quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Tô te devendo essa.

S.,
As coisas andam atropeladas por aqui. Até quando estou de férias, pareço ocupado. Daí não ter respondido ainda suas mensagens. Peço desculpas.
Arrumei esse blog para eventuais desabafos cotidianos, mas estou meio desencantado dele. Ao relê-lo, faço um inventário mais das minhas preocupações do que das minhas alegrias. Quando dá vontade de escrever, não me vem nenhuma piada à cabeça. Quase sempre, desventuras.
Já deletei alguns textos que me desagradaram, inclusive um poema cheio de clichês, lugares comuns condizentes com qualquer poeta menor.
Queria te ver. Faz quantos anos, afinal? Se não contar aquela rápida visita tua ao Rio há uns seis anos, já se vão aí uns 20 e poucos.Sei que não é possível retomarmos mais aqueles arroubos de meninos, mas dali vêm alguns dos mais puros conceitos de amor que aprendi. Só sinto que tenhamos sido tão meninos quando poderíamos ter explorado mais nossas ambições interiores, avançado mais os sinais perigosos, apertado menos os cintos. Mas tudo vale, tudo valeu. Só tenho boas recordações da nossa época.
Hoje em dia o que me dá mais alegria é ver as crianças crescendo, ouvir alguns fados, ler alguns poemas. Cada dia tenho menos ambições materiais. Sinto-me bem assim.
Quando quiser vir ao Rio, você sabe que terá sempre um amigo aqui. E, embora não exista mais o Cinema 1 da Prado Jr nem aquela calmaria que habitava o Parque Lage, ainda há coisas boas a se fazer nessa cidade.
Até.

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