sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Feliz

De repente, fui pego de surpresa por uma certa felicidade genuína, daquelas que nao se encontram por aí, nem se compram, nem se tomam emprestado. Elas simplesmente acontecem e há um bom tempo, nao me aconteciam.
Passei apertado ontem com uma crise labiríntica brava e o mau funcionamento do ar condicionado do meu quarto fizeram da noite, um terror mal dormido. Inesperadamente, já hoje estou bem.
Nao sei se foi o fato da Calle Corrientes ter me trazido os dezessete de novo, pois tudo nessa rua, cheira à Sete de Setembro dos meus 17. Há uma livraria e uma disqueria em cada esquina. Passo devagar por cada uma delas, absorto e leve, como se cada uma tivesse sido feita para mim.
Nao sei também se foram as papas fritas, esse sabor inconfundivel, que só se pode encontrar onde as batatas possuem tratamento de palácio.
Nao sei enfim, se foi a boa conversa, a ausência absoluta dos telefones celulares, a invejável sensaçao de liberdade que tudo isso dá, a verdade é que a vontade é de repetir e repetir até ficar diferente.
Repetir repetir, como bem ensina Manoel de Barros, é um dom do estilo!

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