segunda-feira, 7 de abril de 2008

Vasectomia

A Agência Nacional de Saúde acaba de editar um novo rol de procedimentos em saúde. Os erros são os mesmos de sempre: pouca sensibilidade com as reais necessidades dos clientes, estímulo para aplicação de altas tecnologias de altíssimo custo mas sem determinar exatamente quem paga a conta, excesso de arbitrariedade na condução do processo.

Quem ficou satisfeito??? Da reunião promovida pela ANS para finalizar a edição da resolução normativa, vi reclamações das Sociedades de Especialidades que se sentiram pouco ouvidas em suas necessidades, da representante do Procon, que via limitação no novo rol e das operadoras de planos saúde que procuraram exaustivamente, mas não encontraram qualquer explicação sobre como seriam absorvidos os impactos financeiros dos incrementos de cobertura.

É certo que o rol precisava ser atualizado, mas empurrar para a saúde suplementar, a política de controle da natalidade no país foi de uma falta de critério tamanha. O Governo está fugindo de suas responsabilidades primárias, das obrigações básicas com a população.

Embora o número de procedimentos tenha diminuido em relação ao rol anterior, é certo que as novas coberturas trarão um impacto significativo para as operadoras. Isso porque foram incluidas incorporações de tecnologia de altíssimo custo, e as exclusões foram apenas de procedimentos obsoletos que já caíram no desuso.
Atendimento por profissionais não médicos tais como nutricionistas e psicólogos foi incluido na cobertura, mas com limitações que não explicitam nenhum protocolo de tratamento padrão. Esse atendimento de forma limitada e isolada, não incluido num programa de prevenção e tratamento, pouco acrescenta para o cliente.
Na sua conturbada missão de coordenar a saúde suplementar, a agência parece dar mais um passo em falso. Quem sobreviverá?

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