quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

No chão sem o chão

O blog está fazendo seis anos. A proposta continua a mesma: escrever pra mim mesmo, escrever pra não esquecer, escrever pra ler de vez em quando alguma bobagem que escrevi no longínquo 2009.
De uns tempos pra cá, deixei de cantilenas pessoais. Toda vez que retorno à elas, elimino o texto no dia seguinte. Textos pessoais não duram 1 dia.
Tudo mudou nesses seis anos. Eu principalmente. Perdi muito mais do que ganhei. Fiz escolhas erradas, bebi fel e gasolina, rezei duzentas novenas, não adiantou de nada, continuei perdendo.  Pai. mãe, saúde, investimentos pessoas.
Quando olho pra trás, ainda consigo ver no meio da poeira que alguma coisa valeu.
A convivência com meus filhos, vê-los crescendo e aparecendo, cada um a sua maneira. E reconhecer aqui e ali, um pouco do legado que deixei e está transferido de forma irreversível.
Meu gosto desordenado por música e poesia, cada dia mais apaixonado e vivo em mim.
Meus três ou quatro amigos que ficaram, e que nunca deixarão de ser.  
Meu porto seguro miracemense e uma saudade triste de Odete Lima, onde não volto mais desde os meus 50.
Quatro parágrafos e nem tudo está perdido. Nem tudo está irremediavelmente perdido.


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