domingo, 3 de janeiro de 2010

Velho romance


"Estou a espera que seja a vez do meu caso
e estou à espera

de um renascimento do maravilhoso

e estou à espera de alguém

que descubra realmente a América

e se lamente

e estou à espera

da descoberta

de uma nova fronteira simbólica no Oeste

e estou à espera

que a Águia Americana

estenda realmente suas asas

e se erga e voe pelo bom caminho

e estou à espera

que a Era da Ansiedade

caia morta

e estou à espera

duma guerra que virá

preparando o mundo

para a anarquia

e estou à espera

da decadência definitiva

de todos os governos

e estou perpetuamente à espera

de um renascimento do maravilhoso"


Lawrence Ferlinghetti



Comecei o ano ouvindo velhos boleros. Mário Gennari Filho compôs o bolerão Velho Romance, Nelson Ayres transformou-o em clássico. Está na trilha do filme Dois Córregos, que nunca vi, mas conheço bem as canções. Tudo que Nelson toca, vira clássico. Perto do coração.
Foi assim que comecei o ano. Perto do coração. Mais que nunca, é preciso amar.
Depois veio o La Comparsa, Lecuona, para 4 mãos, com Chucho e Bebo arrebentando. Também não vi Cale 54, mas também conheço bem a trilha.
E aí, misturei Chavela, Ney, Buika, Anísio Silva e um bom prosecco e continuei ouvindo. Estou ouvindo até agora.
Omara canta La sitiera e Veinte años pra mim e eu saio rindo comovido. Começar o ano assim é certeza de que velhas chamas podem reacender e surpreender corações cansados.

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