domingo, 2 de outubro de 2011

Azedo

" Nunca li sequer um livro de auto ajuda. Certa vez tentei ler "O segredo", porque queria entender como funcionavam esses textos. Achei o livro absolutamente tedioso e, desculpem-me seus eventuais leitores, ofensivo: não só à inteligência, mas à experiência humana em geral."

Francisco Bosco, n'OGlobo de quarta.

"Nas últimas sete noites, ouvi 413 vezes a pergunta: "Ué, você não está no Rock in Rio?" Eu deveria ter imaginado. Eu deveria ter mandado fazer um plástico parodiando aquele clássico do festival. Eu deveria ter colado um "eu não fui" na testa. Não se trata de nenhum juízo de valor sobre o festival, mas uma juízo de valor sobre mim mesmo."

Arthur Dapieve, n'O Globo de sexta.


Em frente ao meu prédio tem um quilo. No Ingá, não tem shopping, não tem Americanas, nem Bobs, mas deve ter dois ou três restaurantes a quilo. Esse em frente ao meu prédio é um quilo caro metido a besta muito comum nos dias de hoje. Almoçamos lá eu e Laura. Sessenta pratas por um carneiro cheirando a sabão de coco, um empanado de camarão passado e um bife. Na verdade foram 60 por uma bife, que dividi com Laura, a única coisa que prestou, além do H2O limão, igualmente dividido.
O leitor desavisado vai me julgar um sujeito sovina. Longe disso. Gostaria de que o meu pagar bem combinasse com o meu comer bem. Mas nessa doença chamada restaurante a quilo, que tenho que suportar todo dia no Centro do Rio e nos finais de semana em Niterói, não dá pra ser feliz. Só aumenta meu desespero pelas polentas e pela bananinha frita da Diô.
Hoje acordei travado. Meio assim sem vontade de botar os pés na rua. Ontem foi um dia muito intenso, deve ser isso. Fato é que acordei e fiz um café aguado, esquentei um pão dormido e fiquei aqui selecionando músicas para minha biblioteca. Pedi à Laura que fôssemos aqui embaixo mesmo comer pra não ter que andar muito. Deu no que deu.
Aí me lembrei desses textos do Chico Bosco e do Dapieve e achei que eram meio que "coisas que eu teria escrito" e resolvi colocar ali para não esquecer.
Ontem, em ótima companhia, repassei os cinco primeiros epísódios de Boardwalk Empire, e toda a admiração que tenho por Scorcese, que dirigiu o primeiro e ganhou um EMMY por ele, não vai me demover nunca: não há pintura mais bonita na história dos seriados do que o quinto capítulo. Aquele que tem Carrickfergus com Loudon Wainwright III no final. Depois vimos o Fluminense derrotar o Santos da forma mais emocionante: aos 50 minutos do segundo tempo. É raça de campeão!

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