terça-feira, 10 de julho de 2012

Sintra



"À porta do casebre,
O meu coração vazio,
O meu coração insatisfeito,
O meu coração mais humano do que eu, mais exato que a vida.
Na estrada de Sintra, perto da meia noite, ao Luar, ao volante,
Na estrada de Sintra, que cansaço da própria imaginação,
Na estrada de Sintra, cada vez mais perto de Sintra,
Na estrada de Sintra, cada vez menos perto de mim..."

Fernando Pessoa, Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra.

O que sobrou da FLIP 2012 foi a conversa afinada com Laura e Luisa e ver como elas estão plenas de boa palavra. São as minhas meninas e não há nada mais confortante do que vê-las crescer e aparecer.
O que sobrou da FLIP 2012 foi Maria Martha fazendo um Lola a capela quase que só pra mim, depois de um pedido bêbado e pungente, irrecusável. Maria continua sendo um dos encantos escondidos de Paraty. 
O que sobrou da FLIP 2012 foi caminhar de mãos dadas com o amor pelos pedregulhos e acreditar que a fala das mãos é mais forte do que a das palavras. 
O que sobrou da FLIP 2012 foi voltar ao Santa Rita e comer aquele Camarão Geraldo Lins, outro encanto escondido insuperável.
O que sobrou da FLIP 2012 foi a conversa de amigos na Chácara das Acácias regada a cerveja escura e amendoim colorido. Muitos anos de conviver e conversar.
O que sobrou da FLIP 2012 foi a cara de Manu, se aboletando no meio das conversas com suas canções, requebros e uma pilha que não descarrega nunca.
O que sobrou da FLIP 2012 foi que, apesar de não ter ido à nenhuma mesa, de não ter participado de nenhuma discussão literária mais aprofundada, não deixei de me contaminar pelo ar poético e musical da cidade nessa época do ano. 

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