terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Palavra encantada

Comecei o ano vendo Palavra Encantada. Eu e Laura. Eu já me encanto com a possibilidade de ver qualquer coisa com Laura, esse Palavra ficou mais bonito ainda, por mais que eu esperasse mais dele.
Fiz de tudo pra ver o filme ano passado. Não teve jeito. Niterói, como já havia escrito, só passa blockbuster.
O documentário é costurado por depoimentos de artistas que misturam poesia e música. Muito boas as participações de Tatit, Wisnick, Antônio Cícero, Lirinha, Chico, Adriana, Lenine e dos outros todos. Só o fato de colocar Luiz Tatit e Zé Miguel discutindo sobre música brasileira num documentário para o grande público já torna o fime genial. Se alguém não conhece e quiser aproveitar, comece a ouvir as canções desses dois caras.
Letra e música podem produzir uma discussão muito grande. O filme se propõe a provocá-la. Dos grandes poetas da música brasileira, acho que faltou incluir, pelo menos, Aldir Blanc. E Paulo César Pinheiro fez um depoimento muito pequeno para o tamanho da sua poesia. Mas nada que comprometesse o resultado.
Aprendi a gostar de música pela poesia. Eu decorava as letras e cantarolava para mim mesmo. Depois ficava pensando de onde poderia ter saído tanta coisa tão bonita? Só um tempo depois que a melodia veio.
Mas sempre que ouço uma música, penso na letra que ela transpira. Não acho que se deva letrar o Inverno Porteño, mas cada nota parece ter sido escrita com tristeza e solidão.
Esse palavra encantada começou bem o meu ano de filmes. Que venham outras.

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