quinta-feira, 8 de julho de 2010

Caim e o futebol

"Há uns três dias, não mais tarde, tinha ele dito à abraão, pai do rapazito que carrega às costas o molho de lenha, Leva contigo o teu único filho, isaac, a quem tanto queres, vai à região do monte mória e oferece-o em sacrfício a mim, sobre um dos montes que eu te indicar. O leitor leu bem, o senhor ordenou a abraão que lhe sacrificasse o próprio filho, com a maior simplicidade o fez, como quem pede um copo d'água quando tem sede, o que significa que era costume seu, e muito arraigado. O lógico, o natural, o simplesmente humano seria que abraão tivesse mandado o senhor à merda, mas não foi assim."
José Saramago, Caim.

Caim é muito bom de ler. Saramago não poderia ter deixado um último recado tão sarcástico e saboroso quanto esse.
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Depois que eu li (hoje de novo procurando atualizações), no blog da Kellen, um pedaço da letra da canção O futebol, do Chico, ela não me saiu mais da cabeça.
Conheci no disco do Chico. Ignorei. Depois teve um show do Quarteto em Cy, no falecido Teatro João Theotônio, de lançamento do explêndido Chico em Cy, que as meninas estraçalharam na interpretação da música. Parecia nitidamente que uma passava a bola pra outra num arranjo vocal apaixonado e muito bem costurado.
São aquelas interpretações que transformam a canção. As canções do Chico têm muito essa característica. Pálidas com ele (só algumas!), enriquecem de saltar os olhos em outras vozes. Assim também foram A voz do dono e o dono da voz com Cida Moreira, Todo o sentimento, com Ney Matogrosso e João Carlos Assis Brasil, Palavra de mulher com Elba Ramalho e muitas mais.
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Recebo a importante nota na crônica de Arthur Xexéo que a cantora Claúdia Leite passou a se chamar Claudya Leytte e está em turnê com o show Rhytmos. Faz sentido.
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Hoje foi mais um dia daqueles. Pesado desde o início.

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