segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Nossa vida não cabe num Opala



Antes do show do João, fui dar uma conferida em Nossa vida não cabe num Opala, em cartaz no cinema Odeon. Sempre gostei de Mário Bortolotto e seu teatro e blog, indicado por mim aqui no desconversa. O filme é baseado numa peça dele.
Outra coisa que eu sempre gostei nas peças do Mário é a trilha incidental. Canções obscuras de Lou Reed, Leonard Cohen, Tom Waits, tudo enfumaçado pelo Universo dele.
Também acho muito comum a linguagem do cinema não ser adequada à da literatura ou à do teatro e são raros os exemplos em que o casamento fica bom. Por exemplo, Rubem Fonseca é dos nossos melhores escritores, mas seus livros perdem muito de intensidade quando transpostos para o cinema. O único que gostei médio foi Bufo e Spalanzani.
Com Mário Bortolotto não foi diferente. Achei o filme fraco. O roteiro se perde ao tentar expandir para o cinema e nada acrescenta ao texto original da peça.
A destacar apenas a atuação de Maria Luisa Mendonça, perfeita no personagem rodrigueano, que Maria Luisa conhece bem (já tinha outro feito em Engraçadinha). E a estonteante Maria Manoela (foto). Aquilo não é mulher, aquilo é um monumento! A verdade é que o elenco não faz feio, o filme é que é ruim mesmo.
A trilha, a cargo do próprio Bortolotto, é outro grave equívoco. Mário optou por inserir composições próprias, fracas em geral e que surpreendem a platéia com um som agressivo e sem propósito.
Fui para o Odeon com ótimas espectativas. Ainda bem que teve o show pra me salvar!

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