Eu sei, estou muito atrasado. Quero escrever, penso nos títulos, articulo frases, mas ficam na desmemória. Só me resta pedir desculpas aos meus dois leitores, se é que ainda vasculham essas plagas. No mais, chega de sentimentalismo. O sentimento ficou estacionado nesse bilhete de 2007.
Estou em São Paulo, obviamente. Já estive em João Pessoa, onde comi todos os camarões possíveis e tentei de todo jeito ir a Recife falar com Maciel Melo. Ficou pra próxima.
Ouvi muita música no avião. Alguns clássicos, o disco novo de Carlos do Carmo (obrigado Luisa, o fado do 112 voltou inúmeras vezes), Gustavo Galo, Fernanda Takai, Alceu Valença, André Mehmari e Mário Laginha, Inez Viana, Jair Rodrigues, Mariene de Castro, etc, etc, etc.
Das fadistas que ouço todo dia, a que menos ouço é Carminho. Talvez uma injustiça, mas não gosto muito de fadistas que se aproximam da canção brasileira, O disco de Teresa Salgueiro cantando bossa nova, por exemplo, é um horror. Por isso, procuro ouvir os fados tradicionais que ela canta, como a Bia da Mouraria ou o Fado das queixas. Mas hoje, vindo do Rio, me aconteceu o Frevo nº 2 do Recife, de Antonio Maria, com Carminho e Alceu Valença. Um achado aquela guitarra portuguesa trescalando o frevo. Maria deve ter ficado feliz.
O lançamento musical mais importante do ano há de ser a caixa de 20 cds dedicada à obra de Ary Barroso, contendo todas as primeiras gravações de suas músicas. Fiquei comovido com o trabalho feito pelo pesquisador (e biólogo) Omar Jubran , que declarou que "quer que o ouvinte das minhas caixas se sinta como se tivesse acabado de comprar um disco em 1930 e fosse para casa escutá-lo". Ouvindo a voz limpa de Aurora Miranda cantar Risque só ficou a vontade mesmo de ser um sujeito daquele tempo.
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