quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Redescobrir

O calor tem afetado meus miolos. Ando sem vontade de escrever. Não é só o calor, é também uma certa per-ple-xi-da-de com a vida. Há motivos de sobra para estar perplexo. Não quero escrever sobre isso agora.
Há também João Ubaldo. Precipito-me em afirmar que O albatroz azul é o livro do ano, mas está sendo uma delícia lê-lo. Releio cada página com um prazer incomum. Economizo para tê-lo por mais tempo comigo.
Há ainda, meu Ipod shuffle, esquecido desgraçadamente no sebo, mas guardado a sete chaves por meus amigos. Logo reconheceram minha música ali dentro. Transitam por lá, Roque Ferreira, Pedro Miranda, Sérgio Santos (mais uma obra prima), Rodrigo Leão e Cinema Ensemble, Joaquin Sabina, tudo novo e diferente, fazendo crer que a música se renova com a vida e pede passagem para a dor (será um clichê?, bom, tanto faz se a dor for embora do mesmo jeito!)
E há a evidência científica. Vou me envolvendo com ela como pinto no lixo. Gasto um tempo no meu trabalho e um tempo aqui em casa com pesquisa, avaliação crítica, treinamento. É mesmo incrível acreditar que posso redescobrir meu gosto pelo ofício a cada texto novo.
E há os amigos. É certo que Renatinha entrou de férias sem avisar e ontem fiquei meio desnorteado com a perspectiva, mas já me conformei. Essas pessoas que nos fazem tão bem só de sabê-las ali em frente não deveriam ter direito à férias.
A madrugada aqui do prédio pode trazer um coleiro assobiando música, um galo de Odete Lima cantando, uma esperança de paz.

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