Viajar, viajar, até não ter mais nada pra ver.
Até que os sebos de Buenos Aires já tenham sido todos explorados.
Que comer uma cuca em Joinville já não faça tanta falta.
Que a farinha de copioba de Salvador já não tenha mais gosto.
Que o camarão do Santa Rita em Paraty já não compense.
Viajar, viajar, até chegar num único lugar.
Onde se tenha um revistário no banheiro.
E um computador ágil por companhia.
E uma coleção de livros urgentes.
E filmes urgentes e canções de afeto.
Viajar, viajar até não chegar a lugar nenhum.
Até não voltar mais.
Até o sono dos justos.
Porque já se viajou muito.
Porque a amor já passou, mas ainda dói.
Porque já se viveu o bastante.
Eu disse ao motorista do táxi
De cabelo branco cortado à máquina 3
Não sei pra onde vou nem sei por onde vou.
Só peço que não priorize nada.
Deixe o rio desaguar.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
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