Antes do show do João, fui dar uma conferida em Nossa vida não cabe num Opala, em cartaz no cinema Odeon. Sempre gostei de Mário Bortolotto e seu teatro e blog, indicado por mim aqui no desconversa. O filme é baseado numa peça dele.
Outra coisa que eu sempre gostei nas peças do Mário é a trilha incidental. Canções obscuras de Lou Reed, Leonard Cohen, Tom Waits, tudo enfumaçado pelo Universo dele.
Também acho muito comum a linguagem do cinema não ser adequada à da literatura ou à do teatro e são raros os exemplos em que o casamento fica bom. Por exemplo, Rubem Fonseca é dos nossos melhores escritores, mas seus livros perdem muito de intensidade quando transpostos para o cinema. O único que gostei médio foi Bufo e Spalanzani.
Com Mário Bortolotto não foi diferente. Achei o filme fraco. O roteiro se perde ao tentar expandir para o cinema e nada acrescenta ao texto original da peça.
A destacar apenas a atuação de Maria Luisa Mendonça, perfeita no personagem rodrigueano, que Maria Luisa conhece bem (já tinha outro feito em Engraçadinha). E a estonteante Maria Manoela (foto). Aquilo não é mulher, aquilo é um monumento! A verdade é que o elenco não faz feio, o filme é que é ruim mesmo.
A trilha, a cargo do próprio Bortolotto, é outro grave equívoco. Mário optou por inserir composições próprias, fracas em geral e que surpreendem a platéia com um som agressivo e sem propósito.
Fui para o Odeon com ótimas espectativas. Ainda bem que teve o show pra me salvar!
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