quinta-feira, 10 de abril de 2008

Quando haverá um novo dia-esperança?

Hoje não estou muito bem não. Há uma linha tênue que me separa do abismo e no meio disso tudo, só vazio. Meto-me a trabalhar pra ver se passa essa sensação, mas hoje ela está mais forte do que eu.
Um desencanto aqui, um desentendimento ali, nada demais, apenas o acúmulo de pequenas decepções.
Nem andei pelo Centro a procurar nos sebos uma salvação que pudesse vir através de música ou literatura. Nem liguei pros amigos procurando um afago que pudesse levar esse vazio, fiquei com medo de esvaziá-los também. Sinto falta das crianças, mas onde andarão por agora? Tão perto e tão longe de mim!
O calor voltou ao Centro depois de três dias relativamente frescos, em que se pôde inclusive dormir sem ar condicionado. Caminho da Praça XV até o trabalho, passo pelas ruas coronárias do centro, que parecem as mesmas: restos de beleza da velha província, espigões imponentes ocultando essas belezas, sujeira em tudo quanto é canto. Atravesso a Primeiro de Março já com o sinal vermelho piscando pra mim. A correria das ruas de vez em quando, pesa. Tudo pesa nesses meus cento e poucos.
Fui ver a obra do décimo primeiro andar, mas continuo com a mesma cegueira geométrica que sempre tive. Não consigo vizualizar nada nem na fase planta, nem na fase tijolo.
Vamos vivendo cada dia mais desencantados com país, governo, saude pública, impostos bizarros, filas quilométricas, asfixia.
Hoje não estou muito bem não. Mas passa.
Obs: O título desse post, roubei de uma crônica de Antônio Maria.

Nenhum comentário:

Triste cuíca

Aceitar o castigo imerecido Não por faqueza, mas por altivez No tormento mais fundo, o teu gemido Trocar um grito de ódio a quem o fez As de...