sábado, 23 de julho de 2011

Muitos pedaços

Passei o dia e parte da noite (cheguei há pouco em casa) por conta do primeiro festival de chorinho e sanfona de Rosal, mais uma vez na companhia do Lilito, do Jadim, do Moreira, enfim, dos poucos amigos que tenho e que gosto de conversar desarmado.
Rosal é um lugarejozinho muito simpático no Norte do Estado, distrito de Bom Jesus do Itabapoana, onde se come uma boa feijoada e um ótimo pão de queijo num pé sujo chamado Petisco da Vila. Fiquei impressionado com seu povo e suas ligações com a música. Pareceu em essência, uma cidade musical.
A tarde se iniciou com o Coral Amantes da Arte, onde uma senhora muito boa sanfoneira regia uma pequena e educada Orquestra de Vozes. Um ótimo começo, me emocionei com os arranjos e as canções muito bem escolhidas, lembrei logo do Mário e fiquei meio lacrimoso ali achando que a qualquer momento, ele e Marila irromperiam no palco e dançariam aquele pinicadinho de levantar ainda mais a platéia entusiasmada.
Logo em seguida veio a Academia do Choro com seu set tradicional. Percebo que a cada dia gosto mais das canções autorais dos garotos e hoje uma em especial bateu forte: Muitos pedaços, do Lilito. Mas o que mais me extasiou foi a receptividade do público que literalmente lotou a praça e acompanhou cada choro com uma atenção e encantamento difíceis de se observar nesses tempos. Não que a música deles seja difícil, ao contrário, mas a identificação e a alegria do povo de Rosal era contagiante. No final, foram ovacionados e tiveram dificuldades para sair do palco.
Fomos então ao Petisco comer pão de queijo enquanto escutávamos a apresentação seguinte de um grupo de choro de Macaé (Palafita). Uns meninos tocando choro muito respeitosa e corretamente.
O fim da tarde nos reservou um forrozeiro do lugar, com jeito de gaúcho, que mandou ver em velhos baiões e xotes, e novamente levantou a Praça. A noite fria começava a esquentar na linguagem dançante do povo de Rosal.

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