quinta-feira, 16 de abril de 2009

O mar do Leblon

Três dias de sono leve e ando meio esgotado. Hoje teve aula na Barra e a turma exigiu bastante. Também não estive com meu staff e fico meio perdido sem Renatinha, Longarino e Sandra.
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Lembrei de uma mulher que tive, de uma relação aguda, urgente, insensata. Dessas que começam e acabam sem que a gente perceba. Saíamos pelas madrugadas sedentos, numa procura cega de pele, língua, pedaços do corpo. Um amor de cheiros fortes, necessários, tensos. Cada vez que me lembro dela quando venho da Barra dirigindo a S10, percebo o quanto mudei. Nada sei mais de mim ontem. Mas ficaram partes de passado aderidas e ainda posso sentir o barulho do ar condicionado barulhento dos velhos motéis. Motel é uma coisa que hoje eu prefiro acreditar que nunca entrei. Mas aquela moça, que pertence ao passado, levou parte de mim e ficou em parte. E hoje, que tentamos ser bons amigos, nos falamos melhor por olhos, mãos e sentidos.
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"Digo aos senhores que conheci o vasto mundo, vi paisagens sublimes, obras-primas, catedrais, mas ao fim e ao cabo meus olhos não têm recordação mais vivida que as de uns cavalos-marinhos nos azulejos do meu banheiro."
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"Mas com a idade, a gente dá para repetir certas histórias, não é por demência senil, é porque certas histórias não param de acontecer em nós até o fim da vida."
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Terminei de ler Leite Derramado e esses dois últimos parágrafos são também os últimos trechos que divido com meus leitores.

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