sábado, 17 de setembro de 2011

Dá um lá menor aí


Eu não sei o que o meu corpo abriga
Nestas noites quentes de verão
E nem me importa que mil raios partam
Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down
Eu ando tão down

Outra vez vou te cantar, vou te gritar
Te rebocar do bar
E as paredes do meu quarto vão assistir comigo
À versão nova de uma velha história
E quando o sol vier socar minha cara
Com certeza você já foi embora
Eu ando tão down
Eu ando tão down

Outra vez vou te esquecer
Pois nestas horas pega mal sofrer
Da privada eu vou dar com a minha cara
De panaca pintada no espelho
E me lembrar, sorrindo, que o banheiro
É a igreja de todos os bêbados
Eu ando tão down
Eu ando tão down

Cazuza

Bebi demais. Bom, foda-se! Amanhã é outro dia!
A viagem passou rápida por conta da boa palavra e lenta por conta do mau tráfego. A Serra dos Órgãos está uma calamidade de intermináveis sigas e pares. Ainda bem que viemos rindo, eu e Marila, de lá até aqui. Rimos, ai, de arrebentar, como diria Drummond.
Cheguei aqui para a sétima motofest miracemense. Os motoqueiros estão todos velhos, gastos e usados como eu. A diferença é que ainda vestem aquelas roupas típicas de motoqueiros.
O rock hoje foi comandado por Lucas Alvim, o seis cordas que substituiu Lilito em Odete Lima.
O rock bom que o Lucas toca é aquele dos anos 80, do Barão, do Paralamas, da Legião e etc.
Às vezes dá vontade de gritar pra essa geração: ouçam Pepita Ruiz, ouçam Luisa Maíta, ouçam Nina Becker. Pergunto pra Luisa, ninguém conhece. Mas são elas que ficaram nesse vazio criativo roqueiro dos anos 80 pra cá. E melhor, cantam uma música muito mais brasileira do que os citados. São herdeiras dos Mutantes e de Tom Zé. Filhas de Itamar, como Anelis.
Sentamos, eu, Alex e Gisele na velha Barraca do Bode e ficamos ali papeando também e rindo do movimento motociclista, velho como nós.

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