sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Cravo branco

Não dá pra esquecer que 2013 foi um ano de outras grandes perdas culturais. Dominguinhos, Gandolfini, Vanzolini e Dória foram as que mais senti.
Vi Jorge Dória interpretar Moliere na Escola de Mulheres acho que foi no Teatro Leopoldo Fróes, de sair dali encantado, não sei se mais com Dória ou com Moliere. Acho que mais com Dória. Dessa velha guarda, foi o que mais assisti. Assisti também Rubem Correia, Paulo Autran e Fernanda. Por sua veia cômica irresistível, nenhum me encantou mais do que Dória.
Paulo Vanzolini apareceu na minha vida quando comecei a gostar de samba. Faz muito tempo isso. Até hoje, Praça Clóvis sempre abre o meu indefectível repertório de oito canções ao violão. Quando a Biscoito Fino resgatou a música de Vanzolini no importantíssimo Acerto de contas, fomos eu e Letícia ao Teatro Leblon vê-lo de perto. Quando vamos ao Margarida Café em Paraty, Maria Martha (ainda estará lá?) já sabe que queremos ouvi-la cantar a obra de Vanzolini. E começa com Cravo branco, que é impossível ouvir e não lembrar do Mário.
Desde o disco Refazenda, a melhor coisa que Gilberto Gil gravou em toda a existência, que sou apaixonado pela sanfona de Dominguinhos. Os dois discos em que repassou a obra de Luiz Gonzaga são de cabeceira, assim como aquele que gravou com Sivuca e Osvaldinho. Mas o que mais me emocionou, o que foi mais ouvido, é um disco da Victor que nunca saiu em cd: chamava-se Estrelas somos nós.
Assisti a todas as temporadas dos Sopranos, provavelmente mais de uma vez cada. James Gandolfini tinha a minha idade quando se foi. Mais um erro absurdo dos desígnios de Deus.

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