sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Notas ao pé da chuva

"Pois é nos desvios que se encontra as melhores surpresas e os ariticuns maduros."
Manoel de Barros

A tragédia que toma conta da Região Serrana acabou por criar um pequeno contratempo, em nada comparável ao sofrimento dos que lá moram: ficarei sem ir a Miracema. Está cada vez mais difícil ficar sem ir a Miracema. Minha vida parece querer voltar, ao final de cada dia de trabalho, pra minha casa, pros cuidados da namorada, dos amigos, dos filhos. Vacilei até as 7 horas de hoje em pegar o carro e ir. De madrugadinha, estudei a estrada minuciosamente, pesei os obstáculos e tomei a decisão. Vim remoendo na Baía, não acreditando muito que a tenha tomado. Padeço de um mal crônico: ficar repensando as decisões e sofrendo com essa tortura ruminativa. Deveria ter sido mais ousado? Agora não tem jeito. a prudência é vizinha da solidão.
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É no mínimo estranha essa despedida do Washington do futebol. Se o próprio médico garantiu mais um ano, se o contrato estava engatilhado, se ele próprio dava claras indicações de estar bem em Mangaratiba, porque desistir? Não gostaria de ver Washington longe do Fluminense, mas tenho certeza que ele merece mais um ano. Em qualquer time!
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Minha turma comemorou 25 anos de formatura. Não fui, naturalmente. Vieram as fotos, todos velhos e encarquilhados como eu. É engraçado, mas hoje devo ter mais amigos na minha turma do que há 25 anos. Um trabalha comigo, um é meu terapeuta, e uma outra, nunca se afastou de verdade. De algum jeito, está sempre próxima, acompanhando meus passos longe e perto, desde sempre.


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