segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A Lígia de cada um de nós


Acabo de chegar de uma sessão de hipnose coletiva em que uns poucos privilegiados ficaram em transe durante 1 hora e 43 minutos para assistir ao pai de todos nós: João Gilberto. Eu já tinha feito viagens ouvindo o Amoroso e o ao vivo na Suiça repetidas vezes ininterruptamente, mas nada se compara a vê-lo ao vivo. Nunca vi um "mais do mesmo" tão brilhante e renovado a cada nota, cada sussurro de João.
O que gostei mais? Não posso me perder do todo, o todo é que foi impecável, mas destacaria três ou seis coisas que me comoveram muito.
De início, a homenagem a Caymmi, com Você já foi à Bahia?, Doralice e Rosa Morena. No final voltaria com Você não sabe amar. Não precisou mais nada pra saber que Caymmi estava ali, em algum canto daquele teatro aplaudindo como todos nós.
Gostei do fato dele ter cantado a outra versão de Lígia, que acho mais solta e despojada do que a oficial. É "Tom Jobim andando pela praia do Leblon" cuspido. E a nossa vontade de percorrer aqueles passos e encontrar a Lígia dos nossos sonhos.
As que mais me tocaram foram Estate pela paixão arrebatadora que tenho por essa canção, tudo por culpa de João, Aos pés da Santa Cruz (desconstruindo Orlando Silva) e um Chove lá fora intimista, melancólico, de dar pena à ausência de Tito Madi ali. Foi um momento mágico.
Voltei em paz com o Mundo.

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