segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Rompante

Quando deu 13:30, enchi o tanque da S10 e deliberei que estava na hora de voltar. Assim sem mais. Alguma coisa me sufocava em Miracema e não queria passar o feriado viajando.
Depois que cheguei em Além Paraíba e me livrei dos buracos, botei a oitava canção de afeto, engatei a quinta e só parei aqui no Alda Maria.
A oitava canção de afeto é aquela que começa com Fim de Festa, Itamar e Naná e termina com How long has this been going on?, com o Brad Mehldau Trio. Pode haver começo e fim mais interessante?
Itamar fez um disco com Naná já no finalzinho da vida, que acabou saindo cortado e graças à intervenção de Zeca Baleiro. O disco tem pelo menos dois clássicos da obra de Itamar: Leonor e Fim de festa. A participação de Naná só faz valorizar as canções.
Dos discos ao vivo de Brad Mehldau, esse em Tókio é dos que mais ouço. E a versão da canção de Gershwin deixa qualquer um chapado. Voltei duas vezes os quase onze minutos da interpretação.
Há uma canção de Arnaldo Antunes na oitava, chamada Quarto de dormir, que é dessas canções delicadas que pegam fácil e dão vontade de ouvir muitas vezes e rebobinar todas as fitas do tempo.
E duas que nunca saíram em cd: Veja (Margarida) com Vital Farias e Ele vai te flechar com Zé Renato. São fáceis e bonitas, de você ficar imaginando porque a Sony BMG e a Polygram lançam tantas bobagens, mas não recuperam o Taperoá, obra prima do Vital ou o Luz e Mistério do Zé Renato.
Años de soledad, naquela versão irresistível de Piazzolla e Muligan e o Canto Latino com Paul Desmond. De voltar muitas vezes cada uma.
Na oitava tem a versão de Não é brincadeira com Eugênio Avelino (em que Armandinho brinca com o bandolim) e A letra I de Luiz Gonzaga. A letra I é a coisa mais linda que Zé Dantas fez. Feita para sua mulher Iolanda, remonta a um tempo que está hoje fora de cogitação.
Tem Desencontro com Rosa Passos e I've got a crush on you, com Stacey Kent. São duas cantoras que me agradam muito, cantam como João, faz bem ouví-las.
E Bob Dylan do visceral Blood on the tracks com You're a big girl now e Leonard Cohem em Dance to the end of love. Essas canções nem precisam de grandes referências.
E Rômulo Fróes cantando Para quem me quer assim, tá fácil. E Tarja Preta com Délcio Carvalho. Dois jeitos de compor samba que se completam.
Tem um fado com Ana Moura (Nada que devas saber) e um com Mariza (Alfama), como é costume nas minhas canções de afeto. E por aí vai.
A viagem foi passando com a leveza das canções e quando vi, já avistava a Ponte. Estou de volta!

3 comentários:

Laura disse...

Oi, pai. (: Eu amo você.

Francisco Lima disse...

Oi. Eu também!

Anônimo disse...

Assim que eu gosto de ver pai e filha, como deve ser. Bjs nos dois, Lê (nélis)

Travado

"Diferente o samba fica Sem ter a triste cuíca que gemia como um boi A Zizica está sorrindo Esconderam o Laurindo Mas não se sabe onde ...