sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Meu mocó de saudade e esperanças

A moça olhou de cima e mandou:
- O Sr é o décimo segundo da lista de espera por vaga na creche. Aguarde nosso telefonema!
O menino não fez um ano ainda e já tem que brigar por vaga! É a vida! Certamente não terá os privilégios do menino que fui. O menino que fui é um homem do interior, acostumado a pais, tios, avós e amigos por perto. Hoje em dia, a solidão já nasce com o sujeito.
Nesse meio tempo, já fui a São Paulo algumas vezes e nada trouxe de lá. Assisti Rosa, Marisa e Vitor, botei pra tocar a segunda trilha de Boardwalk Empire e o novo de Sérgio Santos (Rimanceiro), trabalhei muito mais do que deveria e tenho tentado parar pra escrever qualquer coisa de inútil, mas está difícil.
O "mas está difícil" levou uma semana para ser escrito. Antigamente adorava escrever, mas detestava botar as cartas no correio. Já hoje que não há mais necessidade de correio, não tenho mais tempo pra escrever.
Comecemos então por Rosas Passos no Rival. Um luxo! Eu já tive o privilégio de assistir Itamar Assumpção desconstruir uma canção do Djavan (Boa noite) e transformá-la numa pequena obra prima. Pois Rosa deu vida a um repertório inteiro que já tinha sido descartado da minha biblioteca. E cantou Dunas lindamente no bis.
Passamos o último final de semana num hotel fazenda em Piraí, cujo único diferencial era o fato de não pegar telefone algum, o que convenhamos, já é um grande benefício agregado. Chegamos a tempo de ir ao Vivo Rio assistir Marisa Monte. Fui pela Manu, já tinha visto a cantora em outras oportunidades melhores. Cercada de uma banda de primeira, Marisa repassou seu próprio repertório, a maioria das canções com Arnaldo Antunes, a maioria manjada, tirando as do disco novo, muito fraquinho. Mesmo assim eu gostei, inclusive já incluí Depois na minha seleção de canções românticas (parece mesmo uma velha canção do Taiguara).
Gostei muito de Vitor Ramil. Tirando o fato de ter sido numa terça de noite (ou seja, entre uma terça dia quente e uma quarta dia mais quente ainda!), e uma versão ruim de uma canção ruim do Dylan, o show foi perfeito. Colaboraram a presença de Luisa, o velho e ressuscitado Tereza Rachel e um barzinho árabe próximo ao teatro que me serviu um kibe muito semelhante ao do Seu Abdo. 

2 comentários:

Welber disse...

Olá Sr. Francisco, eu meio que tropecei no teu blogue através de uma pesquisar Vitor Ramil pelo Google, e daí li alguns posts, e gostei de seu jeito descontraído de escrever, mas o interessante mesmo e a música que se ouve por aqui. Se não se incomoda, eu favoritei. Aliás, a canção ruim que o senhor menciona ali em cima seria a sofrida Só você manda em você? Enfim, acabastes de ganhar um novo leitor! Abraços!

Francisco Lima disse...

Welber,
Na verdade é uma daquelas canções arrastadas do Dylan que o Vitor fez uma versão apropriando-se da história de um sujeito lá de Pelotas. Achei fraca. O resto muito bom. Grato pela leitura.

Travado

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