domingo, 5 de abril de 2015

Mordido

Acordo. 
Custo a acreditar mas o relógio da cozinha me confirma: madrugada duas e cinco. Sei que devo estar no Santos Dumont às seis, mas dessa vez o relógio de dentro exagerou.
Tenho medo de acordas às duas. Medo do que pode me acontecer entre duas e sete. Medo de que chegue o dia seguinte, ainda mais quando o dia seguinte vai ser trabalhado em São Paulo.
Passo a coberta no Lucas, faço a barba silente, deito no sofá zumbizo, ainda são três.
Penso em ligar o notebook mas já sei por experiência própria que trabalhar de madrugada destrói o dia seguinte. Torna o dia ausente, a memória frágil, o olho mais cansado ainda.
Espero.
Muitas madrugadas numa madrugada.
Ontem de noite, num breve espaço entre uma brincadeira com o menino e o jantar, consegui recarregar meu Ipod touch mais antigo, o que costuma andar comigo nas viagens.É ele que me salva na ponte aérea da Gol.
Trabalho árduo o dia inteiro.
Volto no mesmo vôo que fui.
Tento dormir uma noite inteira pra encarar tudo de novo no dia seguinte.

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