Contemplo agora
o leito que vazio
se contempla.
Contemplo agora
o leito que vazio
em mim se estende
e se me aproximo
existe qualquer coisa
trescalando aroma em mim.
Agora eu te diria
o quanto te agradeço o corpo teu
se o me dás ou se o me tomas,
e o recolhendo em mim,
em mim me vais colhendo,
como eu que tomo em ti
o que de ti me vais doando.
Eu muito te agradeço, amante-amiga,
este teu corpo que com fúria eu possuía,
corpo que eu mais amava
quanto mais o via,
pequeno e manso enigma
que eu decifrei como podia.
..................................
Afonso Romano
o leito que vazio
se contempla.
Contemplo agora
o leito que vazio
em mim se estende
e se me aproximo
existe qualquer coisa
trescalando aroma em mim.
Agora eu te diria
o quanto te agradeço o corpo teu
se o me dás ou se o me tomas,
e o recolhendo em mim,
em mim me vais colhendo,
como eu que tomo em ti
o que de ti me vais doando.
Eu muito te agradeço, amante-amiga,
este teu corpo que com fúria eu possuía,
corpo que eu mais amava
quanto mais o via,
pequeno e manso enigma
que eu decifrei como podia.
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Afonso Romano
Sexta-feira peguei o caminhào e fui pro apartamento em Arraial do Cabo. Há quase um ano que não ia. Por motivos óbvios: preferia ficar com meus filhos em Miracema. Mas essa deu vontade e fui. Tirar a poeira dos móveis. Botar para funcionar o meu último aparelho de som antes da era Ipod, quando tudo ficou minúsculo. E aí ouvir velhas canções de afeto.
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A Prainha nessa época do ano é o paraiso. Semi-deserta, cristalina, de ficar sentado naqueles quiosques e sorumbatear olhando o céu clarinho. Não levei nada que pudesse estabelecer qualquer contato.
.............................................
Seu Orival, uma mistura de zelador, porteiro e faz tudo do Edificio Golfinho, estranhou a chegada do caminhão, mas logo veio me saudar. É dessas pessoas finas que não se fabricam mais. Ajuda com as malas, lava o caminhão, está sempre pronto.
..............................................
Fiquei ali com meus pedaços de passado, nos dentes, nas narinas, na rede de dormir.
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A Prainha nessa época do ano é o paraiso. Semi-deserta, cristalina, de ficar sentado naqueles quiosques e sorumbatear olhando o céu clarinho. Não levei nada que pudesse estabelecer qualquer contato.
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Seu Orival, uma mistura de zelador, porteiro e faz tudo do Edificio Golfinho, estranhou a chegada do caminhão, mas logo veio me saudar. É dessas pessoas finas que não se fabricam mais. Ajuda com as malas, lava o caminhão, está sempre pronto.
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Fiquei ali com meus pedaços de passado, nos dentes, nas narinas, na rede de dormir.
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