segunda-feira, 2 de junho de 2008

Isso de SIMPATIA É QUASE AMOR

Pelas rosas, pelos lírios,
Pelas abelhas, sinhá,

Pelas notas mais chorosas
Do canto do Sabiá,
Pelo cálice de angústias
Da flor do maracujá !

Pelo jasmim, pelo goivo,
Pelo agreste manacá,
Pelas gotas de sereno
Nas folhas do gravatá,
Pela coroa de espinhos
Da flor do maracujá.

Pelas tranças da mãe-d'água
Que junto da fonte está,
Pelos colibris que brincam
Nas alvas plumas do ubá,
Pelos cravos desenhados
Na flor do maracujá.

Pelas azuis borboletas
Que descem do Panamá,
Pelos tesouros ocultos
Nas minas do Sincorá,
Pelas chagas roxeadas
Da flor do maracujá !

Pelo mar, pelo deserto,
Pelas montanhas, sinhá !
Pelas florestas imensas
Que falam de Jeová !
Pela lança ensangüentado
Da flor do maracujá !

Por tudo que o céu revela !
Por tudo que a terra dá
Eu te juro que minh'alma
De tua alma escrava está !!..
Guarda contigo este emblema
Da flor do maracujá !

Não se enojem teus ouvidos
De tantas rimas em - a -
Mas ouve meus juramentos,
Meus cantos ouve, sinhá!
Te peço pelos mistérios
Da flor do maracujá!

Falar de Cláudia é difícil pra mim. Porque vão aí misturados alguns sentimentos de afeto, carinho, identificação, um qualquer coisa de amor mal resolvido. Meu avô já dizia não existir amizade entre homem e mulher. Estava errado. Estão aí para provar Sandra, Alê, Renatinha e tantas outras amigas.

Mas Cláudia não é exatamente o que eu posso chamar de amiga. Não nos termos exatos da palavra. Vinicius já dizia que é uma espécie de molejo de amor machucado. A verdade é que Cláudia é e será sempre um enigma. Um enigma deliciosamente indecifrável.

Tudo isso que escrevi até agora não deixa de ser uma fábula. Claúdia vai muito bem casadinha da Silva. Lamentei muito, ameacei tirar-lhe a condição de orquidea, mas que fazer? Casou-se e parece feliz.


Fora isso, temos uma história de trabalho em comum na empresa. Cláudia é uma guerreira que luta cada dia para levar adiante suas convicções. Por obra e graça de seu trabalho incansável, seu setor foi dos que mais cresceu aqui nos últimos anos. É pau pra toda obra.


Por conta disso tem tido pouco tempo para nossos almoços, nossos chopinhos de sexta, nossa conversa afiada. Mas memórias nunca hão de faltar para nossas coisas em comum. Um forte laço que ficou disso tudo. Laços de humanidade, companheirismo, de pessoas honestas de bem querer, de solidário sofrer e encantamento.

Meus três infalíveis leitores já devem ter percebido que eu mudei esse texto umas dez vezes. Que fazer? Cláudia merece todas as revisões! Além do que, é a própria flor do maracujá do Fagundes Varela


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