terça-feira, 3 de junho de 2008

Timesheet

"A TIMESHEET funciona como uma espécie de folha de horas que resume todas as diligências efectuadas por um determinado utilizador, entre um determinado intervalo de tempo."
(Fonte : google)

Acordei de uma noite de pouco dormir e muito pensar às seis e quinze. Liguei o computador. Esperei meia hora pelo vélox. Tinha um resto de uva e um mamão na geladeira. Comi o mamão. Enquanto esperava pelo vélox, desatei a ler jornais velhos em atraso. Uma linda crônica do Dapieve sobre "Em Terapia", o seriado da HBO. Eu teria escrito aquilo.
O vélox veio, mas não trouxe nada de novo.
Na ida pro aeroporto de Congonhas, o motorista do táxi me presenteou com Isabela Taviani, Diga sim pra mim. É tudo de ruim! Um clone sofrível da já sofrível Ana Carolina. Por oportuno, ainda não consegui gostar de Scarlet canta Waits, que já ouvi duas vezes e meia (tá ficando ruim pra Scarlet).
Tem um maluco que escreve no caderno B do JB (Mário Marques) que detesta Tom Zé. Ora, ora, quem detesta Tom Zé não pode ser lá grandes coisas não. Aconselho uma audição única do clássico Estudando o samba. É um disco antológico que qualquer crítico musical deveria ter a obrigação de ouvir cem vezes.
Não, não é a mesma coisa que o Marcelo Madureira dizer que o Glauber é uma merda! O Glauber, realmente, é uma merda, até que você comece a gostar dele. Não sei se vai dar tempo pra mim, ainda estou na fase Marcelo Madureira.
Já li a Revista da TAM, o Jornal do Brasil, o Estadão, o Lance e essa porra desse avião não decola.
A aeromoça me oferece balas arcor. Pego a cesta inteira como sempre. Rimos juntos. Resgato algumas balas, devolvo a cesta. Balas arcor pros meus dentes pobres.
Chego a São Paulo (quando venho, venho de, crasear o A pra quê?) depois de ler umas vinte páginas de O despenhadeiro, Fernando Vallejo. Se você acha que já leu alguma coisa escrita com vísceras, esqueça. Vallejo é nojento e corrosivo. Tô gostando!
Um colega de Angra me liga pra saber sobre segunda opinião em cirurgia videolaparoscópica.
Um colega de Volta Redonda me liga pra saber a dosagem padrão da toxina botulínica por local de aplicação.
Memorizo as indicações do tratamento cirúrgico da epilepsia. A principal indicação é para epilepsia de lobo temporal. Necessidade de curva de aprendizado e conhecimento íntimo da anatomia do hipocampo. A prevalência de epilepsia na população é de 1%, sendo que 20% desses são candidatos potenciais à cirurgia.
Ligo pra Camila, não atende.
Ligo pra Valéria, peço detalhes do acordo com a SOBRACIL sobre cirurgia videolaparoscópica.
Pela ordem , falo com Gilson, Adriana, Sandra, Rose e Renata pelo telefone. Resolvendo pepinos.
Entro num cyber café e respondo alguns e-mails da empresa.
Camila me liga. Almoçamos juntos. Nem foi bem um almoço, foi um café na Livraria Martins Fontes. Cultivo a máxima de Sérgio Santana em Um Romance de Geração de que a proximidade física costuma ser inversamente proporcional à proximidade espiritual. Falo melhor com Camila pelo blog e pela correspondência. Conversamos uma meia hora sobre música, literatura, Paraty, as frustrações e os prazeres comuns.
Vou pra reunião na Paulista. Pauta do Congresso Nacional de Auditoria Médica setembro em Foz. Palpito, discuto, contribuo. Três horas de discussão proveitosa.
Volto com Marlus do Paraná ao Aeroporto de Congonhas. Discuto sobre um processo de desburocratização que estamos trabalhando juntos.
Na volta, repito a cena da bala arcor. E mais vinte páginas do Despenhadeiro. Arrisquei uma Xingu no avião, fato inédito. Nunca bebo sozinho.
No jornal só leio sobre Flu e Boca. Começa a tensão.
No táxi de volta, a Hora do Brasil. "O que se paga de hora extra nesse país poderia dar emprego à seis milhões de cidadãos". O locutor parece falar com um ovo na boca. Gosto mais dele do que da Isabela Taviani.
No táxi, ainda falo com Valéria e Márcio Portilho.
Chego em casa, Ligo o computador. O vélox atrasa.
Tomo aquele banho que resolve noventa por cento dos problemas.
Abro a geladeira. tem um resto de uva.


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