quinta-feira, 4 de março de 2010

Fênix


Deixa eu olhar um pouco para o meu próprio umbigo. Não é todo dia que aparece um Ataulfo inédito na vida de um sujeito. Adoro Ataulfo Alves, conheço sua obra bastante, mas essa Fênix havia passado desapercebida ao longo dos últimos 48 anos. Agora, a gravadora Lua Music lançou um duplo em homenagem aos 100 de Ataulfo, completados ano passado. Botei na frigideira aleatória do Itunes e vim. Quando eu estava ultrapassando a roleta da Cantareira, veio a música. Um arranjo de cordas explêndido e uma voz clara que não me recordava. Depois fui ver, era Edith Veiga, e a música se chama Fênix. Imaginei que a letra fosse do Mário, mas é de Aldo Cabral. É Mário e Bilac puros, destilados! De Niterói até o Cláudio na Rosário, a música não parou de tocar. Mostrei pro Raimundinho, mostrei pra Renatinha, já não se faz mais letra e música como essa. E muitas vezes, descobrir uma canção nova já é razão suficiente para se sentir mais vivo do que morto.
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Mais vivo me senti ao sair do Teatro Ginástico com Laura, embevecido pelas Cochambranças de Quaderna. Impossível sair dali sem que a maçã do rosto esteja renovada e sem vergonha, cheia das graças de Ariano e Leonardo Brício e sua trupe. Aí é possível esquecer todas as dores e achar que tudo dança.

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