveitei para ver A Outra, um autêntico Clint Eastwood, com direção impecável e Angelina Jolie médio.
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Agora faz calor de janeiro em Niterói e curto sem muito entusiasmo o vazio deixado por elas.
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São duas pessoas muito especiais essas meninas. Apesar de serem absolutamente normais, se destacam por encontrarem felicidade e motivo de rir em qualquer situação que estejam. Pouco exigem, são fáceis de lidar. Têm uma curiosidade imensa por aprender e aprendem rápido.
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E um respeito profundo pelo silêncio que às vezes, compartilhamos. Longos silêncios de mútua compreensão.
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A morte de Xangô da Mangueira azedou um pouco a semana. A imprensa deu o tratamento que costuma dar a alguns dos grandes sambistas brasileiros: ignorou. Não houve partideiro mais elegante do que Xangô. Alguém que, nem em vida, recebeu as flores que merecia.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Gomorra

Gomorra, primeira saida minha ao cinema esse ano (na verdade segunda, a primeira foi Crepúsculo com as meninas), parece mais um documentário do que uma história propriamente. São na verdade, várias pequenas histórias. Quem já estava acostumado com os Corleones e os Sopranos, esqueça. É um filme cru e miserável. Está mais para Cidade de Deus ou Tropa de Elite, filmes, a meu ver, melhores do que o italiano. Devo estar blasfemando depois de tanto prêmio que Gomorra recebeu da crítica européia, mas é só uma opinião.
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Hoje foi o dia do indefectível rodízio de pizza da Parmê. 300.000 calorias!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Contas a pagar

Em janeiro, nem fico me preocupando muito em olhar o saldo bancário. É o mês em que as reservas pedem socorro! É tanto IPTU, IPVA, IR, CRM e outras siglas, que nem dá graça ficar contando. A melhor atitude é pagar e esquecer. Não dá pra ficar lembrando do dinheiro que o governo nos extorque e aplica nessa lama toda.
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Com relação à polêmica envolvendo Caetano Veloso e Alexei Bueno (aqui) sobre os poetas concretistas, estou com Alexei. Nunca achei muita graça no concretismo. Poesia pra mim tem que dar nó.
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A rotina dessa semana continua uma festa, apesar do chuvisqueiro e do frio que entrou sem cerimônia nesse janeiro no Rio e uma gripe incubada que não sara nunca. Hoje fomos almoçar no velho sebo da Rosário. Com Leticia e as meninas. Maurício acabou me convencendo de levar O menino de pijama listrado, John Boyne. Comecei a ler na Cantareira. Depois eu conto.
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Mal começou 2009 e já estou com dois livros inacabados. Fiz uma promessa de não deixar nada meio lido esse ano. Vamos ver.
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Renatinha, volta logo!!! Só tá faltando você aqui.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Da necessidade de nos termos.


Nada melhor do que começar o ano com um imprevisível acontecimento: Laura e Luisa aqui comigo em Niterói. Tudo por causa de um curso de dança que a Laura está fazendo no Rio. Minha rotina fica deliciosamente modificada. Pouco tempo pra desconversaraqui e muito para conversar com elas. Vou pro trabalho com elas, Luisa passa o dia todo comigo (a foto, improvisada do celular, foi tirada hoje de manhã na Cantareira).
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Já fomos ver Crepúsculo, bonzinho o filme. Na verdade, achei uma ótima oportunidade para aproximá-las de Debusy. Adoraram o Clair de Lune! Não dá pra achar nada ruim com essas duas. Temos nos surpreendido rindo a toa, de nada! Ou de uma simples frase solta.
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Estamos imersos na quarta temporada de Lost. Não gostei muito das aparições futuristas, preferia os flash-backs. Está morrendo muita gente também.
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Comecei o ano lendo As Brasas, Sandór Marái. Promete!
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Essas viagens são boas para nos conhecermos melhor. Por isso, não vamos muito a lugares especiais. Preferimos ficar aqui, tentando aprender um com o outro. As duas são absolutamente imprevisíveis. Tem horas, parecem se entender como se fossem as melhores amigas. Noutras estressam. Quase sempre entro no jogo e às vezes acabo me estrepando. Que fazer? É a vida!

O que tocou no reveillon em Odete Lima

Ao Jacob, seus bandolins - o belíssimo show de 2002 foi transformado em DVD pela Biscoito Fino. Entre as atrações, Altamiro Carrilho, Joel Nascimento e Zé da Velha, só pra citar três referências da velha guarda. Todos os movimentos da Suíte Retratos tocados de maneira irretocával. Um luxo só!
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Bethânia e Omara - depois de um cd meio insosso, as duas se lançaram num concerto ao vivo de arrepiar. Não aguentei o 20 años e puxei Laura pra dança.
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Beth Carvalho na Bahia - não sou um grande fã da Beth, mas esse cd gravado em Salvador, com Riachão, Roque Ferreira, e os baianos mais conhecidos, é de muito bom gosto.
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Luiz Melodia, Estação Melodia - em forma, cantando seus sambas e outros clássicos. Muito agradável.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Um ano desconversando

O desconversa acaba de completar um ano de existência e agradece a paciência dos heróicos leitores, que retornam às suas bobagens, apesar de tudo. A idéia nasceu no Festival de Jazz de Ouro Preto de 2007 depois de ter conhecido uma blogueira refinada: Camila.
Camila me estimulou a transportar o texto em que havia comentado o festival para um blog. Levei um tempo para decidir. Hoje vejo o blog como um bom amigo.
O que dá vontade de escrever, escrevo. Depois releio. Conserto. Excluo. Desconverso. E como a memória já vai sendo afetada pela decrepitude, serve para relembrar alguns fatos interessantes, outros importantes.
Não acho que o blog seja um divulgador de conceitos e novas tendências. Antes disso, é pra mim quase um santuário em que pouco me importo com o que escrevo, se tudo isso vai influenciar a ou b. Tinha um Tio que tocava muito mal o violão, apesar de ser um grande ortopedista. Quando perguntei a ele porque tocar, se toca tão mal, ele me respondeu na lata: Toco pra mim.
Acho que o blog é mais ou menos isso: escrevo pra mim.
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Afora isso, consegui conversar pelo blog com muitas pessoas queridas ligadas a mim. E até uma menina que namorei na Escola Médica e não via há muitos anos. O blog permitiu uma atualização permanente de nossas vidas.
E principalmente, as pessoas próximas acabaram conseguindo conversar melhor comigo, porque me conheceram melhor.
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Em 2009, pretendo continuar a velha rotina de escrever bobagens. Que meus fiéis leitores me perdoem. Feliz 2009.

Triste cuíca

Aceitar o castigo imerecido Não por faqueza, mas por altivez No tormento mais fundo, o teu gemido Trocar um grito de ódio a quem o fez As de...