quinta-feira, 12 de junho de 2008

Olhos felizes


Nos dois últimos sábados que passei em Miracema, saí só com Luisa. Não era o dia de pegar o menino, ou porque Laura tinha um evento qualquer (aniversário ou dança), de modo que não é exagero afirmar que Luisa tem sido minha companhia mais constante nos sábados.
E enquanto não chegam os amigos (meus e dela), vamos conversando os dois sobre os assuntos mais variados, que podem ir desde a aula de história até uma coletânea do Led Zeppelim que ela me pediu pra copiar.
Não preciso conversar com Luisa pra sentir o quanto a amo. Olhinhos curiosos de compreensão e afeto, abraços prolongados e espontâneos, um sorriso de mil dentes felizes demonstram que além de pai e filha, somos grandes amigos e gozamos da intimidade de nos entender pelos olhos e gestos.
Luisa não é uma pessoa fácil. Chama-me a atenção como qualquer adulto, se aborrece quando é contrariada, dificilmente se dá por vencida. Mas é tão raro que ela me peça qualquer coisa, que quando acontece, aquilo me desarma de tal modo aprofundado que eu nunca consigo negar-lhe nada.
As coisas mais simples que fazemos em comum são também as mais especiais: a tristeza pela morte do Charlie em Lost, pedir uma pizza do Vitor e comer em casa só nós dois, experimentar o chantily de café que a mãe dela fez, chegar e partir, viver.
Nesse solitário dia dos namorados, a lembrança mais doce que me vem à cabeça é o carinho especial que Luisa guarda pra mim e me surpreende de um jeito novo a cada vez que a encontro.

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