sábado, 12 de dezembro de 2009

O lance do poema

Imagine se por algum estranho motivo,
A música parasse de tocar.

E pudesse apenas ser apreciada através de uma partitura.

O Mundo ia ficar mais triste.
Isso aconteceu com a poesia,
Ao se afastar da fala e se confundir com a escrita,
Se afastou do público
E passou a ser monopólio de um estreito círculo de iniciados.
Mas isso está mudando.
ISSO ESTÁ MU-DAN-DO

Chacal


Tenho ouvido esse poema americano do Chacal desde a FLIP de 2007, mas nada parece ter mudado muito, pelo menos pra mim. Continuo amando a poesia, mais a falada do que a escrita, mas ainda acho que opero numa língua pouco percebida. Dia desses, fui ao SESC em São Paulo assistir ao show de lançamento da caixa da expedição Mário de Andrade. Enquanto esperava, um menino de vinte e poucos anos, rompeu de um gesto malabarístico e recitou, para uma menina de vinte e poucos, o Guardar do Antônio Cícero. Aquilo me comoveu bastante. Há quem goste, pensei.
Sempre que posso, alimento minhas filhas de poesia. Laura já parece abduzida. Luisa é questão de tempo. Outro dia, recitei o mesmo Guardar pra Laura. Ela guardou.
E assim, vamos levando a vida. Enquanto gira o Mundo bizarro.
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Ontem matei a noite assistindo Os normais 2. Dá pra rir bastante, mas aquelas cenas com a tarja preta tapando o sexo lembra em muito as bolinhas de laranja mecânica, o clássico de Kubrick. Deveriam ter encontrado outra forma de esconder as coisas. Enfim, o filme cai muito quando toca nessas questões. Parece dirigido pelo Pedro Cardoso.

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