quarta-feira, 26 de março de 2014

Trás gasolina, põe fogo




Eu sei, estou muito atrasado. Quero escrever, penso nos títulos, articulo frases, mas ficam na desmemória. Só me resta pedir desculpas aos meus dois leitores, se é que ainda vasculham essas plagas. No mais, chega de sentimentalismo. O sentimento ficou estacionado nesse bilhete de 2007.
Estou em São Paulo, obviamente. Já estive em João Pessoa, onde comi todos os camarões possíveis e tentei de todo jeito ir a Recife falar com Maciel Melo. Ficou pra próxima.
Ouvi muita música no avião. Alguns clássicos, o disco novo de Carlos do Carmo (obrigado Luisa, o fado do 112 voltou inúmeras vezes), Gustavo Galo, Fernanda Takai, Alceu Valença, André Mehmari e Mário Laginha, Inez Viana, Jair Rodrigues, Mariene de Castro, etc, etc, etc. 
Das fadistas que ouço todo dia, a que menos ouço é Carminho. Talvez uma injustiça, mas não gosto muito de fadistas que se aproximam da canção brasileira, O disco de Teresa Salgueiro cantando bossa nova, por exemplo, é um horror. Por isso, procuro ouvir os fados tradicionais que ela canta, como a Bia da Mouraria ou o Fado das queixas. Mas hoje, vindo do Rio, me aconteceu o Frevo nº 2 do Recife, de Antonio Maria, com Carminho e Alceu Valença. Um achado aquela guitarra portuguesa trescalando o frevo. Maria deve ter ficado feliz.
O lançamento musical mais importante do ano há de ser a caixa de 20 cds dedicada à obra de Ary Barroso, contendo todas as primeiras gravações de suas músicas. Fiquei comovido com o trabalho feito pelo pesquisador (e biólogo) Omar Jubran , que declarou que "quer que o ouvinte das minhas caixas se sinta como se tivesse acabado de comprar um disco em 1930 e fosse para casa escutá-lo". Ouvindo a voz limpa de Aurora Miranda cantar Risque só ficou a vontade mesmo de ser um sujeito daquele tempo.

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