segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Das dores de cotovelo




"Mudou
Mudou o tempo e o que eu sonhei pra nós
Mudou a vida, o vento, a minha voz
Mudou a rua em que eu te conheci
Mudou
A ilusão da paz do nosso amor
Mudei as rimas do meu verso cru
E o sol mudou de cor meu corpo nu."

Taiguara, Mudou
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É possível que eu tenha conhecido Taiguara antes de Lupicínio Rodrigues. Universo no teu corpo deve ter habitado a casa de meu avô antes que Elis Regina me apresentasse Lupicínio com sua interpretação arrebatadora de Cadeira vazia (igual à Elis, só ouvi uma vez na vida com Marcos Sacramento na casa da Marila em Pádua). Portanto, não é errado dizer que Taiguara foi meu primeiro compositor das dores de cotovelo.
Hoje atravessando a Baía, voltei duas vezes a interpretação de Célia para Mudou, que tinha conhecido não com Taiguara, mas numa versão igualmente boa da cantora paulista Klebi.
Além das óbvias Universo no teu corpo, Helena, Helena Helena e Hoje, o que mais me chamou atenção no Taiguara do início foi sua interpretação para a canção Benvinda, do Chico. Até hoje ouço e se tivesse que fazer uma antologia das canções de Chico, certamente Benvinda teria lugar, com Taiguara.
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Tudo que Wilson Moreira faz é obra prima, que normalmente leva um certo tempo pra adaptar aos bons ouvidos. De todo modo, Baticun vem crescendo a cada audição e também tem voltado constantemente na Baía.
A Baía também me mandou o solo do pianista Fernando Merlino. Sem improvisos, Fernando fez um disco de muito bom gosto. Ao ver as faixas do disco, me perguntei -por que Estrada Branca outra vez?-. Depois de ouvir, lembrei que Estrada Branca, que sempre acompanhou a obra de Tom Jobim de forma discreta, é em verdade, uma das mais belas obras desse nosso vasto cancioneiro.
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O oposto da dor de cotovelo lupicínica é o ótimo filme neo zelandês Separation City, que habitou meu domingo junto com a boa vitória do Fluminense e a série inglesa Fawlty Towers, de John Gleese, do longínquo 1975, pioneira em produzir gargalhadas homéricas.
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Finalmente consegui me livrar das minhas mazelas depressivas e escrever um texto útil. Assim eu quereria todos os meus textos, inclusive o último: que fossem úteis para meus três leitores e que falassem sempre de estradas brancas e cadeiras vazias.

Um comentário:

Anônimo disse...

Taiguara também foi meu primeiro!
Na vitrola da casa de meus tios.
Agora tenho aquele CD que vc gravou pra mim. Obrigada. Bj

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