domingo, 26 de julho de 2009

Disperso

Terminei a primeira temporada de Fringe. Tenho visto a indústria farmacêutica manipular as pessoas de tal forma que causariam mais estarrecimento ao Dr Walter Bishop e mais preocupação à agente Olivia Dunham do que os monstrengos criados por Fringe. A série não é grande coisa, mas passa batido, dá pra ver e até gostar.
É domingo, faz frio em Niterói, Chicó está vidrado no play station, e eu tento melhorar a dispersão que me tirou da leitura do jornal de hoje, escrevendo. Admito que não vai sair grande coisa desse texto.
Sempre achei que a escrita fosse uma forma de chamar atenção. Quando menino, editava um jornal em folha dupla de papel ao maço e distribuia entre meus amigos. Adorava fazer acrósticos, poesias (tá bom, gostava de chamá-las assim!), e escrever longas cartas platônicas. Nunca ganhei um concurso de redação, nunca tive talento para o improviso. Mais tarde deduzi, e disso já escrevi aqui, que meu escrever na verdade sempre foi endereçado a mim mesmo.
Deduzi ainda que esse gosto de escrever era antes uma necessidade do que um talento ou um dom a ser desenvolvido. E sempre que me manifestava pela escrita, conseguia sair melhor do que pela fala.
Assim, venho escrevendo desde sempre, exceto que depois de uns anos, desisti de mostrar para as pessoas. O tempo vai endurecendo a gente e logo se descobre que a escrita inútill costuma não acrescentar nada pra niguém. Por muito tempo, escrevi só pra mim. Fique tranquilo, não tenho um livro para ser publicado. Não tenho sequer uma palavra escondida. Tudo se perdeu no tempo porque era mesmo para se perder. Tenho um espírito desorganizado para papéis.
Esse blog serviu para resgatar a minha vontade de escrever e mostrar alguma coisa. Não há propósito, nem responsabilidade pelo que escrevo aqui. Só o diletantismo e a vontade de distribuir as palavras. Por isso, torno a ele quase todo dia. E consigo até me livrar da dispersão.

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