quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Meu coco

Só agora consegui ouvir o disco novo do Caetano, "meu coco". Não foi o disco. Na verdade tive que comprar a mídia, pois o disco não sairá em formato físico. É isso mesmo que você leu. Não teremos o cd. Esqueça ficha técnica, arte gráfica, letra das músicas. Que horror!

Levei um ano para conseguir o Nana Tom Vinicius. Comprei logo três, dois para o Natal dos amigos. É obrigatório.

A princípio, "meu coco" pareceu mais um disco experimental como Zii e Zie ou Abraçaço ou Noites do norte. Nunca consegui gostar desses discos, mas acho que foi incompetência minha. Certamente não lhes dei a oportunidade de ouvir mais vezes. 

Mas esse meu coco lembra o Caetano de muito, cores e nomes e cinema transcedental. A primeira coisa que me chamou atenção foi, por óbvio, um fado no final do disco. Você-você é belíssimo e a participação de Carminho só faz realçar a beleza.

Mas seria injusto restringi-lo ao fado. O disco é todo muito bem arranjado e algumas canções são muito fáceis de ouvir e sair assobiando. 

Quando ouço "anjos tronchos" penso em circuladô de fulô,  fora de ordem, e em como Caetano sabe mapear bem o mundo real.

Autoacalanto é muito bonito e delicado, parece leãozinho, cajuína, coloca um frescor nessas cantigas. 

Cobre e Enzo Gabriel e seus versos sutis mostram que a poesia de Caetano ainda é atual e renovada. Bonito de ouvir.

O disco é todo assim, ganhou meus ouvidos e não desgruda mais.

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Abel Braga está de volta. Gostei muito, Chicote não.

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