"Dê-se farto ao dissecar das aulas de anatomia
(Indigente é muito título a quem nem o próprio nome escolheu)
Não tomes do teu tempo, a lembrança
Não espere teus relatos
Serás um volume a mais na estante
Encadernado de mentiras
(Provavelmente com o título errado)
Abrace a sentença da vida sem perder a rebeldia
Assuma os filhos de tuas palavras
A consequência de teus discursos
(Use menos verbos imperativos que esse poema)
Instale-se na última opção do cardápio
Plante com paternidade alguma virtude
Mas principalmente e de olhos vidrados
Busque a beleza.
Extraia com precisão microscópica a beleza da rotina
Não preocupe-se
As normalidades não passam de velhos hábitos
Repetidos à exaustão.
Algo precisa romper o tédio
(Assuma esse voluntário propósito)
Ah e ainda há amor
Este misterioso fluido
que...
pouco se cabe conjecturar...
Resista ao trágico passar dos dias
20 anos estão condensados em alguns segundos de memória
E começo a suspeitar que num piscar de olhos
Terão passado 80 com a mesma rapidez.
Cabe dizer que não se sabe o fim, o quando, o quanto, o resto
Nada
Mas há muito contento em sua própria loucura
Ah...E é claro!
Sugiro começar perdendo a lucidez."
Bernard Sader Tinoco
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